Raminho

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  Freguesia  
Raminho, zona costeira
Raminho, zona costeira
Raminho, zona costeira
Símbolos
Brasão de armas de Raminho
Brasão de armas
Gentílico raminhense
Localização
Raminho está localizado em: Açores
Raminho
Localização de Raminho nos Açores
Coordenadas 38° 47' 17" N 27° 19' 46" O
Região Açores
Município Angra do Heroísmo
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 11,25 km²
População total (2011) 565 hab.
Densidade 50,2 hab./km²
Outras informações
Orago São Francisco Xavier
Sítio http://www.raminho.org

Raminho é uma freguesia rural açoriana do concelho de Angra do Heroísmo, com 11,25 km² (4,6% da área do concelho) de área e 565 habitantes (2011), o que corresponde a uma densidade populacional de 50,2 hab/km². A freguesia localiza-se na costa noroeste da ilha Terceira, a cerca de 21 km da sede do concelho, a cidade de Angra do Heroísmo.

Geografia

O território da freguesia do Raminho, de configuração grosseiramente triangular, é limitado a leste pela freguesia dos Altares, da qual é separado pela Canada dos Morros, e a oeste pela freguesia da Serreta, da qual é separado pelo grande domo traquítica do Biscoito da Fajã. O limite sul da freguesia coincide com o rebordo da Caldeira de Santa Bárbara e o limite norte é imposto pela alta falésia costeira, batida pelo Oceano Atlântico.

Sendo uma freguesia do norte da ilha, de cara sempre lavada pelas chuvas e pelo vento, o seu verde é claro e brilhante. As plantas sempre vivas e cheias de flores enfeitam os caminhos e rebordam as pastagens principalmente na primavera quando a flor amarela da erva azeda desponta pelos campos. Do Miradouro do Raminho desfrutam-se algumas das mais belas paisagens dos Açores, com a freguesia do Raminho e a Fajã à vista e com as ilhas da Graciosa e de São Jorge no horizonte.

Igreja de São Francisco Xavier, Raminho.
Império do Divino Espírito Santo do Raminho.

Implantado no Complexo Vulcânico de Santa Bárbara e ocupando o flanco norte da Caldeira de Santa Bárbara, o território da freguesia do Raminho apresenta uma topografia acidentada a sul, nas faldas da Serra de Santa Bárbara, onde atinge a sua máxima altitude (966 m acima do nível médio do mar) tornando-se progressivamente suave para norte, até terminar nas altas arribas costeiras que o separam do mar.

Na parte ocidental observa-se um relevo levantado, de orientação NO-SE, com configuração quase linear e desnível muito acentuado no rebordo leste, correspondente à poderosa escoada traquítica do Biscoito da Fajã, que a partir do Pico das Caldeirinhas escorreu até ao mar, formando o Cabo do Raminho e a Ponta da Serreta.

As linhas de água que percorrem a freguesia são pequenas e de caudal efémero, nascendo todas nas encostas da caldeira. A orientação do terreno leva a que se desenvolvam segundo um traçado rectilíneo, com direcção predominante sul-norte. Os seus vales são pouco profundos, embora bem definidos, destacando-se a Ribeira do Borges, a Ribeira do Cabo do Raminho, a Grota do Veiga, Grota do Francisco Vieira e a Grota dos Folhadais, curso de água que ainda mantém o topónimo original da localidade.

A orla costeira, numa extensão de cerca de 5,7 km, é uma continuada falésia, com arribas altas e um traçado quase linear, apenas interrompido por um poderoso dique basáltico, que por ser mais resistente à abrasão marinha, forma uma marcada protuberância. A Ponta do Raminho é um dos lados da doma traquítica do Biscoito da Fajã, separada da Ponta da Serreta por uma fajã, uma pequena área de terra não recoberta pela escoada traquítica.

A parte alta da freguesia está incluída numa das áreas protegidas da Rede Natura 2000, o Sítio de Interesse Comunitário (SIC) da Serra de Santa Bárbara e Pico Alto. No extremo oeste da freguesia, já no limite com a freguesia da Serreta, situa-se a Mata da Serreta, parte da Reserva Florestal de Recreio da Serreta.

