Rubens Bueno

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Rubens Bueno
Rubens Bueno
Deputado Federal pelo Paraná
Período 1.º de fevereiro de 1991
até 1.º de janeiro de 1993;
1.º de fevereiro de 1999
até 31 de janeiro de 2003;
1.º de fevereiro de 2011
até 1º de fevereiro de 2023[1]
Legislatura 49.ª (1991–1995)
51.ª (1999–2003)
54.ª (2011–2015)
55.ª (2015–2019)
56.ª (2019–2023)
Deputado Estadual do Paraná
Período 1.º de fevereiro de 1983
até 31 de janeiro de 1991
Legislatura 10.ª (1983–1987)
11.ª (1987–1991)
17.º Prefeito de Campo Mourão
Período 1.º de janeiro de 1993
até 31 de dezembro de 1996
Dados pessoais
Nascimento 23 de maio de 1948 (75 anos)
Sertanópolis, Paraná, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Progenitores Mãe: Maria Aparecida Brustolin Bueno
Pai: José Bueno
Esposa Rosemaria Eitelwein Bueno
Filhos(as) Renata, Ricardo e Rubens II
Partido MDB (1970-1980)
PMDB (1980-1990)
PSDB (1990-1997)
PTB (1997-1999)
Cidadania (1999-presente)[2]
Profissão Professor
Website rubensbueno.com.br

Rubens Bueno (Sertanópolis, 23 de maio de 1948) é um professor e político brasileiro. Atualmente exerce seu quinto mandato de deputado federal pelo Paraná, sendo o terceiro consecutivo.[1] Filiado ao Cidadania, ocupa a 1.ª vice-presidência nacional[2] e a presidência estadual.[3] Ele é membro das Frentes Parlamentares da Agropecuária (FPA),[4] da Mineração,[5] da Indústria,[6] da Democracia e dos Direitos Humanos,[7] entre outras.

Trajetória política[editar | editar código-fonte]

Rubens Bueno começou como candidato a prefeito de Peabiru em 1976, quando recebeu a maior votação, mas não foi eleito por conta da legislação eleitoral da época. Em 1978 foi candidato a deputado estadual, porém não conseguiu a eleição.

Em 1982 foi eleito deputado estadual com mais de 30 mil votos. No seu mandato, Rubens Bueno foi reconhecido pelo Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa do Paraná como o deputado mais atuante da Casa. Foi responsável pela apresentação de um terço de todos os projetos de lei protocolados na mesa da Assembleia, num plenário de 58 deputados. Tornaram-se lei seus projetos do "Livro Didático", de "Eleições diretas para diretores de escolas estaduais", "Transporte Esvolar" e dos "Agrotóxicos" (mais tarde adotados pelo Governo Federal).

Foi reeleito em 1986 como o segundo deputado estadual mais votado do Paraná. Em seguida foi nomeado secretário de Justiça, Trabalho e Ação Social do Paraná, pelo governador Alvaro Dias, esteve a frente da secretaria entre os anos de 1987 e 1990, quando criou a Universidade Popular do Trabalho. Em 1990 foi eleito deputado federal. Em 1991 foi eleito para exercer um mandato na Câmara dos Deputados, em Brasília. Em 1992 votou pela abertura do processo de impeachment de Fernando Collor de Mello. Renunciou ao mandato para assumir a prefeitura de Campo Mourão em 1993, após ser eleito com mais de 77% dos votos.

Prefeito de Campo Mourão[editar | editar código-fonte]

Na sua gestão, de 1993 a 1996 saneou as finanças municipais – degradadas pela irresponsabilidade fiscal –, modernizou a máquina administrativa, pagou os salários atrasados, corrigiu as distorções da folha de pessoal (repondo velhas perdas salariais), introduziu mecanismos de estímulo e capacitação profissional ao funcionalismo, espalhou dezenas de obras no município, principalmente de caráter social, vinculadas à educação, saúde, saneamento e infraestrutura.

