Punição

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A Punição é um processo no qual reduz-se a probabilidade de determinada resposta voltar a ocorrer através da apresentação de um estímulo aversivo, ou a retirada de um estímulo positivo após a emissão de determinado comportamento indesejado numa terapia comportamental. A teoria comportamental, antes de mais nada, foi uma das primeiras teorias psicológicas a reconhecer os efeitos indesejados da punição no sentido popular do termo, e prescrever alternativas científicas para controle e manipulação de comportamentos nocivos à saúde, indesejáveis e/ou ampliar nossa capacidade de ensino-aprendizagem com a reflexão e experimentos que produziu sobre esse processo.

Na perspectiva da terapia comportamental a palavra punição está apenas vagamente relacionada ao seu uso cotidiano. Segundo Hall [1] a punição se refere ao procedimento de fazer seguir a um comportamento uma consequência que diminua sua força ou probabilidade futura de ocorrência. Assim, qualquer evento que diminua a força de um comportamento ao qual se segue é chamado de evento punitivo.

Caixa de Skinner adaptada para experimentos com reforçamento positivo e negativo.

Para Skinner (1904-1990) a punição é fácilmente confundida com o "reforço negativo", e algumas vezes chamado de "controle adversativo". Os mesmos estímulos são usados e o reforço negativo pode ser definido como a punição por não agir, observe porém como é ressaltado, a punição visa remover um comportamento de um repertório, ao passo que o reforçamento negativo gera comportamentos. [2]

Terapia de aversão

Segundo Wolpe [3] a terapia de aversão consiste operacionalmente, em administrar um estímulo aversivo para inibir uma resposta emocional indesejável, diminuindo assim sua força de hábito e/ou a apresentação de, no contexto de uma resposta não desejada, um estímulo aversivo. Não se deve esquecer da observação de Skinner (2006) de que as contingências punitivas são exatamente o contrário do reforço e que por exemplo, quando uma pessoa ameaça bater em uma criança se ela se portar mal, está apresentando um reforço negativo se a criança se portar bem para não apanhar. Ou seja, a criança "foge" da punição e, segundo esse autor, ela continua inclinada a comportar-se de forma punível, mas evita a punição fazendo alguma outra coisa, mesmo que seja o "não fazer nada", ou seja, o comportamento punido é deslocado por um comportamento incompatível, condicionado como fuga ou evitação.

Considerando-se as vantagens do reforçamento positivo e da análise de encadeamentos onde os hábitos podem ser re-organizados em função de um real controle de estímulos numa verdadeira "engenharia de comportamentos" ou construção de hábitos saudáveis, além de outros efeitos emocionais não previsíveis de associação à estímulos aversivos tipo o erro explorado caricaturalmente no filme e no romance de Anthony Burgess Laranja Mecânica a terapia de aversão tem sido preterida a estratégias cognitivo comportamentais, ou exclusivamente sem a utilização desse recurso.

Ver também

Referências

  1. HALL, Robert Vance. Manipulação de comportamento V 2: Modificação de comportamento princípios básicos 3v. SP, EPU, 1973
  2. SKINNER, Burrhus Frederic. Sobre o behaviorismo. SP, Cultrix, 2006
  3. WOLPE, Joseph. Prática da terapia comportamental. SP, Brasiliense, 1981


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