Rubéola
Rubéola | |
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Exantema da rubéola na pele das costas de uma criança. | |
Especialidade | infecciologia, neonatologia |
Classificação e recursos externos | |
CID-10 | B06 |
CID-9 | 056 |
CID-11 | 410022648 |
DiseasesDB | 12219 |
MedlinePlus | 001574 |
eMedicine | emerg/388 |
MeSH | D012409 |
Leia o aviso médico |
A rubéola, também conhecida como sarampo alemão, é uma doença viral causada pelo togavírus e transmitida por via respiratória. Seus principais sintomas são muito parecidos com outras doenças virais comuns na infância, como sarampo e caxumba (papeira), geralmente envolvendo febre, manchas avermelhadas pelo corpo, dor nos olhos, dor pelo corpo, dificuldade ao engolir, nariz entupido e inchamento dos pés. Geralmente cura-se sozinha, mesmo sem tratamento, mas, em infecções de mulheres grávidas, o embrião pode sofrer malformações. Mesmo que não apresente sintomas perceptíveis, o doente de rubéola pode contaminar as pessoas com quem convive, e em todos os casos é extremamente desagradável. [1] Em 29 de abril de 2015, o escritório da Organização Mundial da Saúde em Washington, DC, declarou a América oficialmente uma região livre de transmissão endêmica de rubéola.[2]
Causa
- Família: Togaviridae;
- Género: Rubivirus
- Espécie: Rubella virus;
- Doença infecciosa aguda benigna;
- Disseminação: Respiratória e contato pessoal intimo e persistente.;
- Período de incubação:12 a 19 dias.
O vírus da rubéola é um rubivírus com genoma de RNA unicatenar (simples) de sentido positivo (serve de mRNA para síntese proteica). Possui um capsídeo icosaédrico e um envelope bilipídico. Infecta apenas seres humanos. Possui apenas um serotipo estável. Seu genoma codifica 5 proteínas, das quais duas formam a cápside (E1 e E2) e duas são não-estruturais (P90 e P150). É comum em todo o mundo. Epidemias ocorrem a cada 6 a 9 anos entre crianças não vacinadas.[3]
Epidemiologia
A rubéola é um dos cinco exantemas virais (doenças que causam pintas vermelhas pela pele, febre e mal estar) da infância. Os outros são o sarampo, a varicela, o eritema infeccioso e a roséola.
O vírus ataca mais durante a primavera nos países com climas temperados. Antes da vacina contra a rubéola, introduzida em 1969, surtos ocorreram, geralmente, a cada 6-9 anos nos Estados Unidos e 3-5 anos na Europa, afetando principalmente as crianças na faixa etária de 5-9 anos de idade. Desde a introdução da vacina, as ocorrências se tornaram raras nos países desenvolvidos, mas continuam comuns nos países mais pobres. A doença está em processo de erradicação pela OMS, porém enquanto houver países sem campanhas de vacinação sempre existe o risco do vírus ser re-introduzido em países que já o haviam erradicado.[4]
Em 2012 foram relatados 100.000 casos de rubéola no mundo. Antes das campanhas mundiais de vacinação ocorriam 10.000.000 a 20.000.000 casos por ano, causando milhares de abortos e má-formações. [5]
Transmissão
A transmissão é pelo ar ou pela saliva. Quando o indivíduo contaminado tosse ou espirra, lança micro-partículas pelo ar com o vírus da rubéola a outros indivíduos que estejam próximo.[6]
Progressão e sintomas
A infecção, geralmente, tem evolução auto-limitada e em metade dos casos não produz qualquer manifestação clínica perceptíveis. Os sintomas mais comuns são:
- Pneumonite de grau variável,
- Aumento dos gânglios linfáticos na perna,
- Hipertrofia ganglionar retro-ocular e suboccipital,
- Manchas (máculas) avermelhadas (exantemas) cutâneas, inicialmente na boca e que evoluem rapidamente em direção aos pés e em geral desaparecem em menos de 5 dias.
- Dores pelo corpo.
Outros sintomas são a vermelhidão (inflamação) dos olhos, dor de cabeça, dor ao engolir, pele seca, congestão nasal e espirros. Frequentemente é confundido com o sarampo e a caxumba, porém, considerando que o tratamento e os riscos são similares, a importância do diagnóstico é saber quem é imunizado contra cada uma delas (tomar a vacina tríplice viral imuniza contra as três).
O vírus da rubéola só é realmente perigoso quando a infecção ocorre durante a gravidez, com invasão da placenta e infecção do embrião, especialmente durante os primeiros três meses de gestação. Nessas circunstâncias, a rubéola pode causar aborto, morte fetal, parto prematuro e malformações congênitas (cataratas, glaucoma, surdez, cardiopatia congênita, microcefalia com retardo mental ou espinha bífida). Uma infecção nos primeiros três meses da gravidez pelo vírus da rubéola é suficiente para a indicação de aborto voluntário da gravidez.
