Robert Sapolsky

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Robert Sapolsky
Robert Sapolsky
Nascimento 1957 (67 anos)
Brooklyn
Nacionalidade Estadunidense
Prêmios Prêmio Presidencial Jovem Investigador, Prêmio Lewis Thomas (2008)
Orientador(es)(as) Bruce McEwen
Instituições Universidade Stanford

Robert Maurice Sapolsky (Brooklyn, 6 de abril de 1957) é um cientista e escritor estadunidense. Atualmente é professor de ciências biológicas e de neurologia e ciências neurológicas, e por cortesia, neurocirurgia, na Universidade Stanford. Além disso é pesquisador adjunto no Museu Nacional do Quênia.[1]

Educação[editar | editar código-fonte]

Robert Sapolsky recebeu seu B.A. em antropologia biológica summa cum laude pela Universidade Harvard, tendo posteriormente frequentado a Universidade Rockefeller, onde recebeu seu Ph.D. em neuroendocrinologia enquanto trabalhava no laboratório do endocrinologista mundialmente renomado Bruce McEwen.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Sapolsky atualmente é professor do John A. & Cynthia Fry Gunn na Universidade Stanford, possuindo nomeações comuns em vários departamentos, incluindo ciências biológicas, neurologia e ciências neurológicas, e neurocirurgia.[2]

Como neuroendocrinologista, concentrou sua pesquisa nos problemas do estresse e da degeneração neuronal, bem como nas possibilidades de estratégias de terapia genética para proteger neurônios suscetíveis de doenças. Atualmente, ele está trabalhando em técnicas de transferência genética para fortalecer os neurônios contra os efeitos incapacitantes dos glicocorticóides. Sapolsky também visita anualmente o Quênia para estudar uma população de babuínos selvagens, a fim de identificar as fontes de estresse em seu ambiente, e a relação entre a personalidade e os padrões de doenças relacionadas com o estresse nesses animais. Mais especificamente, Sapolsky estuda os níveis de cortisol entre o macho alfa e fêmea, e os subordinados para determinar o nível de estresse. Um antigo porém ainda relevante exemplo de seus estudos dos babuínos-anubis é encontrado em seu artigo de 1990 da Scientific American, "Stress in the Wild".[3]

Sapolsky também está interessado no papel dos transtornos de personalidade esquizotípica no surgimento e desenvolvimento do xamanismo e das principais religiões ocidentais. Neste contexto, ele notou semelhanças entre o comportamento obsessivo-compulsivo e os rituais religiosos.[4][5][6]

Apesar de ter nascido em uma família de judeus ortodoxos devotos, Sapolsky é um ateu.[7]

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Sapolsky recebeu inúmeras homenagens e prêmios por seu trabalho, incluindo o prestigiado MacArthur Fellowship, também conhecido como "genius grant", em 1987[8] um Alfred P. Sloan Fellowship, e o Klingenstein Fellowship in neurociência. Ele também foi agraciado com o Presidential Young Investigator Award da National Science Foundation e com o os Young Investigator of the Year Awards pela Sociedade de Neurociência, pela Sociedade Internacional de Psiconeuro-Endocrinologia, e pela Sociedade de Psiquiatria Biológica.

Em 2007, recebeu o John P. McGovern Award for Behavioral Science, concedido pela Associação Americana para o Avanço da Ciência.[9]

Citações[editar | editar código-fonte]

"Termine de assistir a esta palestra, vá lá fora, e seja inesperadamente chifrado por um elefante, e você vai secretar glicocorticóides. Não tem como fugir disso. Você não pode reformular psicologicamente a sua experiência e decidir que não gostou da camisa, aqui está uma desculpa para jogá-la fora — esse tipo de coisa."[10]

"A maioria de nós não cai nas poças das doenças relacionadas com o estresse."[10]

"Se um rato é um bom modelo para a sua vida emocional, você está em sérios apuros."[10]

"Qual é a graça? Fisiologicamente, não sai barato ser um idiota 24 horas por dia.[10]

"Eu amo a ciência, e me incomoda pensar que muitos têm medo do assunto ou sentem que escolher a ciência significa que você não pode escolher também a compaixão, ou as artes, ou admirar a natureza. A ciência não serve para curar-nos do mistério, mas para reinventá-lo e revigorá-lo." [11]

