Biribazeiro

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Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Magnoliales
Família: Annonaceae
Género: Annona Jacq.
Espécie: A. mucosa
Nome binomial
Annona mucosa
Jacq.

Annona mucosa Jacq.[2], popularmente conhecida como biribazeiro,[3] biribá-comum,[4] araticum ponhé[4] ou biribá-das antilhas[4] é uma árvore originária do ocidente da Amazônia e da Mata Atlântica pluvial (do Rio de Janeiro a Pernambuco), que se desenvolve bem em zonas com temperaturas médias de 20 a 24 °C, com precipitação anual de 1.500mm, em solos férteis, bem drenados.

Sinônimos[editar | editar código-fonte]

A espécie Annona mucosa possui 18 sinônimos reconhecidos atualmente.[5]

  • Annona biflora Sessé & Moc.
  • Rollinia mucosa Jacq.
  • Annona muscosa Aubl.
  • Annona obtusiflora Tussac
  • Annona obtusifolia DC.
  • Annona pteropetala Ruiz & Pav. ex R.E.Fr.
  • Annona reticulata Sieber ex A.DC.
  • Annona squamosa Vell.
  • Rollinia biflora Ruiz & Pavon ex G. Don
  • Rollinia curvipetala R.E. Fr.
  • Rollinia deliciosa Saff.
  • Rollinia jimenezii Saff.
  • Rollinia neglecta R.E. Fr.
  • Rollinia orthopetala A.DC.
  • Rollinia permensis Standl.
  • Rollinia pterocarpa G. Don
  • Rollinia pulchrinervia A.DC.
  • Rollinia sieberi A.DC.

Características[editar | editar código-fonte]

A árvore atinge entre seis e dezoito metros de altura, ramificando-se desde a base, culminando numa copa estendida. As folhas têm entre 12 a 15 centímetros de comprimento.

As flores são hermafroditas, solitárias ou aos pares, com três sépalas e seis pétalas, cor verde-claro e odor característico, e se formam entre julho e setembro.

O fruto é um sincarpo cônico ou globoso com epicarpo grosso de cor verde, que muda para amarelo quando madura. A polpa é branca e abundante, de sabor doce. Pesa de 300 a 1.300 gramas, atingindo de 10 a 14 cm de comprimento e 6 a 16 de diâmetro, amadurece de Novembro a Maio. Contém numerosas sementes.

Sua polpa apresenta alta atividade antioxidante e conteúdo fenólico, o que tem sido associado à prevenção de doenças de estresse oxidativo. Além disso, o seu processamento também contribui para a fabricação de óleos, nozes e alimentos prontos para consumo.

Propriedades nutricionais[editar | editar código-fonte]

Em suas propriedades nutricionais, o biribá apresenta um alto teor de diversos micronutrientes como cobre, magnésio , vitamina C, manganês, ferro e zinco. Sua polpa apresenta alta atividade antioxidante e conteúdo fenólico, o que tem sido associado a prevenção de doenças que causam estresse oxidativo. Ainda na polpa,  o seu alto teor de ácido linoleico e alfa-linoleico e sua relação ômega-3/ ômega-6  (em torno de 1,36) evidencia um excelente perfil lipídico. Ademais, os principais ácidos graxos encontrados são o linoléico, alfa-linolênico e palmítico.

O biribá é um fruto rico em compostos bioativos, entre eles o ácido ferúlico (presente em maior quantidade), seguido pelo ácido p-cumárico. Outros compostos que merecem destaque são a acetogenina annonaceae, alcaloides e lignanas, os quais estão associados a melhora do perfil lipídico do organismo, proporcionando a diminuição do colesterol LDL o qual é maléfico para o organismo.

Ademais, as propriedades do biribá vêm sendo utilizadas amplamente para o combate do câncer, graças às anonáceas acetogeninas que podem causar a morte de células tumorais por diferentes mecanismos como a inibição do complexo mitocondrial I, bloqueando a fosforilação oxidativa e diminuindo a produção de ATP dessas células.

Finalmente, as sementes do biribá são uma fonte promissora para obtenção de óleo que por possuir uma alta concentração de ácido oleico, torna-se uma excelente matéria-prima para produção de cosméticos e biodiesel. Também, sua elevada proporção de ácidos gordos insaturados desperta grande interesse para a indústria de tintas.

Ecologia[editar | editar código-fonte]

Planta decídua, heliófita, secundária, produtora de grande quantidade de sementes. Habita a mata de terra firme na Amazônia Ocidental.

A árvore é muito cultivda em pomares domésticos, principalmente na Amazônia e no Nordeste do país. Começa a produzir aos quatro anos de idade. O cultivar liso é o mais comum no Baixo Amazonas, mas há "Prolific", desenvolvido na Flórida.