Diagnóstico
O diagnóstico clínico é difícil por semelhança dos sintomas com os dos outras doenças causadas por vírus com sintomas semelhantes (como sarampo, caxumba, influenza e dengue). É mais freqüentemente sorológico, com detecção de anticorpos específicos para o vírus, que pode ser melhor identificado quatro dias depois do aparecimento das manchas pelo corpo, ou por ELISA (teste imunoenzimático que permite a detecção de anticorpos específicos no soro). Como ela se cura mesmo sem tratamento específico, sua investigação laboratorial é geralmente restrita apenas para mulheres grávidas.[7]
A doença não é séria mas crianças de sexo masculino necessitam tomar vacina, que freqüentemente são inoculadas para prevenir as epidemias ou que depois infectem, no futuro, mulheres grávidas não vacinadas. É importante que todas as mulheres tomem a vacina devido ao risco de que apareça, mais tarde, durante períodos de gravidez.
Tratamento
O tratamento geralmente se restringe a controlar os sintomas enquanto o próprio organismo desenvolve resistência ao vírus. O uso de analgésicos como o paracetamol ou dipirona sódica podem amenizar a dor. Antipiréticos (também chamados de Antitérmicos) são usados para amenizar a febre. Caso a mulher esteja grávida pode-se administrar gamaglobulinas (um tipo de anticorpos) como meio de prevenir problemas sérios na gravidez.[8]
Como é difícil tratar doenças virais as políticas de saúde são focalizados na prevenção através da vacina tríplice viral.
Algumas malformações menos graves do feto como surdez e catarata podem ser amenizadas com cirurgias corretivas. Porém, em muitos casos a surdez e problemas visuais são muito difíceis de serem corrigidos ou muito caros.[9][10]
Vacina
A vacina é composta por vírus atenuados, cultivados em células de rim de coelho ou em células diploides humanas. Pode ser produzida na forma monovalente, associada com sarampo (dupla viral) ou com sarampo e caxumba (tríplice viral). A vacina se apresenta de forma liofilizada, devendo ser reconstituída para o uso. Após sua reconstituição, deve ser conservada à temperatura positiva de 2º a 8 °C, nos níveis local e regional. No nível central, a temperatura recomendada é de menos 20 °C. Deve ser mantida protegida da luz, para não perder atividade. A vacina é utilizada em dose única de 0,5 mL via subcutânea.
Gestantes não devem ser vacinadas e as mulheres vacinadas devem evitar a gestação até o mês seguinte à vacinação pelo risco de contaminação do feto (mesmo enfraquecido o vírus pode atravessar a placenta). Todas as pessoas infectadas devem evitar locais públicos (como escolas, trabalho e ruas movimentadas) durante o período da doença.[11]
É altamente eficaz e dificilmente gera efeitos colaterais. Adultos e adolescentes não imunizados também podem tomar a vacina.
Desambiguação linguística
Em inglês rubeola é outra designação de measles ou sarampo. A rubéola é denominada German measles (sarampo alemão) ou rubella. A confusão vem do fato de antigamente as doenças serem indistinguíveis para os médicos.
Referências
- ↑ http://drauziovarella.com.br/doencas-e-sintomas/rubeola/
- ↑ Donald G. McNeil Jr. (29 de abril de 2015). «Rubella Has Been Eliminated From the Americas, Health Officials Say». The New York Times. Consultado em 30 de abril de 2015
- ↑ https://microbewiki.kenyon.edu/index.php/Rubivirus#references
- ↑ http://www.paho.org/english/ad/fch/im/rubella.htm
- ↑ History of Vaccines: A Project of the College of Physicians of Philadelphia. "Rubella". 2014.
- ↑ Blackwell, L. "Togaviridae: Rubella Virus". 2000. < http://web.stanford.edu/group/virus/toga/2000/c.html>
- ↑ http://www.mdsaude.com/2009/03/rubeola-sintomas-e-vacina.html
- ↑ http://www.criasaude.com.br/N2396/rubeola/tratamento-rubeola.html
- ↑ Khandekar R, Sudhan A, Jain BK, Shrivastav K, Sachan R (2007). "Pediatric cataract and surgery outcomes in Central India: a hospital based study". Indian J Med Sci 61 (1): 15–22. doi:10.4103/0019-5359.29593. PMID 17197734.
- ↑ Weisinger HS, Pesudovs K (2002). "Optical complications in congenital rubella syndrome". Optometry 73 (7): 418–24. PMID 12365660.
- ↑ http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?372