Misiones (província)

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Argentina Província de Misiones

Provincia de Misiones

 
  Província  
Símbolos
Bandeira de Província de Misiones
Bandeira
Brasão de armas de Província de Misiones
Brasão de armas
Gentílico Misionero/a
Localização
Departamento 17 departamentos
Município 75 municípios
Administração
Capital Posadas
Governador Hugo Passalacqua
Características geográficas
Área total 29 801 km²
População total (2007[1]) 1 061 590 hab.
Densidade 35,6 hab./km²
Fuso horário ART (UTC−3)
Outras informações
Senadores 3 senadores
Deputados 7 deputados
ISO 3166-2 AR - N
Sítio misiones.gob.ar

Misiones (Missões na sua forma aportuguesada) é uma província argentina situada ao nordeste do país. Limita-se ao oeste com o Paraguai, separada apenas pelo rio Paraná, ao leste, norte e sul com o Brasil e a sudoeste com a Província de Corrientes.

História[editar | editar código-fonte]

Antes da chegada dos europeus, a província era povoada pelos índios guaranis. O primeiro europeu a chegar à região foi Sebastião Caboto, que, explorando o rio Paraná em dezembro de 1527, achou os saltos de Apipé.

Em 1541, Álvar Núñez Cabeza de Vaca chegou às Cataratas del Iguazú (em português: cataratas do Iguaçu).

No século XVII, a Companhia de Jesus chegou à zona. Os jesuítas iniciaram sua atividade criando reduções. Em poucos anos, chegaram a criar trinta delas. Graças a elas, os índios guaranis, que já começavam a praticar a agricultura, terminaram por adotar o sedentarismo.

Em 1811, o território foi anexado à república do Paraguai por Dr. José Gaspar García Rodríguez de Francia, quando as imensas terras dos jesuítas, que após a sua expulsão, em meados do século XVIII, haviam passado para as mãos do Estado Espanhol, foram arrendadas por baixo preço a camponeses livres.[2]

Em 1814, Gervasio Antonio de Posadas, diretor das Províncias Unidas, anexou Misiones a Corrientes, gerando um problema de autonomia que se prolongou durante setenta anos. Em 1830, Corrientes invadiu a província, até que, em 1838, teve lugar a retomada paraguaia. A província foi cedida à Argentina em 1852 por Carlos Antonio López, pai de Francisco Solano López, em troca do reconhecimento argentino da independência paraguaia.[3] Em 1865, se iniciou a guerra do Paraguai, chamada pelos paraguaios Guerra de La Triple Alianza.

"Para a Argentina, a Guerra do Paraguai havia representado um passo decisivo para completar o processo de formação de seu estado nacional, pela eliminação ou incorporação da maioria das oposições provinciais ao governo de Buenos Aires. A oligarquia portenha sentia-se à vontade para aspirar à efetiva aplicação do Tratado da Tríplice Aliança, que lhe daria de presente todo o chaco paraguaio. O governo argentino, chefiado então por Sarmiento (que sucedera a Mitre), e tendo como ministro das relações exteriores Tejedor, empenhou-se em por em prática sua política anexionista.(...)As discussões e disputas se arrastaram por dois anos, tornando-se mais graves a partir de janeiro de 1872, quando o barão de Cotegipe assinou um tratado em separado com o governo títere de Asunción. Os protestos de Buenos Aires levaram a um clima em que a possibilidade de guerra contra o Império não era descartada. Principalmente porque o governo do Rio de Janeiro, apresentando-se como "benévolo", perante os paraguaios, contentou-se com a fixação de fronteiras nos limites reivindicados antes da guerra, e contestados por Solano López (...)Finalmente, a 3 de fevereiro de 1876, o Tratado de Irigoyen-Machain entre Buenos Aires e Asunción, aceito pelo Rio de Janeiro, encerrou a questão. Segundo ele, a Argentina teria uma parte do território do Chaco até o rio Pilcomayo, e as tropas brasileiras se retiravam do Paraguai, respeitando as cláusulas brasileiro-paraguaias de 1872."[4]

Como vemos, como resultado da Guerra, que se encerrou em 1870, além de Misiones, os paraguaios perderam a região do Chaco, correspondente à Província de Formosa para a Argentina.

Conforme transcrito acima, ambas as anexações foram definitivamente reconhecidas em 1876, depois do Tratado de Irigoyen-Machain que firmou a paz com a Argentina.