Na cultura, inaugurou o Teatro Municipal de Campo Mourão. Na área do meio ambiente, inaugurou a Estação Ecológica do Cerrado, o Parque do Lago e o Parque Estadual Lagoa Azul, em convênio com o governo do Paraná. Também recebeu o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, para inaugurar o Teatro Municipal de Campo Mourão e lançar o projeto nacional "Toda Criança na Escola".

Entregou a seu sucessor uma prefeitura saneada e moderna, com um perfil de dívida perfeitamente dentro da capacidade de pagamento do município. Sua gestão na prefeitura foi citada no livro “As cidades que dão certo – Experiências Inovadoras na Administração Pública Brasileira” de Rubem Figueiredo e Bolivar Lamounier. Na obra os autores reconhecem a reestruturação da educação e a diminuição radical da mortalidade infantil em Campo Mourão. Rubens Bueno implantou o "Projeto Cegonha Feliz" em 1996, sendo este precursor de diversos outros projetos tais como Mãe Curitibana, Mãe Paranaense, entre outros.

Novas disputas eleitorais[editar | editar código-fonte]

Em 1998, foi eleito deputado federal. Em 2002 e 2006, foi candidato ao governo do estado, sendo que em 2004 também disputou a prefeitura de Curitiba, recebendo 20,04% dos votos e ficando na 3.ª posição. Já em 2010, retornou à Câmara Federal, eleito deputado com 123.178 votos. Em 2012, disputou a prefeitura da capital paranaense como candidato a vice-prefeito. Já em 2014 foi reeleito deputado federal, sendo em 2018 novamente escolhido pelos paranaenses para a Câmara Federal. Em 2022 não conseguiu ser reeleito novamente.[8]

Atuação política[editar | editar código-fonte]

Rubens Bueno formou-se em 2014 no Curso de Liderança Executiva direcionada para a elaboração de políticas públicas voltadas à infância elaborado pelo Núcleo de Ciência Pela Infância (NCPI), na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

O seu trabalho na Câmara Federal, rendeu a Bueno em 2017, o feito de ser o único deputado do Brasil presente entre os 10 melhores em três rankings políticos independentes (Atlas Político, Congresso em Foco e Ranking Político) e escolhido dez vezes um dos 100 parlamentares mais influentes do Congresso Nacional (DIAP), sendo oito consecutivas. Já em 2017 foi considerado pelo júri do site Congresso em Foco, o parlamentar que mais se destaca no combate à corrupção e ao crime organizado. Parlamentar com bom trânsito no Congresso revelou-se um grande articulador desde quando assumiu pela primeira vez o cargo de líder do PPS na Câmara, em 2001. Foi o líder da bancada de 2011 a 2016.

Votou a favor do Processo de impeachment de Dilma Rousseff.[9] Já durante o Governo Michel Temer, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos.[9] Em abril de 2017 foi favorável à Reforma Trabalhista.[9][10] Em agosto de 2017 votou a favor do processo em que se pedia abertura de investigação do então presidente Michel Temer.[9][11]

Entre as suas principais ações em Brasília, Rubens é o relator da PEC da prisão após condenação em 2.ª instância e do projeto que acaba com os “Supersalários”, impondo limite aos salários acima do teto constitucional nos três Poderes.

Além disso ele é autor da lei do farol aceso nas rodovias durante o dia, da lei que cria a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais (PNPSA), que visa a preservação do meio ambiente, ao “estimular a conservação dos ecossistemas, combater a degradação e fomentar o desenvolvimento sustentável e também do projeto de redistribuição do ISS (Imposto Sobre Serviço), que somente para os 399 municípios do Paraná, segundo dados da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), serão distribuídos 344 milhões de reais de forma anual, permanente e crescente.

Bueno também é autor da PEC 142/2012 que acaba com o Foro Privilegiado para todos e da PEC 163/2012, que extingue o privilégio da aposentadoria compulsória para magistrados envolvidos em corrupção.

