Povo

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Povo é, usualmente, concebido como um conjunto de indivíduos que, num dado momento histórico, constitui uma nação. Se, por vezes, esta coincide com a totalidade de um território a ela associada, como normalmente acontece, é também o conjunto dos cidadãos de um país, ou seja, as pessoas que, mesmo que constituindo-se de diferentes etnias, estão vinculadas a um determinado regime jurídico, a um Estado. Na linguagem vulgar, a palavra "povo" pode referir-se à população de uma cidade ou região, a uma comunidade ou a uma família; também é utilizada para designar uma povoação, geralmente pequena.[1]

História

Do ponto de vista histórico, o termo "povo" (do latim populus, do etrusco pupluna) teve acepções bem diferentes. Para os gregos e romanos, o povo que tinha a capacidade de decidir sobre os assuntos do estado era composto apenas pelos cidadãos com disponibilidade de tempo e recursos para isso.

Na Bíblia, o "povo de Deus" referia-se aos hebreus e, a partir do Concílio Ecuménico Vaticano II, passou igualmente a referir-se aos seguidores da Igreja Cristã.[2]

Na Idade Média, o povo era o "Terceiro Estado", ou seja, a plebe, sem direitos de cidadão, e ficou com esse "estado" até aos nossos dias, considerado como a massa de cidadãos sem capacidade psicológica para participar na gestão do estado.

Mais tarde, com os Descobrimentos e a colonização, quando se "descobriram" e submeteram outros povos, inventaram-se os "povos naturais", "povos primitivos" ou "povos indígenas" que, na segunda metade do século XX, passaram a ser designados por etnias.

Grupos étnicos minoritários dentro do Estado

Tal como os conceitos de raça e nação, o de etnicidade desenvolveu-se no contexto da expansão colonial europeia, quando o mercantilismo e o capitalismo promoviam movimentações globais de populações ao mesmo tempo em que as fronteiras dos estados eram definidas mais clara e rigidamente. No século XIX, os estados modernos, em geral, procuravam legitimidade reclamando a representação de "nações". No entanto, os estados-nação incluem sempre populações indígenas que foram excluídas do projecto de construção da nação, ou recrutam trabalhadores do exterior das suas fronteiras. Estas pessoas constituem, tipicamente, grupos étnicos. Consequentemente, os membros de grupos étnicos costumam conceber a sua identidade como algo que está fora da história do estado-nação – quer como alternativa histórica, quer em termos não históricos, quer em termos de uma ligação a outro estado-nação. Esta identidade expressa-se, muitas vezes, através de "tradições" variadas que, embora sejam frequentemente invenções recentes, apelam a uma certa noção de passado.

Alguns pensadores discutiram que a legitimidade de estados modernos deve ser baseada em uma noção de direitos políticos para sujeitos individuais autônomos. De acordo com este ponto de vista, o estado não pode reconhecer a identidade étnica, nacional ou racial e deve, preferivelmente, reforçar a igualdade política e legal de todos os indivíduos. Outros, como Charles Taylor e William Kymlicka, argumentam que a noção do indivíduo autônomo é ela própria um construto cultural, e que não é nem possível nem correto tratar povos como conjuntos de indivíduos autônomos. De acordo com esta opinião, os estados devem reconhecer a identidade étnica e desenvolver processos nos quais as necessidades particulares de grupos étnicos possam ser levadas em conta no contexto de um estado-nação.

Ver também

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Referências

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