"Faça do jeito errado, e nós o chamamos de culto. Faça do jeito certo, e talvez, pelos próximos milênios, as pessoas não terão de ir ao trabalho no seu aniversário.[12]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Obras selecionadas[editar | editar código-fonte]

Livros[editar | editar código-fonte]

Artigos de revista[editar | editar código-fonte]

  • Sapolsky, Robert (janeiro de 1990). «Stress in The Wild». Scientific American. 262: 106-113 
  • Sapolsky, Robert; Lewis C. Krey, and Bruce S. McEwen (25 de setembro de 2000). «The Neuroendocrinology of Stress and Aging: The Glucocorticoid Cascade Hypothesis». Science of Aging Knowledge Environment. 38. 21 páginas 
  • Sapolsky, Robert; L. Michael Romero and Allan U. Munck (2000). «How Do Glucocorticoids Influence Stress Responses? Integrating Permissive, Suppressive, Stimulatory, and Preparative Actions». Endocrine Reviews. 21: 55–89. PMID 10696570. doi:10.1210/er.21.1.55 

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. «Robert Sapolsky». Consultado em 22 de fevereiro de 2009 
  2. «Stanford Univ. detail of Prof. Sapolsky». Consultado em 27 de julho de 2007 
  3. Sapolsky, Robert M. (1990). "Stress in the Wild". Scientific American, 262. 106-113
  4. Sapolsky, Robert M. (1998). «Circling the Blanket for God» [Circulando o cobertor para Deus]. The Trouble with Testosterone: and Other Essays on the Biology of the Human Predicament [O problema da testosterona: e outros ensaios sobre a biologia da dificuldade humana] (em inglês). New York: A Touchstone Book, Simon & Schuster. pp. 241–288. ISBN 978-0-684-83409-2. Consultado em 26 de agosto de 2023 
  5. Sapolsky, Robert (Abril de 2003). «Belief and Biology» [Crença e Biologia] (em inglês). Freedom from Religion Foundation. Consultado em 26 de agosto de 2023 
  6. Dr. Robert Sapolsky's lecture about Biological Underpinnings of Religiosity no YouTube
  7. Dan Barker: "Quando convidamos Robert Sapolsky para falar em uma de nossas convenções nacionais para receber o nosso "Emperor Has No Clothes Award", Robert me escreveu: "Claro! Mande o Holiday Inn local por uma placa dizendo: Bem-vindo, ateus dos infernos!" [...] Então, seja bem-vindo ao Freethought Radio, Robert, seu ateu dos infernos. Sapolsky: "Bem, encantado em estar entre as minhas almas gêmeas." [...] Annie Laurie Gaylor: "Há quanto tempo você é um 'desalmado gêmeo', o que fez de você um ateu, Robert?" Sapolsky: "Ah, eu tinha uns catorze anos... Eu fui criado de forma muito, mas muito religiosa. Formação judaica ortodoxa, altos rituais e coisas do gênero [...] e alguma coisa aconteceu quando eu tinha quatorze anos, não tenho certeza do que realmente foi (teria sido minhas gônadas ou sabe-se lá o quê...) mas no decorrer de poucas semanas houve alguma coisa introspectiva, quando de repente eu decidi que isso era tudo conversa fiada. E, entre outras coisas, também decidi que não há livre-arbítrio, mas não em um contexto remotamente religioso, e que tudo isso era besteira, e dentro do período de duas semanas todo esse negócio de crença simplesmente evaporou." Freethought podcast Radio (mp3), 3 de fevereiro de 2007 (acesso em 22 de abril de 2008).
  8. «MacArthur Fellows List - July 1987». Consultado em 24 de março de 2008. Arquivado do original em 19 de abril de 2008 
  9. «About AAAS: John McGovern Lecture». Consultado em 22 de fevereiro de 2009 
  10. a b c d «Stress, Neurodegeneration and Individual Differences». Consultado em 30 de janeiro de 2010. Arquivado do original em 25 de outubro de 2008 
  11. Sapolsky, Robert (1997). The Trouble With Testosterone. New York: Scribner. 286 páginas. ISBN 068483409X 
  12. «Robert Sapolsky, Biology 150/250, Spring 2002, Human Behavioral Biology». Consultado em 6 de julho de 2009. Arquivado do original em 11 de junho de 2009 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]