Post hoc ergo propter hoc
A expressão latina post hoc ergo propter hoc ("depois disso, logo, causado por isso") é o nome de uma falácia lógica, também conhecida como correlação coincidente, que consiste na ideia de que dois eventos que ocorram em sequência cronológica estão necessariamente interligados através de uma relação de causa e efeito.[1]
Post hoc ergo propter hoc é um erro especialmente tentador, porque de fato a sequência temporal parece ser parte integrante de causalidade.[2][3] Entretanto, a falácia está em chegar a uma conclusão baseada unicamente na ordem dos acontecimentos, ao invés de tomar em consideração outros fatores que possam excluir, ou confirmar, tal conexão.
Estrutura lógica[editar | editar código-fonte]
- Ocorreu A, e depois ocorreu B.
- Logo, A é a causa de B.
Nas circunstâncias em que B é indesejado, a falácia toma a forma de "Evitando que A aconteça, B não acontecerá".
Exemplos[editar | editar código-fonte]
- O galo sempre canta antes do nascer do Sol. Logo, o sol nasce porque o galo canta.
- Uma pessoa se muda para uma república. O fogão da república passa a apresentar problemas. Os antigos moradores da república então dizem: "Nós nunca tivemos problemas com o fogão até que você se mudou para cá. Logo você é a causa desse problema."
- Estatisticamente, todos que beberam água morreram ou vão morrer algum dia. Usando-se da falácia, pode se dizer que água é mortal, obviamente uma mentira.
- Para que uma adaptação seja boa, o material original adaptado precisa ser reconhecido como bom. Logo, nessa falácia pode-se dizer que se o material original for desconhecido/mal avaliado, a adaptação também será.
Referências
- ↑ Correlação coincidente - Guia de Falácias Lógicas de Stephen Downes
- ↑ David Hume: Causation pelo Prof. C. M. Lorkowski (Universidade de Cincinnati)
- ↑ Hume, David. "An Enquiry Concerning Human Understanding". Clarendon Press, Oxford, U.K. - em 2000, editado por Tom L. Beauchamp.
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Post hoc: significado e exemplos.Artigo com conceito e exemplos reais de uso dessa falácia.
