República Centro-Africana
República Centro-Africana République centrafricaine (francês) Ködörösêse tî Bêafrîka (sango) | |
Lema: "Unité, Dignité, Travail" ("Unidade, Dignidade, Trabalho") | |
Hino nacional: La Renaissance "A Renascença" | |
Gentílico: centrafricano(a), centro-africano(a)[1] | |
Capital | Bangui |
Cidade mais populosa | Bangui |
Língua oficial | Francês, Sangho |
Governo | Governo provisório |
• Presidente | Catherine Samba-Panza |
• Primeiro-ministro | Mahamat Kamoun |
Independência | da França |
• Data | 13 de agosto de 1960 |
Área | |
• Total | 622.984 km² (42.º) |
• Água (%) | <0,1 |
Fronteira | Chade (N), Sudão e Sudão do Sul (E), República Democrática do Congo, República do Congo (S), e Camarões (W) |
População | |
• Estimativa para 2014[2] | 5 277 959 hab. (117.º) |
• Densidade | 6 hab./km² (192.º) |
PIB (base PPC) | Estimativa de 2007 |
• Total | US$ : 3.101 bilhões (162.º) |
• Per capita | US$ : 726 (170.º) |
IDH (2014) | 0,350 (187.º) – baixo[3] |
Gini (1993[4]) | 61,3 |
Moeda | Franco CFA (XAF )
|
Fuso horário | (UTC+1) |
Cód. ISO | CAF |
Cód. Internet | .cf |
Cód. telef. | +236
|
A República Centro-Africana ou, raramente, República da África Central é um país localizado no centro da África, limitado a norte pelo Chade, a nordeste pelo Sudão, a leste pelo Sudão do Sul, a sul pela República Democrática do Congo e pela República do Congo, e a oeste pelos Camarões. A capital do país é a cidade de Bangui.
A maior parte da República Centro-Africana consiste em savanas, mas o país também inclui uma zona Sahel-sudanesa no norte e uma zona de floresta equatorial no sul. Dois terços do país estão na bacia do rio Ubangui (que desemboca no rio Congo), enquanto o terço restante está localizado na bacia do Chari, que desemboca no Lago Chade.
O que hoje é a República Centro-Africana foi habitada há milênios. No entanto, as fronteiras atuais do país foram estabelecidas pela França, que governou o país como uma colônia a partir do final do século XIX. Depois de conquistar a independência da França em 1960, a República Centro-Africana foi governada por uma série de líderes autocráticos. Na década de 1990, as chamadas para a democracia culminaram nas primeiras eleições democráticas multipartidárias em 1993, quando Ange-Félix Patassé tornou-se presidente. Em 2003, através de um golpe de Estado, o general François Bozizé destituiu Patassé e assumiu o poder. A guerra civil no país se iniciou em 2004 e, apesar de um tratado de paz em 2007 e outro em 2011, eclodiram os combates entre o governo, muçulmano, e facções cristãs em dezembro de 2012, levando a uma limpeza étnica e religiosa e deslocamentos populacionais massivos em 2013 e 2014.
Apesar de suas jazidas minerais significativas e outros recursos, tais como reservas de urânio, petróleo, ouro, diamantes, madeira e energia hidrelétrica, bem como quantidades significativas de terras aráveis, a República Centro-Africana está entre os dez países mais pobres do mundo.
História
A antiga colônia francesa de Ubangui-Chari fez parte da África Equatorial Francesa. Em 1958, tornou-se república dentro da Comunidade Francesa e totalmente independente em 1960.
Em 1976, seu presidente, Jean-Bédel Bokassa, declarou-a império e a si próprio imperador. Após denúncias de atrocidades, ele foi deposto em 1979, e o país voltou a ser República. A instabilidade política persistiu e, em 1981, o general André Kolingba tomou o poder.
O governo civil foi restaurado em 1986, com Kolingba ainda presidente. Houve reivindicações por eleições multipartidárias e o Movimento Democrático pela Renovação e Evolução na África Central (MDREC) foi constituído. Uma conferência constitucional fracassou em 1992 e o líder do MDREC foi aprisionado. Em 1993, ocorreram eleições livres, vencidas no segundo turno por Ange-Félix Patassé, ex-primeiro-ministro do governo Bokassa.
