Primeira Guerra Mitridática
Primeira Guerra Mitridática | |||
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Oriente Médio e Grécia antes da guerra. | |||
Data | 90 a.C.– 85 a.C. | ||
Local | Ásia Menor, Acaia | ||
Desfecho | vitória Romana | ||
Mudanças territoriais | Nenhum, (Mitrídates ficou em posse do Ponto). | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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A Primeira Guerra Mitridática foi a primeira das três guerras que decorreram na Grécia e na Ásia Menor entre Mitrídates VI, rei do Ponto, e a República de Roma.
O conflito entre Mitrídates e Nicomedes
A origem da guerra foi uma disputa, entre Mitrídates e Nicomedes IV da Bitínia, pelo controle da Capadócia, uma província da antiga Ásia, na atual Turquia.
Em 90 a.C., Mitrídates tomou o controle tanto da Bitínia como da Capadócia, com a ajuda do reino da Armênia. Quando Mânio Aquílio, o comandante romano da Anatólia (um antigo território grego, no atual oeste de Turquia), chegou, Mitrídates acedeu à petição de Aquílio de se retirar. A sua seguinte petição, que Mitrídates lhe desse parte das suas tropas, foi recusada. Então o romano empurrou Nicomedes a atacar o Ponto.
Em 88 a.C., Mitrídates respondeu ao ataque de Nicomedes com um potente contra-ataque. O seu comandante, Arquelau, com 40 000 soldados de infantaria e 10 000 de cavalaria, derrotou o exército bitínio [1] na batalha do rio Ánias e o exército romano, no comando de Aquílio, na batalha do Monte Scorobas. A frota romana do Mar Negro simplesmente rendeu-se. A Capadócia, Bitínia e a província romana da Ásia foram arrasadas e muitas antigas cidades gregas, como Pérgamo, Éfeso e Mileto receberam Arquelau como um libertador do controle romano.
O conflito entre Mitrídates e Roma
Mitrídates, chegado este momento, ordenou o assassinato de todos os romanos que houvesse na Ásia. Segundo as fontes históricas, ao redor de 80 000 pessoas foram executadas [1] numas jornadas conhecidas como as "Vésperas asiáticas" (vesper em latim significa tarde). Este acontecimento implicou a união irrevocável do destino das cidades gregas e de Mitrídades, pois sabiam do terrível que seria a vingança romana.
Arquelau foi enviado para Grécia, colocando a Ariston como tirano de Atenas.
Em 87 a.C., o cônsul Lúcio Cornélio Sula, desembarcou no Épiro (Grécia ocidental), e marchou sobre Atenas. Penetrando na Ática através da Beócia, Sula deparou-se com que a maior parte das cidades se uniam à sua causa, destacando-se entre todas Tebas. A maioria do Peloponeso seguiria pouco depois duma vitória mencionada por Pausânias (1.20.5) e Memnon (22.11). Atenas, em que pese a tudo, manteve-se leal a Mitrídates a pesar do férreo assédio a que foi submetida no Inverno de 87-86 a.C. Finalmente Sula capturou Atenas [1] a 1 de março de 86 a.C., mas Arquelau evacuou o Pireu e desembarcou na Beócia, onde foi derrotado na Batalha de Queroneia (destaca-se que é o mesmo lugar onde Filipe II da Macedônia e um novo Alexandre o Grande derrotaram um exército combinado de tropas atenienses e tebanas 250 anos antes, assegurando assim a supremacia macedônica sobre Grécia).
Simultaneamente Lúcio Licínio Lúculo, legado de Sula, derrotava a frota mitridática na ilha de Tenedos. No ano seguinte, em 85 a.C., Arquelau recebeu suficientes reforços como para voltar a apresentar batalha a Sula, mas voltou a ser derrotado na Batalha de Orcômeno.
Naquele então, Roma mandou também uma força sob o comando de Lúcio Valério Flaco, que desembarcou na Ásia, onde várias cidades gregas se rebelaram contra Mitrídates. Flaco foi assassinado num motim dirigido por Caio Flávio Fímbria.[1] Fímbria tomou o controle do exército e derrotou as tropas de Mitrídates no rio Ríndaco. Então Mitrídates manteve um encontro com Sula nos Dárdanos [1] em 85 a.C. e assinou o Tratado de Dárdanos, que lhe permitiu manter o seu reino.
Consciente de que não poderia derrotar Sula, Fímbria suicidou-se, facilitando assim o seu assentamento na Ásia, coisa que fez, impondo uma indenização de cinco anos de impostos "atrasados" às cidades asiáticas, deixando-as endividadas e enfraquecidas durante um prolongado período de tempo.
O início das Guerras Mitridáticas submergiu a Anatólia numa época obscura. Com o auge do agressivo império Armênio a guerra estendeu-se por toda a península. Os Romanos e os Armênios, como novas potências da região, começaram uma época de rivalidade.
Referências
- ↑ a b c d e Memnon de Heracleia, Livros XV e XVI, citado por Fócio, Biblioteca de Fócio [em linha]
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «Primera Guerra Mitridática».
Bibliografia
- BEESLEY, A.H., The Gracchi Marius and Sulla , 1921.