Psicologia da saúde

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A Psicologia da Saúde é a aplicação dos conhecimentos e das técnicas psicológicas à saúde, às doenças e aos cuidados de saúde.[1]

De acordo com Matarazzo[2] a Psicologia da Saúde agrega o conhecimento educacional, científico e profissional da disciplina Psicologia para utilizá-lo na promoção e manutenção da saúde, na prevenção e no tratamento da doença, na identificação da etiologia e no diagnóstico relacionado à saúde, à doença e às disfunções, bem como no aperfeiçoamento do sistema de política da Saúde (Sunde, 2005).

Podemos entender como Psicologia da Saúde, uma especialidade da Psicologia que visa a melhor percepção a respeito dos temas relativos à saúde. Ela atua no sustento da profilaxia, na compreensão pedagógica e científica, na cura das enfermidades, na apuração das causas e na determinação específica da doença que acomete o paciente, agindo também na proposição de políticas de saúde.

Esse "ramo", por assim dizer, estuda o papel da psicologia como ciência e como profissão nos domínios da saúde, da doença e da própria prestação dos cuidados de saúde, focalizando nas experiências, comportamentos e interações. Envolve a consideração dos contextos sociais e culturais onde a saúde e as doenças ocorrem, uma vez que as significações e os discursos sobre a saúde e as doenças são diferentes consoante o estatuto socioeconômico, o gênero e a diversidade cultural.

A Psicologia da Saúde desafia a cisão mente-corpo, ao propor um papel para a mente, tanto na causa como no tratamento da doença. No entanto, difere da Medicina psicossomática, da Saúde comportamental e da Medicina comportamental, uma vez que a investigação realizada em Psicologia da Saúde é mais própria da disciplina de Psicologia (Ogden,J. 1999).

Objetivos[editar | editar código-fonte]

A psicologia da saúde, que tem por objetivo a promoção e manutenção da saúde e à prevenção da doença, resulta da integração das contribuições específicas de diversas áreas do conhecimento psicológico (psicologia clínica, psicologia comunitária, psicologia social, psicobiologia) que tinham por objetivo a promoção de saúde e a prevenção em todos seus níveis.[3]

Outro objetivo é difundir uma visão biopsicossocial de cada indivíduo, entendendo-o como parte fundamental para a qualidade de vida social. Segundo Bock & Cols, a prevenção de doenças mentais significa criar estratégias para evitar o seu aparecimento. Um de seus desafios é elaborar projetos que visem o bem-estar social, para que as psicopatologias sejam evitadas, amenizadas ou bem aceitas pela comunidade.

A intervenção de psicólogos na saúde, além de contribuir para a melhoria do bem-estar psicológico e da qualidade de vida dos clientes dos serviços de saúde, pode também contribuir para a redução de internações hospitalares, diminuição da utilização de medicamentos e utilização mais adequada dos serviços e recursos de saúde (APA, 2004a).

Finalmente, também é esperado que o psicólogo contribua na relação da equipe multidisciplinar dos profissionais de saúde e sirva de mediador entre eles e os pacientes (Godoy, 1999).

Multidisciplinaridade[editar | editar código-fonte]

A Psicologia da Saúde, quando aplicada a promoção de saúde mental, requer um vínculo com a Psicologia Social, Comunitária, Organizacional, Hospitalar, etc, pois precisa de um olhar abrangente do indivíduo em todos os seus papéis sociais, além do individual.

A psicologia da saúde, que dá relevância à promoção e manutenção da saúde e à prevenção da doença, resulta da confluência das contribuições específicas de diversas áreas do conhecimento psicológico (psicologia clínica, psicologia comunitária, psicologia social, psicobiologia) tanto para a promoção e manutenção da saúde como para a prevenção e tratamento das doenças. A finalidade principal da psicologia da saúde é compreender como é possível, através de intervenções psicológicas, contribuir para a melhoria do bem-estar dos indivíduos e das comunidades.

Instituições[editar | editar código-fonte]

Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar[editar | editar código-fonte]

Em junho de 1997 um grupo de 45 psicólogos que trabalhavam em hospitais de diversas estados do Brasil, realizou no Centro de Estudos do Hospital Mater Dei foi realizada a primeira assembleia que fundava a Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, com sede em Belo Horizonte. Esta sociedade tem por objetivo divulgar e estimular pesquisas na área, organizar a profissão e realizar congressos regularmente.

Instituto de Terapia Cognitiva em Psicologia da Saúde[editar | editar código-fonte]

O Instituto de Terapia Cognitiva em Psicologia da Saúde, Itepsa, foi fundado por três psicólogas gaúchas. O objetivo do instituto é unir as áreas da psicologia da saúde com as técnicas de terapia cognitivo-comportamental (TCC). Através de cursos e workshops, se busca proporcionar qualidade acadêmica com o conhecimento prático da TCC, para que haja uma ampliação da prática com excelência técnica. O Itepsa tem sua sede em Porto Alegre.

Instituto Brasileiro de Psicologia da Saúde[editar | editar código-fonte]

Atualmente, também existe em Porto Alegre o Instituto Brasileiro de Psicologia da Saúde, instituição fundada em 2008 por psicólogos que atuam na área da Psicologia da Saúde e suas interfaces, há mais de 10 anos. As atividades desenvolvidas pelo Instituto contemplam a clínica psicoterapêutica, a pesquisa científica e a capacitação de profissionais da área da saúde.

Publicações[editar | editar código-fonte]

Entre as publicações periódicas mundiais destacam-se as revistas:[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Marks, D. F., Murray, M., Evans, B., & Willig, C. (2000). Health psychology. Theory, research and practice (pp. 3-24). London: Sage Publications.
  2. Matarazzo, J. D. (1980). Behavioral health and behavioral medicine: Frontiers for a new health psychology. American Psychologist, 35, 807-817.
  3. Simon, M. A. (Ed.) (1993). Psicología de la salud. Aplicaciones clínicas y estrategias de intervención. Madrid: Pirámide.
  4. TEIXEIRA, J. A. C. Psicologia da Saúde.(2007) Disponível em [1] Arquivado em 20 de janeiro de 2007, no Wayback Machine. (23/01/2010)

Bibliografia complementar[editar | editar código-fonte]

  • ANGERAMI, V. A. Psicologia da saúde: um novo significado para a prática clínica. São Paulo: Pioneira, [s.n.].
  • CAMPOS, F. (Org.). Psicologia da saúde: repensando práticas. São Paulo: Hucitec, [s.n.].
  • SIMON, R. Psicologia clínica preventiva: novos fundamentos. São Paulo: EPU, [s.n.].

Ligações externas[editar | editar código-fonte]