Povoamento e demografia

A superfície habitada é pouco significativa no contexto do território da freguesia, com o povoamento a expressar-se de forma linear e contínua ao longo da estrada paralela à costa que circunda a ilha. A única penetração do povoamento para interior da ilha, e ainda assim sem expressão, ocorre ao longo da Canada do Esteves, nas imediações da igreja paroquial.

A freguesia é constituída pelos seguintes lugares: Teatro do Meio; Portal da Terça; Canada dos Dois Moios; Grota dos Folhadais; Presa do António Borges; Atalosa; Presa do Sabino; Rua Funda; Á Igreja; Canada do Esteves; Terreiro; Canada da Bernarda; Grota do Francisco Vieira; Presa Grande; Ribeira do Borges; Lameiro do Carepa; e Cabo do Raminho.

Desde finais do século XIX até à década de 1960 a população manteve-se relativamente constante, com valores a oscilar entre 1 200 e 1 300 habitantes. A partir dessa data sofre um decréscimo notório, comprovado nos resultados do censo de 2001,[1] registando então apenas 550 residentes.

A partir de 1864, ano em que se realizou o primeiro recenseamento pelos modernos critérios demográficos, a evolução da população da freguesia foi a seguinte:

Evolução da população do Raminho
1864 1878 1890 1900 1911 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 2011
---- a) ---- a) 1 263 1 300 1 295 1 235 1 230 1 245 1 143 1 189  845  663  601  550  565
a) A freguesia era então território da freguesia dos Altares.
Fonte: DREPA (Aspectos demográficos - Açores 1978) e Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA).

Como é comum no mundo rural açoriano, a evolução da freguesia do Raminho foi desde cedo controlada pela emigração, primeiro para o Brasil, depois para os Estados Unidos e finalmente para o Canadá. Ao longo do século XX, a população da freguesia manteve uma relativa estabilidade até meados da década de 1960; depois, graças à facilitação da emigração açoriana para os Estados Unidos em consequência do Kennedy-Pastore Act,[2] a população entrou em rápido declínio, ainda não tendo estabilizado, apesar da emigração ter virtualmente cessado há mais de uma década.

Economia

A agro-pecuária, centrada quase exclusivamente na bovinicultura leiteira, e o pequeno comércio são as principais actividades económicas da freguesia do Raminho. Graças à melhoria da rede de estradas, um número crescente de raminhenses trabalha nas cidades de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória e na Base das Lajes.

Sendo a bovinicultura de leite a principal actividade económica da freguesia, graças à riqueza dos seus solos e à abundância de chuva nos terrenos altos da encosta norte da Serra de Santa Bárbara, a freguesia foi sede de uma cooperativa leiteira, entretanto associada na União das Cooperativas de Lacticíneos da Ilha Terceira. Um moderno posto de recolha de leite serve a freguesia, analisando a qualidade do leite entregue e registando as quantidades entregues por cada lavrador. O leite é posteriormente transportado para a fábrica de Angra do Heroísmo em camião cisterna adequado.

História

O povoamento do Raminho, tal como acontece com os Altares, paróquia a que pertenceu até 1878, parece ter prosseguido de leste para oeste, provavelmente a partir do núcleo inicial de povoadores que se instalou nas Quatro Ribeiras. O Raminho terá assim sido, a par do povoado hoje desaparecido da Fajã, uma das últimas povoações da ilha a surgir.

A origem do topónimo

Aparentemente devido à riqueza em folhado das florestas que recobriam aquela zona da ilha, a região que hoje corresponde à freguesia do Raminho era designada por Folhadais, topónimo ainda hoje presente na Grota dos Folhadais. A partir do século XVI aparece a designação de Raminho dos Folhadais, aparentemente por oposição ao Ramo Grande, a designação dada pelos povoadores ao outro extremo da costa norte da ilha. Tal seria explicado pela exiguidade do território raminhense face à grande planície do nordeste terceirense.

