Reserva Extrativista Marinha do Corumbau

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Reserva Extrativista Marinha do Corumbau
Categoria VI da IUCN (Área Protegida de Manejo de Recursos)
Reserva Extrativista Marinha do Corumbau
Ponta do Corumbaú em Prado, Bahia, Brasil
Localização Bahia, Brasil
Dados
Área 89.500 hectares
Criação 21 de setembro de 2000
Gestão ICMBio
Coordenadas 16° 43' 20.41" S 39° 07' 11.95" O
Reserva Extrativista Marinha do Corumbau está localizado em: Brasil
Reserva Extrativista Marinha do Corumbau

A Reserva Extrativista Marinha de Corumbau (RESEX Corumbau) se situa no extremo sul do estado da Bahia, tendo como limite norte, a "Praia do Espelho", município de Porto Seguro, e como limite sul a "Praia das Ostras", no município de Prado.[1]

Está incluída nos destinos turísticos baianos "Costa do Descobrimento" e "Costa das Baleias". Possui área aproximada de 90.000 ha, abarcando o cinturão marinho de oito milhas náuticas a partir da Linha de Preamar Média (LPM), numa extensão de cerca de 65 km de costa.[1]

A RESEX Corumbau, foi criada por decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União em 21 de setembro de 2000, a partir da mobilização da comunidade tradicional de pescadores artesanais. Tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura da população extrativista tradicional da área, e garantir a exploração auto-sustentável e a conservação dos seus recursos naturais.[2]

A população tradicional beneficiária da Resex é fortemente marcada pela descendência da etnia Pataxó, possuindo algumas aldeias entre as localidades que a compõem.[1] A comunidade, que tem no extrativismo pesqueiro sua principal fonte de vida, é composta de cerca de 650 famílias e está distribuída por nove localidades assim chamadas: Curuípe, Nova Caraíva, Caraíva, Aldeias Indígenas de Barra Velha e Bujigão, em Porto Seguro, e Corumbau, Veleiro, Imbassuaba e Cumuruxatiba, em Prado.

Biodiversidade[editar | editar código-fonte]

Essa Unidade de Conservação de Uso Sustentável compõe a "Região dos Abrolhos" e abriga importantes ecossistemas deste.

A "Região dos Abrolhos" é a de maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul, abriga todas as espécies de corais-pétreos do Atlântico Sul, com a existência de espécies de coral endêmicas, como o Mussismilia braziliensis (coral cérebro), o Favia leptophylla e os octocorais Olindagorgia gracilis, Plexaurella regia e Muricea flammea, entre outros organismos marinhos tais como moluscos e crustáceos.[1]

A região é a principal área de reprodução da baleia-jubarte, (Megaptera novaengliae), espécie citada na Lista Oficial de Espécies Ameaçadas de Extinção, que no período de julho a outubro estimulam expedições turísticas de observação saindo das comunidades da RESEX, especialmente de Cumuruxatiba, que tem esse elemento como um de seus atrativos.[1]

Tartarugas marinhas, também citadas na Lista, usam a área principalmente para alimentação. Algumas espécies, como a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), também desovam nas praias da região, inclusive nas pertencentes à Resex Corumbau.[1]

Em meio a estes ecossistemas, existem bancos pesqueiros onde são explorados camarões e peixes de vital importância econômica para as comunidades locais.

A Resex Corumbau também abrange ecossistemas de manguezais, especialmente na foz dos rios Caraíva, Corumbau e Cahy que se encontram em bom estado de conservação.[1]

A percepção da importância estratégica da manutenção das práticas tradicionais de exploração, para o alcance das expectativas relacionadas com a sustentabilidade ecológica e cultural foi o motor da criação das Resex.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g «Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Reserva Extrativista Marinha de Corumbau». www.icmbio.gov.br. Consultado em 7 de maio de 2018 
  2. «Decreto de 21 de Setembro de 2000». www.planalto.gov.br. Presidência da República. 21 de setembro de 2000. Consultado em 7 de maio de 2018 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • ICMBio. Página do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério do Meio Ambiente. Acessado em 7 de maio de 2018.