Ponteiro (futebol)

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O ponta-esquerda Son Heung-min atuando pela Seleção Sul-Coreana em 2019
O ponta-direita Garrincha pela Seleção Brasileira

Ponteiro, ponta (português brasileiro) ou extremo (português europeu) é uma das posições do futebol. O jogador que desempenha esta função atua como um atacante pelos lados do campo, normalmente perto da região do escanteio. Por esse motivo, pode atuar tanto pelo lado direito quanto pelo lado esquerdo, sendo chamados, respectivamente, de "ponta-direita" e "ponta-esquerda".

História[editar | editar código-fonte]

Os pontas foram bastante utilizados nos esquemas táticos do século XX. Era comum a presença de cinco ou quatro atacantes em esquemas como o 4-2-4 ou o 2-3-5 (antigamente esse esquema era chamado de WM). Os pontas de lanças eram responsáveis por puxar as jogadas do meio-campo ao ataque através dos lados e colocar a bola dentro da grande área para seus companheiros. Exemplos de nomes que hoje em dia se destacam e foram destaques na função de ponteiro no futebol mundial são Garrincha, Cristiano Ronaldo, George Best, Mohamed Salah, Arjen Robben, Sadio Mané, Gareth Bale, Franck Ribéry, Éder Aleixo, Zagallo, Marco Reus, Lionel Messi, entre outros.

Já no futebol brasileiro temos exemplos como Lucas Moura, Dudu, Rony, Everton Cebolinha, Bruno Henrique, Yeferson Soteldo, Victor Sá, entre outros.

A sua utilização no Brasil começou a cair em desuso com o esquema adotado pela Seleção Brasileira da Copa do Mundo FIFA de 1970. O time brasileiro atuava com uma espécie de 4-3-3 assimétrica, mas com a presença de um ponta só. Os pontas (um ou dois) seguiam sendo utilizados através dos anos 1970, mas, na década de 1980, a maioria das equipes sul-americanas dispensaram os pontas.

Como bons exemplos de pontas brasileiros atuais há Neymar, Vinícius Júnior, Rodrygo, Raphinha, Antony, entre outros.[1]

Ponta invertido[editar | editar código-fonte]

Os chamados "pontas invertidos" ou "pontas com o pé trocado" é um desenvolvimento tático moderno da posição tradicional do extremo. No início, os pontas eram atribuídos aos lados do campo com base em seus pés, com jogadores com o pé direito jogando no lado direito e com o lado esquerdo no lado esquerdo. Isso pressupõe que atribuir um jogador ao seu lado natural garante um cruzamento mais poderoso e preciso, bem como maior proteção de bola ao longo da linha lateral. No entanto, quando a posição é invertida e o ponta joga de dentro para fora no flanco oposto (isto é, o jogador de pé direito como ponta-esquerda), eles efetivamente se tornam atacantes e assumem principalmente papel no ataque. Com isso, esta posição encontrou popularidade no jogo moderno, devido ao fato de dar aos tradicionais pontas maior mobilidade como artilheiro.[2]

Talvez o mais famoso ponta invertido da história seja o holandês Arjen Robben, que, a despeito de ser canhoto, jogava na ponta-direita. Com isso, após sempre dar seu drible tradicional, ele ganhava ângulo mais favorável para o arremate ao gol.[3]

Século XXI[editar | editar código-fonte]

Com a ascensão do esquema tático 4-2-3-1 na década de 2010, adotado pelos principais clubes e seleções do mundo (e com sucesso no Brasil), a figura do ponta foi transformada em um ala, já que ele passou a jogar como um jogador de meio de campo, e não de ataque.

Nesta moderna disposição tática os dois pontas completam o trio responsável pela criação das jogadas de ataque e pela cadência do jogo (4-2-3-1) com o meia-central, auxiliando este a criar as jogadas ofensivas e atacando pelos flancos (lados do campo), jogando sempre em função do atacante de referência (conhecido no Brasil por centro-avante), para que este receba a bola proveniente das jogadas criadas pelo trio e possa concluir em gol.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Temporada europeia consolida pontas e dá opções a Tite na seleção». Folha de S.Paulo. 18 de junho de 2022. Consultado em 21 de novembro de 2022 
  2. «Jogador destro que atua pelo lado esquerdo; Calçade detalha características de Lucca». ESPN Brasil. 23 de setembro de 2015. Consultado em 19 de dezembro de 2021 
  3. «Por que Robben sempre faz a mesma jogada, e por que ela sempre funciona?». ESPN Brasil. 15 de fevereiro de 2017. Consultado em 19 de dezembro de 2021