Quadro- Informações botânicas do biribá

Nome científico Rollinia mucosa (Jacq.) Baillón.
Nome popular biribá, beribá, biriba-do-pará, pinha, jaca-de-pobre, biribá-de-pernambuco, fruta da condessa (Brasil), anona (Peru).
Origem e dispersão É originária do extremo ocidental da Bacia Amazônica. Está distribuída até o nordeste brasileiro, nas Antilhas e outras partes do Caribe.
Clima e solo Desenvolve-se bem em zonas com temperatura média de 24 ºC até 26 ºC e precipitação pluvial superior a 1.500 mm/ano. Prefere solos férteis, bem drenados, profundos, de textura média e com bom conteúdo de matéria orgânica.
Propagação Propagada por sementes, com germinação entre 20 e 30 dias e 60% a 80% de poder germinativo. Também pode ser multiplicada por enxertia.
Frutos -Com espículas: frutos que apresentam saliências carnudas na casca, denominadas “espículas” ou espinhos.

-Liso: frutos do tipo liso apresentam casca desprovida de saliências carnudas. Permitem melhor conservação e transporte, em comparação com os do tipo com espículas.

Utilização É consumido in natura mas pode ser utilizado para suco, quando fresco, ou para vinho, quando fermentado.

Referências

  1. Verspagen, N. & Erkens, R.H.J. (2020). Annona mucosa (em inglês). IUCN 2020. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2020. Página visitada em 30 de abril de 2021..
  2. SiBBr. «Annona mucosa : Araticum». ala-bie.sibbr.gov.br (em inglês). Consultado em 30 de março de 2021 
  3. «Fruticultura tropical: o biribazeiro Rollinia mucosa (Jacq.) Baill. - Portal Embrapa». embrapa.br. Consultado em 30 de abril de 2017 
  4. a b c Julio Seabra Inglez Souza; Aristeu Mendes Peixoto; Francisco Ferraz de Toledo (1995). Enciclopédia agrícola brasileira: A-B. EdUSP. p. 205. ISBN 978-85-314-0129-9.
  5. «Rollinia mucosa» (em inglês). The Plant List. 2010. Consultado em 30 de abril de 2017 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Raimundo Pimentel Gomes (2000). Fruticultura Brasileira. São Paulo: Nobel. 446 páginas. ISBN 852130126X 
  • Lorenzi, Harri et. al.: Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo in natura), Instituto Plantarum de Estudos da Flora, Nova Odessa, SP, 2006. ISBN 85-86714-23-2
  • Ferreira MDGR, Ribeiro GD.  Coleção de fruteiras tropicais da Embrapa Rondônia [Internet] Porto Velho, EMBRAPA, 2006.
  • Malcher DJ da P.,  Nascimento WMO. do, Tavares RF de M., Mendes NVB. Armazenamento de semente de biribá (Rollinia mucosa (JACK) Baill) [Internet] Amazônia Oriental, EMBRAPA, 2014.
  • Malcher DJ. da P.,  Nascimento WMO. do, Tavares RF de M., Mendes NVB. Viabilidade de sementes de biribá (Rollinia mucosa (Jack) Baill) em diferentes ambientes [Internet] Amazônia Oriental, EMBRAPA, 2014.
  • Peixoto Araujo NM, Arruda HS, Marques DRP, de Oliveira WQ, Pereira GA, Pastore GM. Functional and nutritional properties of selected Amazon fruits: a review. Food Res Int [Internet]. 2021 Sep;147:110520.
  • Borges PRS, Edelenbos M, Larsen E, Hernandes T, Nunes EE, Barros Vilas Boas EV de, et al. The bioactive constituents and antioxidant activities of ten selected Brazilian Cerrado fruits. Food Chemistry: X. 2022 Jun;14:100268.
  • Falcão M de A, LIeras E, Kerr WE, Carreira LMM. Aspectos fenológicos, ecológicos e de produtividade do biribá (Rollinia mucosa (Jacq.) Baill.). Acta Amazonica [Internet]. 1981 Jun 1;11:297–306.
  • Soares JDR, Dias G de MG, Rodrigues FA, Pasqual M, Chagas EA. Caracterização anatômica e citométrica em biribazeiro (Rollinia mucosa [Jacq.]). Revista Brasileira de Fruticultura. 2014;36(spe1):272–80.
  • Rinaldi MVN, Díaz IEC, Suffredini IB, Moreno PRH. Alkaloids and biological activity of beribá (Annona hypoglauca). Revista Brasileira de Farmacognosia. 2017 Jan;27(1):77–83.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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