No segundo turno das eleições presidenciais de 2018, Rubens declarou "sou contra ambos, posição claríssima, não voto no Bolsonaro nem no PT".[12]

Dentre as principais votações no congresso a partir de 2019, Rubens votou a favor nas seguintes pautas: na MP 867 (que segundo ambientalistas alteraria o Código Florestal anistiando desmatadores);[13] na MP 910 (conhecida como MP da Grilagem);[14] PEC da Reforma da Previdência[15][16] (e também para que professores não estivessem incluídos nas novas regras da mesma);[17] PL 3723 que regulamenta a prática de atiradores e caçadores;[18] "Pacote Anti-crime" de Sergio Moro;[19] Novo Marco Legal do Saneamento;[20] congelamento de salário de servidores públicos (2020)[21] anistia da dívida das igrejas;[22] e a convocação de uma Convenção Interamericana contra o Racismo.[23].

Rubens votou contra nas seguintes pautas: aumento do Fundo Partidário[24] e na possibilidade de alteração[25] ou diminuição do Fundo Eleitoral[26]. Na regulamentação do novo FUNDEB, Rubens primeiramente votou pela possibilidade de destinar verbas para a educação privada,[27] mas num segundo momento votou para que a destinação fosse apenas para o ensino público.[28] Rubens esteve ausente na votação sobre criminalização de responsáveis pelo rompimento de barragens.[29]

Desempenho eleitoral[editar | editar código-fonte]

Ano Eleição Cargo Partido Coligação Vice/Suplente Votos Resultado[30]
1976 Municipal de Peabiru Prefeito MDB sem coligação Antônio Peron (MDB) 2.221 Não eleito
(apesar de ser o mais votado)
1978 Estadual do Paraná Deputado Estadual MDB sem coligação 9.879 Suplente
1982 Estadual do Paraná Deputado Estadual PMDB sem coligação ? 31.252 Eleito
1986 Estadual do Paraná Deputado Estadual PMDB PMDB / PND ? 64.146 Reeleito
1990 Estadual do Paraná Deputado Federal PSDB PSDB / PDT / PCB / PCdoB ? 28.319 Eleito
1992 Municipal de Campo Mourão Prefeito PSDB sem coligação Tauillo Tezelli (PSDB) 27.361 Eleito
1998 Estadual do Paraná Deputado Federal PTB PTB / PFL / PRP / PTdoB / PSD / PPS / PTN / PL Ivanio Guerra (PFL),
Valdomiro Meger (PFL)
89.088 (2,39%) Eleito
2002 Estadual do Paraná Governador PPS PPS / PV Sigrid Andersen (PV) 362.464 (7,04%) Não eleito
(5.º lugar)
2004 Municipal de Curitiba Prefeito PPS PPS / PHS Augusto Canto Neto (PPS) 188.313 (20,04%) Não eleito
(3.º lugar)
2006 Estadual do Paraná Governador PPS PPS / PFL Marcelo Ruppi (PFL) 437.689 (8,07%) Não eleito
(4.º lugar)
2010 Estadual do Paraná Deputado Federal PPS PPS / PSDB / PP / DEM / PRB Luiz Carlos Setim (DEM),
Luiz Nishimori (PSDB)
123.178 (2,34%) Eleito
2012 Municipal de Curitiba Vice-prefeito na chapa de Luciano Ducci (PSB) PPS PPS / PSB / PP / PSL / PTN / DEM / PSDC / PHS / PMN / PTC / PRB / PRP / PSDB / PSD / PTB 261.049 (26,77%) Não eleito
(3.º lugar)
2014 Estadual do Paraná Deputado Federal PPS PPS / PSDB / DEM / PR / PSC / PTdoB / PP / SD / PSD Osmar Bertoldi (DEM),
Reinhold Stephanes (PSD)
95.841 (1,82%) Reeleito
2018 Estadual do Paraná Deputado Federal PPS PPS / PSD / PSC / PR / PODE Evandro Roman (PSD),
Stephanes Junior (PSD)
76.471 (1,47%) Reeleito

