Rio Mau (Penafiel)

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Portugal Portugal Rio Mau 
  Freguesia  
Símbolos
Bandeira de Rio Mau
Bandeira
Brasão de armas de Rio Mau
Brasão de armas
Gentílico Rio-Mauense
Localização
Rio Mau está localizado em: Portugal Continental
Rio Mau
Localização de Rio Mau em Portugal
Coordenadas 41° 03' 07" N 8° 21' 48" O
Região Norte
Sub-região Tâmega e Sousa
Distrito Porto
Município Penafiel
Código 131138
História
Fundação 1984
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 6,13 km²
População total (2021) 1 340 hab.
Densidade 218,6 hab./km²
Outras informações
Orago São João
Sítio http://www.jf-riomau.pt/

Rio Mau é uma freguesia portuguesa do município de Penafiel, com 6,13 km² de área[1] e 1340 habitantes (censo de 2021)[2]. A sua densidade populacional é 218,6 hab./km².

Fica na margem direita do rio Douro. Situa-se a sul da sede do concelho, da qual dista 22 km e a nascente da cidade do Porto da quale dista 30 km.

A freguesia foi criada em 1984 pela Lei nº 42/84, de 31 de dezembro, com lugares desanexados da freguesia de Sebolido.

Demografia[editar | editar código-fonte]

A população registada nos censos foi:[2]

População da freguesia de Rio Mau[3]
AnoPop.±%
1991 1 489—    
2001 1 485−0.3%
2011 1 414−4.8%
2021 1 340−5.2%
Distribuição da População por Grupos Etários[4]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 233 252 825 175
2011 220 128 861 205
2021 157 159 741 283

História[editar | editar código-fonte]

Terra que foi de pescadores, antes da construção da barragem de Crestuma-Lever, uma das atividades principais desenvolvidas nesta freguesia duriense era a pesca do sável e da lampreia.

Rio Mau tem atividade de apicultura. Precursora nesta atividade que teve no Padre Manuel Sousa Tavares o seu grande impulsionador, hoje conta com modernas unidades da produção de material apícola que exporta.

O topónimo Rio-Mau deriva, sem dúvida, do ribeiro, algo avultado que ai mesmo desagua no Douro, nascido ao norte, no castrejo do Mosinho (significando aí Rio o mesmo que o latim rivu, não propriamente o curso de água notável, como hoje, mas um ribeiro ou riacho - prova da antiguidade da designação do local).

A história de Rio-Mau é muito interessante. Participando do senhorio da estirpe dos padroeiros ou fundadores do não longínquo Mosteiro de Paço de Sousa e, por meio desta estirpe, com os haveres da grande linhagem dos Gascos.

Foi desde antes da nacionalidade da pároquia de Santa Eulália de Pedorido, apesar de situado da parte oposta do rio, em frente porém da própria Igreja por doações de cavaleiros e donos das estirpes aludidas, já no século XII possuía aqui haveres o mosteiro de Paço de Sousa.

Na composição de 1235, entre o abade deste (Rio-Mau) e a Mesa Conventual, foi cedido à oficina dita de Santa Maria in rivulo malo unum casale. Em 1250, por comissão de D. Afonso III, os priores dos mosteiros de Vila Boa do Bispo e de Vilela e o Juiz da terra de Aguiar (de Sousa) deram a sentença de não serem reguengadas as herdades do mosteiro em Rio-Mau e outros lugares, adjudicando-as ao cavaleiro-fidalgo João Martins de Ataíde e seus irmãos e aos mosteiros de que eles eram herdeiros. Alguns dos haveres aqui do mosteiro de Paço de Sousa provinham da doação feita em 1145 por D. Elvira Peres constante de metade íntegra da villa e o casal atrás referido foi, por certo, o doado em 1161, com mais haveres noutros lugares da terra de Penafiel, por D. Soeiro Pais. Parece que este casal era sito no lugar da Torre, como se vê de um documento de 1704 e de um emprazamento feito em 1600 a André Soares pelo Convento.

Em 1711, fez-se composição entre este e o abade de S. Salvador de Folgosa, sobre o olival de Banhos, pertença da Cavada de Rio-Mau, sendo julgada pelo vigário geral de D. Tomás de Almeida, Bispo do Porto.

No princípio do século XIX, os habitantes deste lugar, separados do resto da freguesia pelo Douro, requereram à Coroa a inclusão de Rio-Mau na freguesia de Sebolido o que lhes foi justamente satisfeito, depois de longos séculos nesta singular situação (originada por certo, dos «dextros» pré-nacionais da Igreja de Santa Eulália de Pedorido).

Nos meados do século XIII, a freguesia de Canelas compreendia 36 casais alguns deles ou em grande parte, nos lugares que hoje entram na de Sebolido e Rio-Mau, havia ainda duas granjas monásticas. Desses casais sete eram do mosteiro de Paço de Sousa, alguns em Sebolido ou Rio-Mau, sendo já conhecida a sua proveniência de doações dos padroeiros do dito Cenóbio e de dos Gascos dos séculos XI e XII, como das granjas, uma existente em Sebolido et hoc casale jacet in Cebolido pagava este foro à Coroa por ano: um almude de pão; um carneiro entrada ao mordomo da Coroa e ainda obrigavam ao seguinte: disposto pela passagem do Douro: se tivessem redes deviam deitar um vez em qualquer dia, ao senhor da terra (O Rico-Homem de Penafiel); "e de todo o pescado que matarem, um deve ser para o Rei, a quarta parte e de todo o mais pescado, morto em todos os barcos daquele rio, devem dar ao Rei o primeiro sável e a primeira lampreia mortos"

Património[editar | editar código-fonte]

  • Igreja de São João (matriz)
  • Moinhos
  • Campo arqueológico
  • Poço negro
  • Serra da Boneca

Instituições Desportivas[editar | editar código-fonte]

Instituições Culturais[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  4. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Enciclopédia Luso-Brasileira e Biografia Portuguesa de Luìs Carvalho da Costa, Vol. B 12.4, J.M. Baptista (1875) Livro dos Forais Novos do Minho
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