A evolução da actividade agrária

A lavoura sempre foi a principal actividade da população do Raminho, desde os tempos dos primeiros povoadores. Desde esses tempos pioneiros, foram introduzidas culturas destinadas à alimentação dos habitantes locais, como o feijão e o trigo, a que se seguiram séculos depois o milho, a batata, e a batata-doce. O Raminho foi também um importante centro da cultura do pastel e da recolha da urzela, plantas tintureiras que eram exportadas e constituíam as principais mercadorias exportadas daquela zona da ilha. A produção de linho também teve relevo, a que estava associada uma importante produção doméstica de tecidos de linho, a que se juntavam os tecidos de lã, produzidos a partir de ovelhas que pastavam nos altos da Serra de Santa Bárbara. Mais tarde surgiu a cultura das favas, das ervilhas e dos tremoços, produtos que eram vendidos para os mercados urbanos da ilha e exportados.

A freguesia era também conhecida pela sua produção de musgo para cabeceiras. Este produto, utilizado para encher almofadas, era constituído por esfagno recolhido nas zonas altas da Serra de Santa Bárbara, que depois de seco era desfiado até adquirir a consistência desejada. Era vendido em toda a ilha.

Os solos da freguesia são de boa qualidade à beira-mar, mas a parte alta da freguesia é recoberta por uma espessa camada de pedra-pomes, localmente conhecida por bagacina branca. O aproveitamento desses solos exigiu o desenvolvimento de uma técnica de movimentação da camada superficial e seu recobrimento com material retirado do paleossolo[3] que se encontra sob a camada de bagacina. Para tal eram abertas, à pá ou com uma escrepa puxada por animais, escavações rectangulares com alguns metros de profundidade, das quais era extraída a terra que era redistribuída sobre a superfície dos campos. Esta técnica deixou marcas que são visíveis nas imagens aéreas da zona alta da freguesia sob a forma de depressões rectangulares na zona mais baixa dos cerrados.

A integração nas capitanias e concelhos

Quando em 1474, o território da ilha Terceira foi dividido nas capitanias da Praia e de Angra, o limite na costa norte da ilha foi fixado algures entre a Ponta Negra e a foz da Ribeira de Lapa, provavelmente coincidindo com a margem oeste do biscoito da Ponta Negra. O Raminho dos Folhadais ficou assim na esfera da capitania de Angra, embora a sua população, tal como a dos Altares, tivesse maior afinidade familiar e melhor comunicação com os povos da Capitania da Praia.

A partir de 1565, quando, ouvidas pessoas experientes na geografia da ilha, por acórdão de 1565 do Tribunal da Relação da Corte, em pleito que longamente opôs os capitães do donatário de Angra e Praia, respectivamente Antão Martins e Manuel Corte-Real,[4] o limite avançou cerca de 5 km para noroeste. A demarcação final foi feita, recorrendo a pilotos, e ficou concluída a 8 de Julho de 1565, pondo termo a um pleito que durava há várias décadas (pelo menos de 1525) sobre o limite dos Altares.[5] Em consequência, a parte leste da freguesia, entre o Cerro da Ribeira dos Gatos e a Ponta Negra, pertencia à capitania da Praia, enquanto a parte oeste, do Cerro da Ribeira dos Gatos ao Biscoito da Fajã, pertencia à capitania de Angra.[6] Esta divisão não foi pacífica, tendo requerido a intervenção real, e materializou-se na instalação de um marco (ainda lembrado pela toponímia do local onde se situou, a Cruz do Marco) no extremo mais próximo do mar do Cerro da Ribeira dos Gatos, frente à boca da Canada das Almas. Como consequência desta alteração, o Raminho dos Folhadais continuou a pertencer à Capitania de Angra, enquanto o território dos Altares, a cuja paróquia o Raminho continuou a pertencer, transitou para a Capitania da Praia.

No campo municipal a freguesia pertencia ao termo da vila de São Sebastião, como o atestam múltiplos documentos referentes à cultura e à fiscalidade do pastel,[7] mas a distância em relação à sede do concelho e o isolamento imposto pela cadeia de montanhas que se lhes entrepõe, fez com que o poder municipal fosse localmente pouco intenso e que o relacionamento preferencial se fizesse com a vila da Praia. Para complicar ainda mais esta situação, a divisão entre capitanias levava a que a jurisdição da Praia abrangesse o centro da freguesia dos Altares, deixando a Canada dos Morros, os Folhadais (hoje Raminho) e a Fajã na órbita do capitão-do-donatário de Angra. Assim, se é seguro que os Folhadais (Raminho) foram sempre parte do concelho da Vila de São Sebastião, já no caso dos Altares, a partir do século XVIII foi forte a influência dos edis praienses.

