Rhinella cerradensis

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Rhinella cerradensis
Um macho adulto.
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Anura
Família: Bufonidae
Gênero: Rhinella
Espécies:
R. cerradensis
Nome binomial
Rhinella cerradensis
Maciel, Brandão, Campos & Sebben, 2007
As localizações sinalizadas (triângulo, estrela, círculo) no mapa são as localidades onde já houve registros da espécie.

Rhinella cerradensis, conhecido popularmente como sapo-cururu-do-cerrado, é uma espécie de anfíbio da família Bufonidae e é endêmica do Brasil.[1][2]


Distribuição[editar | editar código-fonte]

É uma espécie endêmica do cerrado brasileiro e pode ser encontrada nos estados do Piauí, Bahia, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e Mato Grosso. Segundo os autores, devido a área de distribuição estar restrita ao Cerrado, a escolha do nome buscou trazer visibilidade a um bioma pouco conhecido, que apesar de sua grande biodiversidade e alto número de espécies endêmicas, segue sendo ameaçado de desmatamento.[3]

Descrição[editar | editar código-fonte]

A espécie é caracterizada por seu tamanho corporal de médio a grande porte, com ausência de glândulas tibiais, cristas cranianas bem desenvolvidas, mãos curtas, dimorfismo sexual e ausência de espiráculo quando girino.[4]

Habitat e Ecologia[editar | editar código-fonte]

Pode ser encontrada em áreas abertas de Cerrado, com vegetações do tipo Campo Sujo e Campo Limpo, dividindo a região com outras duas espécies de sapos do gênero Rhinella: R. rubescens e R. diptycha. Existe a possibilidade, de que durante os períodos de estiagem, a espécie permaneça enterrada.[5]

Fase Larval[editar | editar código-fonte]

Os girinos são marrom-escuros e medem, em média, entre 8,3 e 9,56 milímetros. Quando observados dorsal e lateralmente, seu corpo e focinho possui formato arredondado. Seus olhos são dorsais e direcionados lateralmente. Seu espiráculo é localizado no terço médio do lado esquerdo do corpo, não possuindo nenhuma proeminência. Suas mandibulas inferior e superior são anteroventrais, envoltos pelo disco oral, e possuem formato de "V". Sua fórmula da fileira de dentes labiais (FFDL) é 2(2)/3(1).[5]

Comparação com outras espécies[editar | editar código-fonte]

São bastante semelhantes às espécies Rhinella icterica, Rhinella marina, Rhinella poeppigii, Rhinella diptycha e Rhinella jimi principalmente pelas cristas cranianas bem desenvolvidas, glândulas parotoides longas e largas, cabeça mais larga que longa e características morfométricas. Dentro do grupo R. marina, Rhinella cerradensis possui uma combinação única de características como: cristas cranianas bem desenvolvidas com espículas evidentes; focinho em vista dorsal mucronado a truncado e obtuso em vista lateral, glândula parotoide elíptica, amarelada, com uma alta densidade de espículas com ponta queratinosa. Existe dicromatismo sexual, sendo machos com coloração dorsal marrom-esverdeado e fêmeas com a mesma coloração de fundo, mas apresentando padrões de manchas negras. Pode ser distinguida de Rhinella rubescens e R. diptycha, principalmente, pelo formato da glândula paratóides e ausência de glândula tibial.[5] Possui dorso uniforme acastanhado a verde escuro e ventre branco em machos, enquanto as fêmeas possuem dorso verde acastanhado com colorações pretas em várias áreas, podendo chegar até nos membros posteriores, assemelhando-se à coloração feminina de R. icterica. Distingue-se de R. icterica, pelo tamanho da glândula parotoide, por uma crista pré-ocular menos desenvolvida; pela cabeça estreita, tímpano sem pele dobrada e por mãos menores.[3][4]

Ameaças[editar | editar código-fonte]

Remoção de habitat e desmatamentos constituem as principais ameaças as populações locais.[5]

Referências

  1. a b Maciel, N. (2008). Rhinella cerradensis (em inglês). IUCN 2014. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2014. Página visitada em 23 de outubro de 2014..
  2. Frost, D.R. (2014). «Rhinella cerradensis». Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version 6.0. American Museum of Natural History, New York, USA. Consultado em 23 de outubro de 2014 
  3. a b «(PDF) A Large New Species Of Rhinella (Anura: Bufonidae) From Cerrado Of Brazil». ResearchGate (em inglês). Consultado em 5 de dezembro de 2018 
  4. a b «(PDF) New state record and distribution map of Rhinella cerradensis (Anura, Bufonidae) in the Cerrado biome, Brazil». ResearchGate (em inglês). Consultado em 5 de dezembro de 2018 
  5. a b c d «lafuc | Rhinella cerradensis». lafuc. Consultado em 5 de dezembro de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]