Reiquiavique

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Reykjavík
Reiquiavique
Vista de Reykjavík a partir da Hallgrímskirkja
Vista de Reykjavík a partir da Hallgrímskirkja
Vista de Reykjavík a partir da Hallgrímskirkja
Bandeira oficial de Reykjavík Reiquiavique
Brasão oficial de Reykjavík Reiquiavique
[[Bandeira de Reykjavík
Reiquiavique|Bandeira]]
[[Brasão de Reykjavík
Reiquiavique|Brasão]]
País  Islândia
Círculo eleitoral Reykjavík Norte
Reykjavík Sul
Fundada em 870
Prefeito Jón Gnarr
Área  
  Total 274,5 km²
População  
  Cidade (2009) 119.845
    Densidade   413/km²
  Metro 201.000
Códigos postais: 101/155
Website: www.rvk.is
Reiquiavique
Coordenadas 64° 8' N 21° 56' O
Reiquiavique está localizado em: Islândia
Reiquiavique

Reiquiavique (em português)[1][2][3][4][5][6][nota 1] ou Reykjavík (pronúncia em islandês[ˈreiːc(j)aˌviːk] (escutar); literalmente: baía fumegante), é a capital da Islândia e, pela sua posição, é também a capital mais setentrional do mundo.[7] Durante o inverno, os dias duram quatro horas e no verão as noites não existem. A cidade situa-se a 64° 04' de latitude norte, muito perto do círculo polar ártico, numa zona rica em gêiseres, no lugar mesmo onde se instalaram os primeiros colonos conduzidos por Ingólfur Arnarson. Em 1786, a associação de 302 habitantes deu origem à atual cidade. É a cidade mais povoada da Islândia, com mais de sessenta por cento da população do país.

Ademais de ser a maior cidade do país, concentrando mais de sessenta por cento da população da Islândia, Reiquiavique é um ativo centro comercial, político, industrial e cultural, onde estão concentrados as instituições políticas, as bibliotecas, os museus, as universidades, os escritórios centrais de comunicação (rádio, televisão e imprensa escrita), os teatros e as orquestras, os cursos de justiça, piscinas ao ar livre e os estádios de esportes (desportos, em português europeu), as infraestruturas marítimas, aéreas e as companhias de transporte coletivo e as fábricas, entre as quais as fábricas de conservas de peixes.

O parlamento (construído em 1881) e a casa dos governos (dedicada aos mediadores do século XVIII) encontram-se no centro histórico de Reykjavík. A universidade e os seus bairros estudantis, o Museu Nacional e a Casa Nórdica (concebida pelo famoso arquiteto finlandês Alvar Aalto) são reagrupados em um bairro à parte. A cidade possui numerosas igrejas cristãs, antigas e novas, entre outras a Catedral do Parlamento e a grande Hallgrímskirkja. O Museu Folclórico de Arbaer, na periferia leste da cidade, exibe a velha prefeitura de Reykjavík, reconstituída no seu estilo original, e também uma igreja tradicional rural e uma exploração agrícola. Um dos rios mais ricos em salmões corre exatamente através do setor leste da capital. Há no centro histórico um lago que, de acordo com a lenda, descontaminou a cidade.

História

870: O agrupamento

Ingólfur Arnarson.

Pensa-se que os primeiros colonos noruegueses chegaram na zona de Reykjavík levados por Ingólfur Arnarson aproximadamente no ano de 870. Isto está documentado no Landnámabók (o Livro da Colonização). O livro faz menção dos vapores de uma fonte térmica natural, e também que a cidade recebeu o nome de Reykjavík, que em islandês significa "baía fumegante".

1752: Industrialização

Reykjavík não é mencionada em nenhuma fonte medieval, exceto como terra de exploração agrícola regular, mas o século XVIII foi o início da concentração urbana. As regras dinamarquesas aplicadas à Islândia apoiaram ideias de uma indústria doméstica na Islândia que impulsionaram um progresso tão necessário à ilha. Em 1752, o rei da Dinamarca deu o domínio de Reykjavík às Corporações Innréttingar; o nome vem do dinamarquês (indretninger) e significa empresas. Na década de 1750, várias casas foram construídas para abrigar a indústria de , que seria o empregador mais importante de Reykjavík por algumas décadas e a razão original da sua existência. Outros ofícios eram praticados igualmente pelo Innréttingar, como a pesca, exploração de enxofre, agricultura e a construção de embarcações.