A clarificação da pertença concelhia da freguesia aconteceu em 1870, ano em que o concelho de São Sebastião foi de facto extinto e se redistribuíram as freguesias da ilha. Cessou então a influência do concelho da Praia, passando o Raminho a pertencer ao concelho de Angra do Heroísmo. Nessa mesma altura foi redefinido a demarcação leste da freguesia, fixando-se o limite na parte mais alta do cerro que desemboca no Cabo do Raminho, o que deixou as terras da Fajã, então ainda povoadas, na freguesia da Serreta.

A formação do curato e a autonomia paroquial

Desde 1684 que por decisão do então bispo de Angra, D. frei João dos Prazeres, a Ermida da Madre de Deus do lugar dos Folhadais[8] tinha cura nomeado, dada a distância a percorrer até à paroquial de São Roque dos Altares.

Com o crescimento da população, naturalmente surgiu a necessidade de autonomia paroquial. Para tal procedeu-se à ampliação da Ermida da Madre de Deus, formando-se, por alvará de 25 de Janeiro de 1856, do governador civil Nicolau Anastácio de Bettencourt, uma comissão fabriqueira encarregue de angariar fundos e de conduzir a obra. A obra acabou por derivar na substituição da antiga ermida por uma igreja, a qual ficou concluída em 1861, constituída por três naves, espaçosa e em estilo neo–romântico. Tem duas torres de sineira e foi consagrada a São Francisco Xavier.

Concluída a igreja, na sequência de representações várias solicitando autonomia para o lugar, em 1861 o Raminho foi elevado a curato independente por provisão do bispo D. frei Estêvão de Jesus Maria, confirmada por decreto real do mesmo ano.[9]

Pouco depois, a 11 de Julho de 1878, por decreto recebido pelos raminhenses com Te Deum e sermão pregado por Monsenhor José Alves da Silva,[9] mas com forte contestação por parte da população dos Altares, o Raminho foi transformado em freguesia.[10]

O principal problema centrava-se na delimitação da freguesia ao longa da Canada dos Morros, com os raminhenses a insistirem que o limite deveria coincidir com a posição do antigo marco das capitanias, na boca da Canada das Almas, e os altarenses a contrapor que o Treatro do Meio (nome resultante de ali ser montado um antigo treatro do Divino Espírito Santo) e a Canada dos Morros deveriam permanecer na sua jurisdição.

Depois de anos de discussão, e de várias assuadas entre freguesias e do marco de delimitação ter sido movido e destruído várias vezes, o limite acabou na boca da Canada dos Morros, na Cruz do Marco, ficando o Treatro do Meio no Raminho e a Canada dos Morros nos Altares. Desta contenda resultou que as casas sitas no lado oeste da Canada dos Morros são dos Altares, mas os terrenos rústico confinantes são do Raminho. Daí que o marco de separação entre freguesias não esteja no mesmo alinhamento, o dos Altares, junto ao chafariz da Cruz do Marco, a leste da Canada dos Morros, o do Raminho quase uma centena de metros para oeste, já bem internado no Treatro do Meio, deixando uma curiosa terra de ninguém entre eles.

A freguesia do Raminho foi da últimas do concelho de Angra do Heroísmo a ter electricidade. A distribuição domiciliária de água apenas foi conseguida na década de 1980.

O terramoto de 1980 causou graves danos na freguesia, obrigando à reconstrução da quase totalidade do seu parque habitacional.

A principal festa religiosa do Raminho realiza-se anualmente no último domingo de Agosto em honra do Sagrado Coração de Jesus.

