Psicogênese

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Na psicologia, a psicogênese (do grego psyche: "alma"; genesis: "origem") é a parte que estuda a origem e o desenvolvimento dos processos mentais, das funções psíquicas, das causas psíquicas que podem causar uma alteração no comportamento etc.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O termo psicogênese é compreendido como origem, a história da aquisição de conhecimentos e funções psicológicas de uma pessoa.[1] Processo que ocorre ao longo de todo o desenvolvimento, desde os anos iniciais da infância.[1] Aplicado a qualquer tipo de objeto ou campo de conhecimento.[1]

Psicogênese da língua escrita[editar | editar código-fonte]

No campo da aquisição da escrita e da leitura, essa teoria foi originalmente difundida em países de língua espanhola, na década de 1970, apoiado nos pensamentos do biologo, psicólogo e epistemólogo Jean Piaget, com forte impacto no Brasil na década seguinte, estudado fortemente por Magda Soares, principalmente, sobretudo na educação Infantil e alfabetização de adolescentes.[1] Considerado, então, ideias revolucinárias para o processo da língua escrita.

A psicogênese da língua escrita é uma teoria que estuda como se organiza o pensamento das crianças durante a aprendizagem da leitura e da escrita, concebendo-as como protagonistas desse processo. O livro “Psicogênese da língua Escrita”, publicado por Ferreiro e Teberosky, apresenta estudos pioneiros sobre essa abordagem.[2]

Ferreiro e Teberosky, relatam em seus estudos como os problemas sociais, econômicas e a metodologia de ensino, método silábio ou fônico, são aspectos que atribuiram a problemática para um fracasso escolar.

Fases da leitura e escrita[editar | editar código-fonte]

Em 1984, Ferreiro e Teberosky investigaram as hipóteses de escrita e crianças com o método clínico - interação entre sujeito e objeto - ou seja, como desenvolviam a escrita inventada. No primeiro momento, fase pré- fonológica, as crianças representam a escrita através de desenhos - fase icônica. Em seguida, a diferenciação entre o desenho e a escrita, na forma de texto, imitando os traços da escrita de um adulto - chamada garatuja. A partir do conhecimento das letras, as crianças se estabelecem na fase pré-silábica que, mesmo identificando as letras, utilizam qualquer uma delas para representar uma palavra.[3]

Em um segundo momento, a fase fonológica, a criança passa a perceber que toda palavra é composta por sílabas e, assim, registram a escrita atribuindo uma letra para cada sílaba, ou seja, uma consciência silábica. Porém, a priori, as letras utilizadas para a escrita não possuem relação com o fonema - chamado silábico sem valor sonoro. Quando a criança desenvolve mais a consciência silábica, começa a atribuir a letra correspondente ao fonema da sílaba, em sua maioria é representado pelas vogais - silábico com valor sonoro.

A partir do conhecimento da relação fonema-grafema, na fase silábico-alfabético, as crianças ora identificam o som de cada fonema da sílaba ora apenas um deles (silábico). Com a sistematização dessa relação, compreendem todos os fonemas de uma palavra, mesmo que não estiver graficamente correto, denomina-se alfabético. Por fim, a criança se apropria da habilidade do sistema de escrita representando todos os sons dos fonemas das palavras, tornando-se ortográfica.[4]

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  1. a b c d «Psicogênese da aquisição da escrita». Glossário Ceale. Consultado em 9 de novembro de 2021 
  2. Araújo, Allan (1 de agosto de 2022). «Psicogênese da língua escrita: um resumo da teoria que transformou o ensino da leitura». Colégio Santa Fé. Consultado em 12 de outubro de 2022 
  3. Andrade, Paulo Estevão; Andrade, Olga Valéria Campana dos Anjos; Prado, Paulo Sérgio T. do (outubro–dezembro de 2017). «Psicogênese da língua escrita: uma análise necessária». Cadernos de Pesquisa: 1416–1439. ISSN 0100-1574. doi:10.1590/198053144361. Consultado em 28 de junho de 2023 
  4. CASTRO, Sumaya Pimenta de. PRODUTO FINAL ELABORADO COM BASE NA PRÁTICA DOCENTE: JOGOS DE ALFABETIZAÇÃO COM ENFOQUE NA CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA. Centro de estudos unificados bandeirantes - Santos - SP. 2018. Acesso em 28 de junho de 2023.