1786: Carta comercial

A coroa dinamarquesa suprimiu o seu monopólio comercial em 1786 e atribuiu às seis comunidades no país uma carta comercial exclusiva, entre elas Reykjavík. Reykjavík era a única a respeitar a carta de maneira permanente. O ano de 1786 é considerado como a data da fundação da cidade, tendo ela celebrado seus 200 anos em 1986. No entanto, os direitos comerciais ainda eram limitados aos cidadãos da coroa dinamarquesa, e os comerciantes dinamarqueses continuaram a dominar o comércio com a Islândia e seus negócios aumentaram com os excedentes das décadas seguintes. Depois que o livre comércio foi instaurado para todos em 1880, a influência dos negociantes islandeses começou a se desenvolver.

1845: Declarada capital da Islândia

Reykjavík na década de 1860.

O movimento nacionalista com a idéia da Islândia independente aumentou durante o século XIX. Como Reykjavík era a única cidade da Islândia, era lá que as pessoas que tinham essas ideias se reuniam. Os partidos do movimento independentista sabiam que Reykjavík deveria ser forte para atingir este objetivo. Os anos mais importantes da luta independentista são também os mais importantes para a cidade. Em 1845, o Alþingi, a Assembleia-Geral que os islandeses haviam criado em 930, foi restabelecida em Reykjavík. Ela havia sido suspensa havia alguns anos e tinha sido transferida para os Campos do Parlamento (Þingvellir). O Alþingi tinha então as funções de mera assembleia consultativa, que sugeria ao Rei da Dinamarca as ações a serem tomadas relativamente aos diferentes problemas do país. A situação do Alþingi à Reykjavík fez com que a cidade se transformasse efetivamente em capital da Islândia. Em 1874 a Islândia redigiu a sua primeira constituição e, com ela, o Alþingi obteve poderes legislativos limitados, transformando-se depois na instituição que se conhece hoje. Em seguida, era necessário dar o poder executivo à Islândia, o que foi obtido com a conquista da soberania nacional 1904 e o estabelecimento do gabinete do primeiro chefe de governo islandês em Reykjavík.

A data da independência mais importante é 1 de dezembro de 1918, quando o país passou de colônia da coroa dinamarquesa a um estado soberano associado, ou reino unido, conhecido sob o nome de Reino da Islândia.

1918-1944: Fim da ocupação e criação da República

Reiquiavique em 1930.

De 1920 a 1930, a indústria de pesca apareceu em Reykjavík, sendo o principal produto o bacalhau. No entanto, no fim de 1929, a Grande Depressão fez-se sentir na cidade, gerando numerosos conflitos entre corporações de ofício. Na manhã de 10 de Maio de 1940, quatro navios de guerra chegaram a Reykjavík e ancoraram no porto, tranquilizando a população, pois eram britânicos e não alemães. Em algumas horas, a ocupação aliada foi efetivada sem violência. O governo islandês tinha recebido do governo britânico uma carta para prevenir da ocupação, mas esta sempre havia sido declinada pelos islandeses, pois a Islândia era politicamente neutra. Durante os últimos anos da Segunda Guerra Mundial, soldados britânicos e americanos construíram bases em Reykjavík. O número de soldados estrangeiros em Reykjavík era a um momento equivalente à população da cidade. Os efeitos econômicos da ocupação foram positivos para a cidade quando se atenuaram os efeitos da Grande Depressão e a retomada econômica importante pôde acontecer. Os britânicos construíram o aeroporto de Reykjavík e a ópera, e os Estados Unidos construíram o aeroporto Internacional de Queflavique (Keflavík), a cerca de 50 km da capital.

Em 17 de junho de 1944 a República da Islândia é proclamada, e um presidente eleito por um voto popular substituiu o Rei.

1950-1970: O pós-guerra

No anos do pós-guerra, o crescimento de Reykjavík foi consolidado. O êxodo rural começou a povoar a cidade, devido à industrialização da agricultura, que reduziu a força de trabalho deste setor. A segunda razão deste crescimento são as melhores condições de vida na Islândia, que aceleraram a explosão demográfica. Os migrantes que iam a Reykjavík eram principalmente jovens que queriam atingir o "Sonho de Reykjavík" e, com o tempo, a capital transformou-se numa verdadeira cidade das crianças. A planificação urbana modificou-se de maneira importante com a construção de zonas residenciais nos arredores da cidade. Em 1972, Reykjavík foi a sede do Campeonato Mundial de Xadrez entre Bobby Fischer e Boris Spassky.

1980-2000: Uma metrópole moderna

Panorama do centro de Reykjavík visto do hotel Saga.

Nas duas últimas décadas do século XX, Reiquiavique transformou-se num importante centro da comunidade mundial.