A Procissão dos Abalos

Na noite de 1 para 2 de Junho de 1867, após muitas semanas de intensa sismicidade, que provocou grandes danos nas freguesias de Serreta, Raminho e Altares, iniciou-se uma erupção submarina a cerca de 9 milhas naúticas da Ponta da Serreta, na área contígua à Baixa da Srreta, hoje cohecida por Vulcão da Serreta. A erupção estendia-se por uma faixa de mais de 2,5 milhas naúticas de comprido na direcção EW e terminou cerca de um mês depois. O local onde ocorreu é sensivelmente o da recente erupção de 1998 e 1999. Relembrando a procissão que foi deita na véspera da erupção, na freguesia do Raminho ainda se realiza anualmente, a 31 de Maio, a Procissão dos Abalos.

É uma procissão com um cariz diferente das restantes que se realizam na ilha, já que se faz de madrugada (por volta das 6:00 horas), em silêncio, transportando apenas as coroas da Irmandade do Divino Espírito Santo. Os participantes vestem as suas roupas de trabalho. Chegados ao alto da POnta do Raminho, em local sobranceiro ao ponto do mar onde se deu a erupção, há missa campal e sermão. A procissão regressa então à igreja do Raminho, com os participantes a ficar nas suas residências à medida que a procissão por elas passa.

Instituições da freguesia

  • Irmandade do Divino Espírito Santo — A mais antiga agremiação da freguesia, tem o seu império e dispensa nas proximidades da igreja paroquial.
  • Casa do Povo do Raminho — Instituição sócio-cultural e recreativa, detentora de edifício polivalente inaugurado a 10 de Junho de 1993. Naquele imóvel funcionou a Junta de Freguesia, hoje com edifício próprio, inaugurado no dia 25 de Abril de 2001. Alberga os serviços locais de segurança social e de saúde, com com serviços médicos e de enfermagem. Na vertente sócio-cultural, tem uma biblioteca, sala para actividades recreativas e culturais e um salão para bailes, banquetes e convívios.
  • Sociedade Recreativa do Raminho — Instituição sócio-cultural e recreativa com sala de espectáculos e bar.
  • Tuna do Raminho — agrupamento musical fundada a 13 de Novembro de 1993, na sequência dos cursos extra-escolares de música promovidos pela Junta de Freguesia. Inclui tocadores de viola da terra, violão, bandolim, violino e instrumentos de percussão. O repertório é constituído por música regional açoriana e música popular.
  • Agrupamento de Escuteiros.
  • Centro Social de Idosos São Francisco Xavier do Raminho — um pequeno lar de idosos sito à Presa Grande.

Património natural e construído

Personalidades

Diversas personalidades da vida cultural, social e política estiveram ligadas ao Raminho, entre as quais:

Cronologia

  • 1474 – Nesta data e devido à divisão da ilha Terceira nas capitanias da Praia e de Angra o Raminho é integrado no território da capitania de Angra.
  • 1684 – Nesta data e por decisão do então bispo de Angra, D. frei João dos Prazeres, a Ermida da Madre de Deus do lugar dos Folhadais, concelho de Angra do Heroísmo passa a ter cura nomeado.
  • 185625 de janeiro – Dada a necessidade de ampliação da Ermida da Madre de Deus, é emitido um pelo governador civil, Nicolau Anastácio de Bettencourt, para a formação de uma comissão fabriqueira encarregue de angariar fundos e de conduzir a obra.
  • 1861 – É terminada a obra de substituição da Ermida da Madre de Deus do Raminho, concelho de Angra do Heroísmo, por um novo templo de maior dimensão, constituído por três naves, espaçoso e em estilo neo–romântico. Tem duas torres de sineira e foi consagrada a São Francisco Xavier.
  • 1861 – A freguesia do Raminho, concelho de Angra do Heroísmo, é elevado a curato independente por provisão do bispo D. frei Estêvão de Jesus Maria, confirmada por decreto real do mesmo ano.[11]
  • 1864 – É feito o primeiro recenseamento populacional da freguesia do Raminho, pelos modernos critérios demográficos.[12]
  • 1867 – Na noite de 1 para 2 de junho de 1867, após muitas semanas de intensa sismicidade, que provocou grandes danos nas freguesias de Serreta, Raminho e Altares, iniciou-se uma erupção submarina a cerca de 9 milhas naúticas da Ponta da Serreta, na área contígua à Baixa da Serreta, hoje conhecida por Vulcão da Serreta. Este facto deu origem à Procissão dos Abalos que se realiza a 31 de maio de cada ano.
  • 1870 – Com o desmembrar do concelho de São Sebastião, a freguesia do Raminho é integrada no concelho de Angra do Heroísmo.
  • 1878 – Separação da paróquia do Raminho da Paróquia dos Altares, ambas do concelho de Angra do Heroísmo.
  • 1878 – 11 de julho – Por decreto recebido pelos raminhenses com Te Deum e sermão pregado por Monsenhor José Alves da Silva, o Raminho, concelho de Angra do Heroísmo, foi transformado em freguesia.[13]
  • 1880 – É fundado o Império do Divino Espírito Santo do Raminho.
  • 1960 – A freguesia do Raminho, concelho de Angra do Heroísmo é fortemente atingida pelo grande surto emigratórios para os Estados Unidos ao abrigo do Kennedy-Pastore Act.[14]
  • 199313 de novembro – é criada a Tuna do Raminho, agrupamento musical com origem em cursos extra-escolares de música promovidos pela Junta de Freguesia. Inclui tocadores de viola da terra, violão, bandolim, violino e instrumentos de percussão. O repertório é constituído por música regional açoriana e música popular.
  • 1980 – Chega a distribuição domiciliária de água à freguesia do Raminho, concelho de Angra do Heroísmo.
  • 1980 – O Terramoto de 1 de janeiro de 1980 causou graves danos à freguesia do Raminho, concelho de angra do Heroísmo, obrigando à reconstrução da quase totalidade do seu parque habitacional.
  • 199310 de junho – É inaugurada a Casa do Povo do Raminho, instituição sócio-cultural e recreativa, detentora de edifício polivalente destinada a uso comunitário.
  • 200125 de abril – É Inaugurado o edifício da Junta de Freguesia do Raminho.

Referências

  1. Instituto Nacional de Estatística (2002), XIV Recenseamento Geral da População. Lisboa, Instituto Nacional de Estatística.
  2. Legislação especial passado pelo Congresso dos Estados Unidos em 1958, após a erupção do Vulcão dos Capelinhos, que permitiu a entrada de 2000 famílias açorianas naquele país. Como as leis de imigração nos Estados Unidos permitiam a reunificação familiar, esta leva inicial teve um extraordinário efeito multiplicador, permitindo nas décadas seguintes a partida de mais de 120 000 açorianos.
  3. Eram solos férteis que ficaram recobertos pela pedra-pomes emitida durante a erupção que deu origem à doma do Biscoito da Fajã. A terra manteve a sua fertilidade apesar do recobrimento, pelo que os agricultores abriam grandes covas, que desciam abaixo da base do depósito pomítico, para retirar o material que depois estendiam sobre a bagacina.
  4. Francisco Ferreira Drumond, Anais da Ilha Terceira, vol. I., Segunda Época, Cap. V.
  5. Francisco Ferreira Drumond, Anais da Ilha Terceira, vol. I., Segunda Época, Cap. V.
  6. Rute Dias Gregório, Terra e Fortuna: os primórdios da humanização da ilha Terceira (1450?-1550). Ponta Delgada, Centro de História de Além-mar, 2008 (ISBN 978-989-95563-1-7).
  7. Francisco Ferreira Drummond, op. cit., vol. I., cap. IV.
  8. A localidade era então conhecida por Raminho dos Folhadais ou simplesmente Folhadais.
  9. a b Alfredo Lucas, op. cit., p. 219.
  10. José Rodrigues Ribeiro, op. cit, p. 148.
  11. [Padre Alfredo Lucas Sampaio, op. cit., p. 219.]
  12. DREPA (Aspectos demográficos - Açores 1978) e Serviço Regional de Estatística dos Açores (SREA.
  13. [Padre Alfredo Lucas Sampaio, op. cit., p. 219.]
  14. Em 1958 e após a erupção do Vulcão dos Capelinhos, que permitiu a entrada de 2000 famílias açorianas naquele país. Como as leis de imigração nos Estados Unidos permitiam a reunificação familiar, esta leva inicial teve um extraordinário efeito multiplicador, permitindo nas décadas seguintes a partida de mais de 120 000 açorianos.

Ligações externas