Em 10 de dezembro de 1953, a lei 14 294 dispôs a provincialização do Território Nacional de Misiones.

Aspectos geográficos[editar | editar código-fonte]

Sua superfície faz que Misiones seja a segunda menor província da Argentina depois de Tucumán. Apresenta a forma de cabo de frigideira.

Integra o maciço de Brasília através da meseta misionera. Suas rochas contêm importantes quantidades de ferro. Este se decompõe e faz parte do solo, outorgando-lhe a cor vermelha característica. Pelo centro da meseta se eleva a Serra de Misiones, que chega a sua maior altitude, 843 m, em Bernardo de Irigoyen, no Cerro Rincón.

Clima[editar | editar código-fonte]

Desenvolve-se o clima subtropical sem estação seca, o que converte Misiones numa das províncias mais úmidas do país. Os ventos predominantes são os do noroeste, sudeste e este. Parte da vegetação foi transformada pelo homem para implantar cultivos ou pecuária. O bioma original se encontra protegido no Parque Nacional Iguazú.

Recursos hídricos[editar | editar código-fonte]

A província se encontra abraçada por três grandes rios: o Paraná, o Uruguai e o Iguazú, canais naturais de escoamento de uma região com chuvas abundantes.

Divisão administrativa[editar | editar código-fonte]

A província se encontra dividida em 17 departamentos. A constituição da província foi aprovada o 21 de abril de 1958.

Departamento Capital Outros municípios
25 de Mayo Alba Posse Colonia Aurora, 25 de Mayo
Apóstoles Apóstoles Azara, San José, Tres Capones
Cainguás Campo Grande Aristóbulo del Valle, Dos de Mayo
Candelaria Santa Ana Candelaria, Bonpland, Loreto, Cerro Corá, Mártires, Profundidad
Capital Posadas Fachinal, Garupá
Concepción Concepción de la Sierra Santa María
Eldorado Eldorado Colonia Delicia, 9 de Julio, Santiago de Liniers, Colonia Victoria
General Manuel Belgrano Bernardo de Irigoyen Comandante Andrés Guacurarí, San Antonio
Guaraní El Soberbio San Vicente
Iguazú Puerto Esperanza Puerto Iguazú, Colonia Wanda, Puerto Libertad
Leandro N. Alem Leandro N. Alem Cerro Azul, Dos Arroyos, Gobernador López, Arroyo del Medio, Olegario Víctor Andrade, Caá Yarí, Almafuerte
Libertador General San Martín Puerto Rico Garuhapé, Capioví, El Alcázar, Puerto Leoni, Ruiz de Montoya
Montecarlo Montecarlo Puerto Piray, Caraguatay
Oberá Oberá Campo Ramón, Campo Viera, Guaraní, Los Helechos, Colonia Alberdi, Panambí, San Martín, General Alvear
San Ignacio San Ignacio Jardín América, Santo Pipó, Corpus, Gobernador Roca, Hipólito Yrigoyen, General Urquiza, Colonia Polana
San Javier San Javier Itacaruaré, Mojón Grande, Florentino Ameghino
San Pedro San Pedro

Economia[editar | editar código-fonte]

O maior aporte a sua economia provém da selva. As principais espécies exploradas são Pinheiro do Paraná, Guatambu, Cedro, Petiribi, Incenso, Cana fístula, Anchico, Eucaliptus e Gueycá. Outra fonte de recursos é o cultivo de erva-mate, o cultivo de chá e, em menor medida, de tabaco, da cana-de-açúcar, do arroz e do café. A produção de gado é escassa e essencialmente de bovinos.

Principais cidades[editar | editar código-fonte]

Cataratas do Iguaçu, Argentina

Turismo[editar | editar código-fonte]

Com respeito ao turismo, podemos dividir a província em 5 sub-regiões:

Referências

  1. [1]
  2. MENDES JUNIOR, Antonio & MARANHÃO, Ricardo - República Velha - Coleção "Brasil História - Texto e Consulta". São Paulo, Ed. Brasiliense, 1983, p. 46.
  3. MENDES JUNIOR, Antonio & MARANHÃO, Ricardo - op. cit., p. 47.
  4. Mendes Junior & Maranhão, op. cit., p. 63

Ligações externas[editar | editar código-fonte]