Revista Tição

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Tição foi uma revista brasileira editada em Porto Alegre, capital do estado do Rio Grande do Sul, e que circulou entre 1978 a 1982[1].

A revista surgiu como um desenvolvimento paralelo do Grupo Palmares de ativismo negro.[2] Abordava a questão do racismo na sociedade gaúcha e na sociedade brasileira. O grupo que editou a publicação era formado por jornalistas, publicitários, poetas, professores e estudantes.

A editora responsável pela revista foi Vera Daisy Barcellos, que trabalhava no jornal Zero Hora.

No ano de 1976, o grupo de jornalistas, publicitários, poetas, professores e estudantes, os editores, redatores, ilustradores e fotógrafos da Revista Tição realizou reuniões na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Porto Alegre, na sede que ficava na Rua da Praia (rua dos Andrada, no centro de Porto Alegre). Era presidente do Sindicato dos Jornalistas Antonio Oliveira.

Para angariar fundos e promover a publicação, o grupo também promoveu o espetáculo Música Negra do Sul, no Clube Náutico Marcílio Dias, no bairro Praia de Belas. A atração da noite foi o conjunto Café, Som & Leite, que tinha entre seus expoentes o Maestro Lua do piston; o ritmista e cantor Roxo, e o cantor e compositor Wilson Ney.

O primeiro número da revista circulou em 1978, exibindo na capa a imagem de uma criança e, na contracapa, uma série de imagens de um operário vestindo macacão e fazendo sua refeição, comendo um sanduíche numa praça. O segundo número teve em sua capa a fotografia de um amalá de Xangô (oferenda para o orixá Xangô, protetor dos intelectuais e da justiça). As fotografias não foram assinadas bem como os textos da revista.

A vendagem da publicação foi realizada ao preço de cinco cruzeiros, em bancas de jornais da Rua da Praia e da Avenida Borges de Medeiros (local de concentração de jovens negros, no final da tarde, durante os dias de semana), e também no campus universitário da UFRGS, no Parque da Redenção, e nos bares da Esquina Maldita da Avenida Oswaldo Aranha.

Membros do corpo jornalístico[editar | editar código-fonte]

  • Oliveira Silveira (poeta),
  • Emilio Chagas (escritor e publicitário),
  • Ricardo Blue (artista gráfico, professor)
  • Ademir Chumbinho (artista gráfico e sambista)
  • Jeanice Ramos (jornalista e publicitária)
  • Edilson Nabarro (sociólogo)
  • Jorge Freitas (jornalista)
  • Jones Lopes (jornalista)
  • Ceres Santos (estudante de jornalismo da PUC)
  • Jaqueline Joner (fotógrafa)
  • Matias (fotógrafo)
  • Eneida Serrano (fotógrafa)
  • Irene Santos (fotógrafa)
  • Maria Lídia Magliani (artista plástica, artista gráfica e ilustradora)
  • Ferré (ilustrador)
  • Juvenal (ilustrador)
  • José Walter Castro Alves (redator, repórter da ZH)
  • Ademar Vargas de Freitas (redator, do Jornal Exemplar, editado pelo Clube do Professor)
  • Thaís Cornely (ilustradora)
  • Nazaré (jornalista)

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. http://www.planalto.gov.br/seppir/informativos/120.htm
  2. Campos, Deivison Moacir Cezar de. O grupo Palmares (1971-1978): um movimento negro de subversão e resistência pela construção de um novo espaço social e simbólico. Mestrado. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, 2006, p. 65