Durante o encontro de cúpula de 1986, o estatuto internacional de Reykjavík foi posto em evidência por Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev. A desregulamentação no setor financeiro e a revolução informática dos anos 1990 transformaram Reykjavík mais uma vez. A tecnologia financeira e o sector da informação são agora as principais fontes de emprego da cidade. A energia da cidade estimulou o surgimento de alguns talentos que vieram a alcançar fama mundial, tais como a cantora Björk e a banda de rock Sigur Rós.

Geografia

Reykjavík situa-se sobre a margem sudoeste da Islândia, na baía da Crina (Faxaflói). O setor costeiro de Reykjavík é caracterizado pela presença de numerosas penínsulas, estreitos e pequenas ilhas. A maior parte da cidade de Reykjavík situa-se na península Lagoa da Foca (Seltjarnarnes), mas também uma periferia se desenvolveu ao sul desta península. Graças às correntes quentes do Golfo, Reykjavík tem uma temperatura média anual de 5ºC, que raramente desce para abaixo de -10ºC. A temperatura média em janeiro é de -4°C e em julho de 11,2°C.

Reykjavík é uma cidade dispersa. A maior parte do sector urbano apresenta-se na forma de periferias de baixa densidade com habitações geralmente individuais. Os bairros residenciais também são espaçados, separados pelas principais avenidas da cidade. Essa estrutura urbana criou-se espontaneamente, devido aos gostos dos habitantes mais recentes.

Os rios Elliðaár atravessam a cidade. Essas importantes vias fluviais não são navegáveis. A montanha mais elevada nas vizinhanças de Reykjavík é Monte Esja, com aproximadamente 914 metros de altitude.

Panorama do litoral norte de Reykjavík.

Demografia

Vista de Reykjavík.
Avenida Austurstræti no centro da capital.
Típicos telhados coloridos de Reykjavík.

A população de Reykjavík em 2003 era de 113 387 pessoas: 55 650 homens e 57 737 mulheres. A população que habita a metrópole de Reykjavík em 2003 era de 181 746.

Esta metrópole é constituída de seis municípios (não contando Reykjavík):

Histórico da população

Política

Alþingi, o parlamento mais antigo do mundo.

Cidades-irmãs

Reykjavík/Reiquiavique é cidade-irmã das seguintes cidades:

Infraestrutura

Hringvegur em Reykjavík.

A cidade tem algumas grandes avenidas. É atravessada pela rodovia nacional IS-1. Quanto ao transporte público, dispõe de uma boa rede de linhas de Ônibus. No meio da cidade, perto do lago Tjörnin, encontra-se o Aeroporto Doméstico (que também opera vôos internacionais de curta distância, como para as ilhas Féroe e para a Groenlândia), enquanto o Aeroporto Internacional fica a cerca de 45 km, não distante da pequena cidade de Queflavique (Keflavík).

Aquecimento

Desde os anos 1960, o aquecimento das casas e das própria ruas é feito com água subterrânea quente, proveniente de fontes termais na cercania de Reiquiavique.[8]

Notas

  1. O semiaportuguesamento Reiquejavique preconizaria com o j um som característico em português (/ʒ/) não existente na pronúncia local, cujo "j" ou é lido como a aproximante palatal /j/ (aproximadamente i) ou não é lido. A forma dicionarizada e usada oficialmente em Portugal e no Brasil, Reiquiavique, está portanto mais próxima do original islandês.

Referências

  1. «Embaixada do Brasil em Oslo e Reiquiavique» 
  2. Serviço das Publicações da União Europeia. «Anexo A5: Lista dos Estados, territórios e moedas». Código de Redacção Interinstitucional. Consultado em 19 de janeiro de 2012 
  3. O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal adota a grafia Reiquiavique, nomeadamente no consulado presente nesta cidade.
  4. Porto Editora. «Reiquiavique». Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Infopédia – Enciclopédia e Dicionários Porto Editora. Consultado em 19 de janeiro de 2012 
  5. {{Citar periódico | ultimo = Macedo | primeiro = Vítor | data = Primavera de 2013 | titulo = Lista de capitais do Código de Redação Interinstitucional | jornal = A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias | volume = | numero = n.º 41 | paginas = 10–11 | editora = Sítio web da Direcção-Geral da Tradução da Comissão Europeia no portal da União Europeia | issn = 1830-7809
  6. Lusa, Agência de Notícias de Portugal. «Prontuário Lusa» (PDF). Consultado em 10 de outubro de 2012 
  7. «Norr och väst». Island. Berlitz Reseguide (em sueco). Estocolmo: Reseförlaget. 2015. p. 25. 144 páginas. ISBN 9789174254068 
  8. «Rökvikens ångkraft». Island. Berlitz Reseguide (em sueco). Estocolmo: Reseförlaget. 2015. p. 37. 144 páginas. ISBN 9789174254068  Verifique data em: |acessodata= (ajuda);

Ligações externas

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