Riso

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 Nota: "Rir" redireciona para este artigo. Para a sonora risada, veja gargalhada. Para outros significados, veja RIR.
"Comendo arroz, China" (entre 1901 e 1904). Fotografia por Berthold Laufer ao Museu Americano de História Natural. No final do século XIX e início do século XX, as fotos não costumavam retratar pessoas sorridentes de acordo com as convenções culturais da cultura vitoriana e eduardiana. Em contraste, esta fotografia reflete diferentes atitudes culturais da época, retratando um homem chinês sorridente.[1]

Riso[2] ou sorriso[3] é uma expressão facial decorrente da contração dos músculos das extremidades da boca.[4] Nos animais, um sorriso é frequentemente usado como uma ameaça (mostrando dentes) ou como um sinal de submissão.[5] Entre os humanos o sorriso é uma expressão facial que é sempre criada perto dos cantos da boca, Guillaume Duchenne distinguiu dois tipos: o real e o falso, sendo o primeiro caracterizado pelo esticando os músculos faciais e também ao redor dos olhos.[6] Nos humanos, o sorriso é geralmente uma expressão de alegria ou boa vontade, mas também pode ser uma expressão descontrolada de ansiedade (sorriso nervoso).[7]

O estudo do humor, do riso e de seus efeitos psicológicos e fisiológicos no corpo humano é denominado gelotologia. O simples ato de sorrir mobiliza diversos músculos faciais, denominados músculos da mímica facial:

Interpretação filosófico-antropológica[editar | editar código-fonte]

O filósofo Helmuth Plessner deu ao sorriso uma posição especial nas expressões faciais. O sorriso é ambíguo e pode ser atribuído a uma ampla variedade de ocasiões e possui uma ampla “diversidade de tons afetivos”. Ele chamou isso de "expressão facial do espírito", na medida em que um gesto natural "já mantém distância da expressão" e, portanto, verdadeiro - para ele, em contraste com os animais - distância específica do homem para si e para seu ambiente.

Fundamentos genéticos[editar | editar código-fonte]

O riso é uma parte do comportamento humano e é regulado pelo cérebro. Ele ajuda os seres humanos a indicar mais claramente suas intenções, durante interações sociais, e provê um contexto emocional para a comunicação. Pode ser utilizado por um grupo social para sinalizar aceitação e reações positivas com outros indivíduos.

Até o sorriso social é considerado inato, evidência disso pode ser constatada na diferenças no sorriso dos vencedores olímpicos cegos e com visão: Os vencedores do segundo e terceiro lugares cegos mostraram o sorriso social.[8] Mesmo antes do sorriso social, você pode ver o sorriso nos bebês. Esse chamado sorriso de anjo geralmente acontece nas primeiras semanas de vida. Por trás, nada mais é do que um reflexo, o que geralmente acontece durante o sono.

Aspectos culturais[editar | editar código-fonte]

Cunho sexual[editar | editar código-fonte]

Embora o riso seja comumente interpretado como uma manifestação universal de alegria entre os seres humanos, numa comunidade nativa das Ilhas Trobriand, é interpretado como um convite de cunho sexual.[9]

Sorriso na prestação de serviços[editar | editar código-fonte]

Os sorrisos também fazem parte da prestação de serviços, quando são vistos como amigáveis. A cidade de Hamburgo, na Alemanha organiza, por exemplo, a campanha "Um sorriso para Hamburgo", com a qual os funcionários devem ser motivados a "sorrir com os quais clientes e convidados devem ser estragados com muito mais frequência".[10]

O professor Dieter Zapf examinou as consequências de sorrisos de longo prazo prescritos profissionalmente em 2006. Ele descobriu que um sorriso forçado, que suprime as emoções reais, leva a mudanças na circulação a curto prazo e, a longo prazo, a estresse e doenças como a depressão.[11]

Referências

  1. Edwards, Phil (8 de abril de 2015). «Why people never smiled in old photographs». Vox (em inglês) 
  2. «riso». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Priberam Informática. Consultado em 13 de janeiro de 2011 
  3. «sorriso». Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. Priberam Informática. Consultado em 13 de janeiro de 2011 
  4. Freitas-Magalhães, A., & Castro, E. (2009). The Neuropsychophysiological Construction of the Human Smile. In A. Freitas-Magalhães (Ed.), Emotional Expression: The Brain and The Face (págs. 1-18). Porto: University Fernando Pessoa Press. ISBN 978-989-643-034-4
  5. https://hypescience.com/como-ameacadoramente-exibir-as-presas-se-transformou-em-sorriso/
  6. http://cicem.com.br/sorriso-falso-e-sorriso-verdadeiro-duchenne-smile/
  7. https://www.megacurioso.com.br/medicina-e-psicologia/100548-por-que-rimos-quando-estamos-nervosos.htm
  8. David Matsumoto, Bob Willingham, Spontaneous facial expressions of emotion of congenitally and noncongenitally blind individuals. In: Journal of Personality and Social Psychology. Januar 2009
  9. Manuel Ansede (16 de agosto de 2016). «Um povo para o qual sorriso não é igual à alegria». El País. Consultado em 31 de agosto de 2019 
  10. https://www.abendblatt.de/hamburg/article106891865/Sie-laecheln-fuer-Hamburg.html
  11. http://hoaxes.org/weblog/comments/fake_smiles_may_cause_depression [fonte confiável?]


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