Em 2003, um golpe de Estado depôs Patassé, e o líder rebelde François Bozizé assumiu o poder. Dois anos depois, ele organizou eleições presidenciais e as venceu em segundo turno.[5] Em 2013, Bozizé foi deposto por um novo golpe, após a coalizão rebelde Seleka assumir o controle da capital e forçar a fuga do ex-presidente para Camarões.[6]
Geografia
A República Centro-Africana é um dos poucos países africanos sem saída para o mar. O terreno é pouco acidentado, tendo as suas maiores altitudes nos restos do maciço de Adamaoua, que chega dos Camarões, a noroeste, e no maciço dos Bongo, a nordeste. A sul, é marcado pelos vales dos rios Ubangui e Boma. A floresta tropical resume-se à extremidade sudoeste e a algumas zonas dispersas pelo sul, sendo o restante território ocupado por savana, cada vez mais seca à medida que se caminha para norte e se aproxima do Sahel. A maior cidade é, de longe, a capital, Bangui.
Demografia
A população quase quadruplicou desde a independência. Em 1960, a população era de 1.232.000, enquanto em 2009 a população já era de 4.444.000. Nota: As estimativas para este país levam em conta os efeitos do excesso de mortalidade devido à SIDA, o que pode resultar em menor expectativa de vida, alta mortalidade infantil e taxas de mortalidade, menor população e as taxas de crescimento, e as mudanças na distribuição da população por idade e sexo do que seria esperado. As Organizações das Nações Unidas estimam que cerca de 11% da população entre os 15 e 49 anos é portador do vírus do HIV.[7] Apenas 3% do país tem a terapia antirretroviral disponível, em comparação com 17% de cobertura nos países vizinhos do Chade e da República do Congo.[8]
A nação está dividida em mais de 80 grupos étnicos, cada um com sua própria língua. Os maiores grupos étnicos são os Baya (33%), Banda (27%), Mandjia (13%), Sara (10%), MBOUM (7%), M'Baka (4%) e Yakoma (4%), com os outros 2%, incluindo descendentes de europeus, principalmente franceses. As principais línguas são o Sangho (língua materna para 17% da população) e o Manza (11%). A língua oficial é o francês.
Religião
Os cristãos formam 66 por cento da população, enquanto 18 por cento da população mantém elementos das religiões tradicionais africanas. O Islão é praticado por cerca de 15 por cento da população do país.
Há muitos grupos missionários que operam no país, incluindo os luteranos, baptistas, católicos, os mórmons e as Testemunhas de Jeová. Embora estes missionários sejam predominantemente dos Estados Unidos, França, Itália e Espanha, muitos são também da Nigéria, República Democrática do Congo e outros países africanos. Muitos missionários deixaram o país devido aos combates entre rebeldes e forças do governo em 2002 e 2003. Muitos já voltaram para o país e retomaram as suas actividades.
Cidades mais populosas
República Centro-Africana http://www.geonames.org/CF/largest-cities-in-central-african-republic.html | Cidades mais populosas da |||||||||||
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Bangui | |||||||||||
Posição | Localidade | Província | Pop. | ||||||||
1 | Bangui | Bangui | 542 393 | ||||||||
2 | Bimbo | Ombella-M'Poko | 129 655 | ||||||||
3 | Mbaiki | Lobaye | 67 132 | ||||||||
4 | Berbérati | Mambéré-Kadéï | 61 815 | ||||||||
5 | Kaga-Bandoro | Nana-Grébizi | 56 520 | ||||||||
6 | Bozoum | Ouham-Pendé | 40 201 | ||||||||
7 | Carnot | Mambéré-Kadéï | 38 071 | ||||||||
8 | Sibut | Kémo | 34 267 | ||||||||
9 | Bambari | Ouaka | 32 547 | ||||||||
10 | Bria | Haute-Kotto | 29 027 |
Política
A República Centro-Africana é uma república presidencialista. O presidente é o chefe de Estado e o chefe de governo, eleito por voto popular para um período de seis anos. É ele quem indica o primeiro-ministro e preside o conselho de ministros.
