República Florentina

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.



Repubblica Fiorentina
República de Florença

Cidade-estado


 

1115 – 1532
Flag Brasão
Bandeira Brasão
Localização de Florença
Localização de Florença
Continente Europa
Capital Florença (Firenze)
Língua oficial Toscano, Latim
Religião Igreja Católica Romana
Governo República oligárquica
História
 • 1115 Fundação
 • 1532 Elevação a Ducado pelo Papa Clemente VII
Moeda Florim florentino

A República de Florença, oficialmente a República Florentina (em italiano: Repubblica Fiorentina, pronúncia [reˈpubblika fjorenˈtiːna], ou Repubblica di Firenze), foi um estado medieval e moderno centrado na cidade italiana de Florença, na Toscana.[1][2] A república originou-se em 1115, quando o povo florentino se rebelou contra a Margraviata da Toscana após a morte de Matilde da Toscana, que controlava vastos territórios que incluíam Florença. Os florentinos formaram uma comuna no lugar de seus sucessores.[3] A república era governada por um conselho conhecido como Signoria de Florença. A signoria era escolhida pelo gonfaloniere (governante titular da cidade), que era eleito a cada dois meses pelos membros da guilda florentina.

Durante a história da República, Florença foi uma importante força cultural, econômica, política e artística na Europa. Sua moeda, o florim, tornou-se um padrão monetário mundial.[4] Durante o período republicano, Florença foi também o berço do Renascentismo, que é considerado um período fervoroso de “renascimento” cultural, artístico, político e econômico europeu”.[5]

A república tinha uma história conturbada de golpes e contragolpes contra várias facções. A facção Médici ganhou o governo da cidade em 1434 sob Cosme de Médici. Os Médici mantiveram o controle de Florença até 1494. João de Médici (mais tarde Papa Leão X) reconquistou a república em 1512.

Florença repudiou a autoridade Médici pela segunda vez em 1527, durante a Guerra da Liga de Cognac. Os Médici reassumiram seu domínio em 1531 após um cerco de onze meses à cidade, auxiliados pelo imperador Carlos V.[6] O Papa Clemente VII, ele próprio um Médici, nomeou seu parente Alexandre de Médici como o primeiro "Duque da República Florentina", transformando assim a República em uma monarquia hereditária.[6][7]

O segundo duque, Cosme I, estabeleceu uma forte marinha florentina e expandiu seu território, conquistando Siena. Em 1569, o papa declarou Cosme o primeiro grão-duque da Toscana. Os Médici governaram o Grão-Ducado da Toscana até 1737.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Itália em 1084, mostrando o Marquesado da Toscana

A cidade de Florença foi fundada em 59 a.C. por Júlio César. Desde 846 d.C., a cidade fazia parte do Marquesado da Toscana. Depois que a governante feminina do marquesado, Matilda da Toscana, morreu em 1115, a cidade não se submeteu prontamente ao seu sucessor Rabodo (r. 1116–1119), que foi morto em uma disputa com a cidade.

Não se sabe exatamente quando Florença formou seu próprio governo republicano/oligárquico independente do marquesado, embora a morte de Rabodo em 1119 deva ser um ponto de virada. A primeira menção oficial da república florentina foi em 1138, quando várias cidades ao redor da Toscana formaram uma liga contra Henrique X da Baviera. O país era nominalmente parte do Sacro Império Romano-Germânico.[3]

De acordo com um estudo realizado por Enrico Faini da Universidade de Florença,[8] havia cerca de quinze antigas famílias aristocráticas que se mudaram para Florença entre 1000 e 1100: Amidei, Ardinghi, Brunelleschi, Buondelmonti, Caponsacchi, Donati, Fifanti, Gherardini de Montagliari, Guidi, Nerli, Porcelli, Sacchetti, Scolari, Uberti e Visdomini.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Brucker, Gene A. (1998). Florence: The Golden Age 1138-1737. [S.l.: s.n.] ISBN 0-520-21522-2 
  2. Najemy ().
  3. a b «History of Florence». Aboutflorence.com. Consultado em 26 de maio de 2009. Cópia arquivada em 1 de agosto de 2020 
  4. «Florence - Climate». Encyclopædia Britannica (em inglês). Consultado em 19 de outubro de 2021. Cópia arquivada em 17 de abril de 2015 
  5. «Renaissance». HISTORY (em inglês). Consultado em 19 de outubro de 2021. Cópia arquivada em 19 de outubro de 2021 
  6. a b Goudriaan (2018), p. 8-9.
  7. Strathern (2007), p. 321.
  8. See: Jean-Claude Maire Vigueur and Andrea Zorzi ("Il gruppo dirigente fiorentino nell'età consolare" n "Archivio Storico", CLXII (2004), p. 210)

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Crum, Roger J.; Paoletti, John T., eds. (2008). Renaissance Florence: A Social History. [S.l.]: Cambridge University Press 
  • Fletcher, Catherine (2016). The Black Prince of Florence: The Spectacular Life and Treacherous World of Alessandro de' Medici. [S.l.]: Bodley Head 
  • Goudriaan, Elisa (2018). Florentine Patricians and Their Networks: Structures Behind the Cultural Success and the Political Representation of the Medici Court (1600-1660). [S.l.]: Brill 
  • Hale, John Rigby (2001). Florence and the Medici. [S.l.: s.n.] ISBN 1-84212-456-0. (pede registo (ajuda))  Parâmetro desconhecido |orig-date= ignorado (ajuda)
  • Hattendorf, John B.; Unger, Richard W., eds. (2003). War at Sea in the Middle Ages and the Renaissance. [S.l.]: The Boydell Press 
  • Landon, William J. (2013). Lorenzo di Filippo Strozzi and Niccolo Machiavelli. [S.l.]: University of Toronto Press 
  • Langdon, Gabrielle (2006). Medici Women: Portraits of Power, Love and Betrayal from the Court of Duke Cosimo I. [S.l.]: University of Toronto Press 
  • Najemy, John M. (2006). A history of Florence 1200-1575. [S.l.: s.n.] ISBN 978-1-4051-1954-2 
  • Strathern, Paul (2007). The Medici: Godfathers of the Renaissance. [S.l.: s.n.] p. 321. ISBN 978-0-099-52297-3  Parâmetro desconhecido |orig-date= ignorado (ajuda)
  • van Veen, Henk Th. (2013). Cosimo I De' Medici and His Self-Representation in Florentine Art and Culture. [S.l.]: Cambridge University Press