Referências

  1. a b Câmara dos Deputados. «Deputado federal Rubens Bueno». Consultado em 20 de fevereiro de 2021 
  2. a b Cidadania. «Membros da Executiva Nacional do Cidadania». Consultado em 20 de fevereiro de 2021 
  3. Cidadania. «Diretórios Estaduais do Cidadania». Consultado em 20 de fevereiro de 2021 
  4. Câmara de Deputados. «Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA)». Consultado em 20 de fevereiro de 2021 
  5. Câmara de Deputados. «Frente Parlamentar da Mineração». Consultado em 20 de fevereiro de 2021 
  6. Câmara de Deputados. «Frente Parlamentar da Indústria (FPI)». Consultado em 20 de fevereiro de 2021 
  7. Câmara de Deputados. «Frente Parlamentar Mista em Defesa da Democracia e dos Direitos Humanos com Participação Popular». Consultado em 20 de fevereiro de 2021 
  8. «RUBENS BUENO». Poder360. Consultado em 5 de fevereiro de 2023 
  9. a b c d G1 (2 de agosto de 2017). «Veja como deputados votaram no impeachment de Dilma, na PEC 241, na reforma trabalhista e na denúncia contra Temer». Consultado em 11 de outubro de 2017 
  10. Redação (27 de abril de 2017). «Reforma trabalhista: como votaram os deputados». Consultado em 18 de setembro de 2017 
  11. Carta Capital (3 de agosto de 2017). «Como votou cada deputado sobre a denúncia contra Temer». Consultado em 18 de setembro de 2017 
  12. G1. «PPS declara oposição a Bolsonaro e Haddad e diz que os dois projetos 'flertam com ditaduras'». Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  13. Congresso em Foco. «Veja os deputados favoráveis à MP que muda Código Florestal». Legislativo. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  14. Folha. «341 deputados votaram pela 'MP da grilagem'». Legislativo. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  15. G1. «Especial: O Voto dos Deputados (2019)». PEC da Reforma da Previdência - 1.º turno. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  16. G1. «Especial: O Voto dos Deputados (2019)». PEC da Reforma da Previdência - 2.º turno. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  17. G1. «Especial: O Voto dos Deputados (2019)». Destaque para excluir professores da reforma da previdência. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  18. G1. «Especial: O Voto dos Deputados (2019)». Regras para armas de caçadores e colecionadores. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  19. G1. «Especial: O Voto dos Deputados (2019)». Pacote amticrime. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  20. G1. «Especial: O Voto dos Deputados (2019)». Novo Marco do Saneamento. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  21. Congresso em Foco. «Veja como cada senador votou no veto ao congelamento de salário de servidores». Legislativo. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 ;
  22. Congresso em Foco. «Veja como cada deputado votou na emenda que perdoa dívidas de igrejas». Legistativo. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  23. Estado de Minas. «Veja quais deputados votaram contra a Convenção contra o Racismo na Câmara». Legislativo. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  24. G1. «Lista dos deputados que votaram para aumentar o Fundão Eleitoral». Legislativo. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  25. G1. «Especial: O Voto dos Deputados (2019)». Alteração no Fundo Eleitoral. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  26. G1. «Especial: O Voto dos Deputados (2019)». Redução do Fundo Eleitoral. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  27. Congresso em Foco. «Deputados destinam dinheiro público a escolas ligadas a igrejas. Veja como cada um votou». Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  28. Congresso em Foco. «Veja como cada deputado votou na regulamentação do Fundeb». legislativo. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  29. G1. «Especial: O Voto dos Deputados (2019)». Criminalização do rompimento de barragens por negligência. Consultado em 2 de fevereiro de 2021 
  30. TSE. «Repositório de Dados Eleitorais». Consultado em 20 de fevereiro de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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