Rebelião tuaregue (1990–1995)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Rebelião tuaregue (1990–1995)
Rebeliões tuaregues

Áreas onde um número significativo de tuaregues vivem
Data 1990-1995
Local Norte do Mali e Niger
Desfecho Acordos de paz de 1995
Beligerantes
Mali Mali:
Exército do Mali, milícia Ganda Koi
Níger Niger:
Exército do Niger
Mali:
Frente Islâmica Árabe de Azauade (FIAA),
Movimento Popular para a Libertação da Azauade (MPLA),
Frentes e Movimentos Unidos de Azauade (MFUA).
Niger:
Frente de Libertação de Aïr e Azaouak (FLAA),
Frente de Libertação de Tamoust, (FLT),
Coalizões CRA & ORA (1994-95)
Apoiados por:
Líbia Líbia
[1]

A rebelião tuaregue de 1990 a 1996 foi uma revolta dos tuaregues, que buscavam autonomia ou a criação de seu próprio país, ocorrida no Mali e no Níger ao mesmo tempo. A rebelião aconteceu após uma fome feroz que afetou a região durante a década de oitenta em conjunto com uma forte repressão e crises políticas nos dois países, que também levaram a uma crise de refugiados.

No Mali, a rebelião começou em 1990, quando tropas do governo atacaram Gao, a repressão militar foi sangrenta. Uma das reivindicações mencionadas era a incapacidade dos soldados tuaregues terem acesso a posições mais altas no exército. O conflito diminuiu após Alpha Oumar Konaré formar um novo governo e fazer reparações em 1992. Além disso, o Mali criou uma nova região autônoma, a região de Quidal, e uma maior integração da sociedade tuaregue do Mali.

Em 1994, uma força de tuaregues treinados e armados pela Líbia atacaram Gao o que levou a terríveis represálias do exército contra esta etnia, reativando a guerra civil; o governo como parte de seu esforço de guerra cria a milícia songai Ganda Koi. A guerra finalmente terminou em 1996, quando foram queimadas simbolicamente 3000[2] armas em Tombuctu pondo fim ao conflito.

No Níger, os confrontos ocorreram em Aïr desde 1990, a cidade de Agadez, um centro turístico, Arlit, uma cidade de mineração de urânio do qual é extraído, e In-Gall, centro de comércio regional histórico, foram fortemente guarnecidos por soldados e os estrangeiros foram evacuados. Os ataques foram poucos, a resposta não foi eficaz, mas um grande prejuízo econômico ocorreu. Os dois principais grupos rebeldes tuaregues assinaram uma trégua em 1994 e iniciaram negociações, embora ambos os grupos começaram a confrontar-se em 1995, quando morreu em um acidente suspeito um líder rebelde, a guerra reiniciou-se.

Finalmente, o governo chegou a um acordo de paz negociado em Ouagadougou em 15 de abril de 1995, com todos os rebeldes tuaregues (e alguns tubus). A maior parte dos combates terminaram, embora os últimos grupos rebeldes foram desmobilizados em 1998. O governo concordou em absorver alguns dos antigos rebeldes nas forças armadas e, com a ajuda francesa, ajudar os outros a regressarem à vida civil produtiva. Houve controvérsia sobre os conflitos políticos pela integração dos tuaregues, em termos da vida econômica os tuaregues alcançaram a reconstrução aderindo ao comércio, mineração e turismo.

Grupos rebeldes[editar | editar código-fonte]

Organização Forças Nota
Mali 12.000 rebeldes (1996)[3] 2.500 mortos (1990-1996).[3]
MFUA 7.000 (1995)[4] Grupo fundado pela união entre o FIAA e o MPLA
entre 1991-1992 pelos acordos de Tamanrasset.
Os acordos de paz de 1992 e 1995 alcançou a desmobilização de seus membros.
FIAA - Liderado por Zahabi Ould Sidi Mohamed, criado em 1990.
MPLA ou MPA 7.000-8.000 (1992)[5] Criado em 1988 na Líbia.
ARLA - Em 1991 se uniu ao MFUA.
PLFA - Se uniu ao MFUA.
FLNA - -
AGT - -
FULA - -
MPGK - Fundado en 1994.
Niger 4.000 rebeldes (1995)[6] 1.000 (1990-1997)[7]
FLAA - -
FLT - Dirigido por Mano Dayak, que faleceu em 1995 em um estranho acidente de avião quando iria negociar com o governo, sua morte provocou o reinício do conflito.

Referências

  1. University of Sherbrooke, ethnic violence data:
    1990–1995 Mali 1 000 Violences ethniques (Tuareg)
    1990–1997 Niger 1 000 Violences ethniques (Azawad et Toubou)
    OnWar, citing US Gov, gives 7000 Malian rebels integrated into the military in 1995-96.
  2. Anuario 2009 de los Procesos de Paz. ECP pp.28-34
  3. a b Anuario 2009 de los Procesos de Paz. ECP pp.28-34
  4. Mali Civil War 1990-1996
  5. World Bank Publications: Paul Collier, V. L. Elliot, Håvard Hegre, Anke Hoeffler, Marta Reynal-Querol & Nicholas Sambanis (2003). Breaking the Conflict Trap: Civil War and Development Policy. Washington DC: Oxford University Press. ISBN 978-0-82138-641-5.
  6. Niger | Child Soldiers Global Report 2008
  7. Perspective Monde - University of Sherbrooke, ethnic violence data

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Baz Lecocq (2004). Unemployed Intellectuals in the Sahara: The Teshumara Nationalist Movement and the Revolutions in Tuareg Society. International Review of Social History, 49, pp 87–109

Ligações externas[editar | editar código-fonte]