Até o golpe de Estado contra François Bozizé, em 2013, o país contava com uma Assembleia Nacional composta por 105 membros, eleitos para um período de cinco anos através de eleição em dois turnos.[6]
Subdivisões
A República Centro-Africana divide-se em 14 prefeituras administrativas, 2 prefeituras econômicas e 1 comuna autônoma. As 14 prefeituras são:
- Bamingui-Bangoran
- Basse-Kotto
- Haute-Kotto
- Haut-Mbomou
- Kémo
- Lobaye
- Mambéré-Kadéï
- Mbomou
- Nana-Mambéré
- Ombella-M'Poko
- Ouaka
- Ouham
- Ouham-Pendé
- Vakaga
Economia
É um país de economia bastante agrícola: agricultura de subsistência (mandioca, millhete, inhame, milho, etc.) e de exportação (café e algodão), e criação de gado . A principal fonte de riqueza mineral é a produção de diamantes. A industrialização limita-se ao beneficiamento de produtos minerais e vegetais. As rendas provenientes do turismo não cobrem seu déficit comercial, o que o torna um dos países mais pobres do mundo. Tal situação é agravada pelo isolamento geográfico, que contribui para desaquecer a exploração de urânio (em Bakuma), além de limitar as exportações (café, algodão, madeira, diamantes) do país. O turismo é a nova e crescente fonte de divisas.
Infraestrutura
Saúde
A Esperança de vida feminina ao nascer era de 48,2 anos e a esperança de vida do sexo masculino ao nascer era estimada em 45,1 anos em 2007. A taxa de fertilidade é de cerca de cinco nascimentos por mulher.[10] A despesa pública em saúde foi em estimada em U$ 20 por pessoa em 2006[10] . Havia 8 médicos por 100.000 pessoas em 2004.[11] Despesa pública na saúde era de 10,9% das despesas totais do governo em 2006[10] .
Cultura
A cultura da República Centro-Africana varia muito entre os povos e grupos étnicos. Um importante grupo étnico é composto pelos Bantus, em particular as pessoas comuns do Congo e Camarões, divididas em miríades de pessoas muito ligadas ao grupo local. Assim, cada "grande" cidade tem o seu povo, seu idioma (próximo do sango) e uma recente história vinculada aos políticos e os seus homens de poder.
Data | Nome em português | Nome local | Observações |
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13 de agosto | Dia da Independência | Fête de l'Indépendance | |
29 de março | Morte de Bartolomeu Boganda | Décès du Fondateur Barthélémy Boganda | Fundador do país |
Referências
- ↑ Portal da Língua Portuguesa, Dicionário de Gentílicos e Topónimos da República Centro-Africana
- ↑ «Central African Republic - Population (em português: República Centro-Africana - População» 🔗 (em inglês). CIA - The World Factbook. 2014. Consultado em 9 de agosto de 2014
- ↑ «Human Development Report 2015» (PDF) (em inglês). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 14 de dezembro de 2015. Consultado em 24 de dezembro de 2015
- ↑ «Distribution of family income – Gini index». The World Factbook. CIA. Consultado em 1 de setembro de 2009
- ↑ European Commission - Biografia de François Bozizé (em inglês)
- ↑ a b «Rebeldes tomam capital da República Centro-Africana e presidente foge». Consultado em 25 de março de 2013
- ↑ «Countries». Consultado em 2 de abril de 2010
- ↑ [1]
- ↑ ARDA (2010). «Kenya». The World Factbook. Consultado em 23 January 2010 Verifique data em:
|acessodata=
(ajuda) - ↑ a b c «Human Development Report 2009 - Central African Republic». Consultado em 2 de abril de 2010
- ↑ «WHO Country Offices in the WHO African Region - WHO». Consultado em 2 de abril de 2010 Texto " Regional Office for Africa" ignorado (ajuda)
Ver também
Ligações externas
- «Os Pigmeus africanos». Cultura e música dos primeiros habitantes da República Centro-Africana
- ONU. «República Centro-Africana (RCA) - ONU Brasil». Consultado em 25 de março de 2014
- UNOCHA. «República Centro-Africana (RCA) - UNOCHA» (em inglês). Consultado em 25 de março de 2014