Miguel (arcanjo)

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São Miguel Arcanjo
Miguel (arcanjo)
São Miguel por Juan de Espinal no Museu de Belas Artes de Sevilha, c. 1780
Arcanjo, "Príncipe da Milícia Celeste", "Arcanjo General", "Baluarte do Céu"
Veneração por Cristianismo
Judaísmo
Islamismo
Religiões Afro-Brasileiras
Festa litúrgica 29 de setembro
Atribuições Escudo ("Quis ut Deus"); Lutando contra o Dragão; segurando a balança, como o juiz dos mortos
Padroeiro
Portal dos Santos

Miguel (em hebraico: מִיכָאֵל (Micha'el ou Mîkhā'ēl; em grego: Μιχαήλ, Mikhaḗl; em latim: Michael ou Míchaël; em árabe: ميخائيل, Mīkhā'īl) é um arcanjo nas doutrinas religiosas judaicas, cristãs e islâmicas. Os católicos, anglicanos, ortodoxos e luteranos se referem a ele como Arcanjo Miguel ou simplesmente como Miguel. É sincretizado nas religiões afro-brasileiras com o orixá Exu.[6] Em Pernambuco, é sincretizado com o orixá Oxóssi.[7]

Em hebraico, Miguel significa "aquele que é similar a Deus" (Mi-"quem", kha-"como", El-"Deus"), o que é tradicionalmente interpretado como uma pergunta retórica: "Quem como Deus?" (em latim: Quis ut Deus?), para a qual se espera uma resposta negativa, e que implica que ninguém é como Deus. Assim, Miguel é reinterpretado como um símbolo de humildade perante Deus.[8]

Na Bíblia Hebraica, Miguel é mencionado três vezes no Livro de Daniel, uma como um "grande protetor que defende o povo de Deus" «Nesse tempo se levantará Miguel, o grande príncipe que se levanta a favor dos filhos do teu povo;» (Daniel 12:1). A ideia de Miguel como um advogado de defesa dos judeus se tornou tão prevalente que, a despeito da proibição rabínica contra se apelar aos anjos como intermediários entre Deus e seu povo, Miguel acabou tomando um lugar importante na liturgia judaica.

Em Apocalipse 12:7–9, Miguel lidera os exércitos de Deus contra as forças de Satã e seus anjos e os derrota durante a guerra no céu.

Na Epístola de Judas, Miguel é citado no versículo 9 especificamente como o "arcanjo"[9] que menciona a frase "O Senhor te repreenda" contra Satanás quando esse discutia sobre o corpo de Moisés. Os santuários cristãos em honra a Miguel começaram a aparecer no século IV, quando ele era percebido como um anjo de cura, e, com o tempo, como protetor e líder do exército de Deus contra as forças do mal. Já no século VI, a devoção a Arcanjo Miguel já havia se espalhado tanto no oriente quanto no ocidente. Com o passar dos anos, as doutrinas sobre ele começaram a se diferenciar.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Do termo “Arcanjo”[editar | editar código-fonte]

Arcanjo, num fragmento da Epístola de Judas (Tadeu) no Codex Sinaiticus (330-350 A.D.)

Arcanjo tem duas raízes, “arch” e “angelos”.

O prefixo grego “arch” (ἀρχ) deriva de “arché” (ἀρχή) que se refere tanto a “começo, ponto de partida, princípio”, como “suprema substância subjacente” ou “princípio supremo indemonstrável”.[10]

A partir dessa raiz “arché” temos o antepositivo “arch”, em português, com o sentido de “aquilo que está na frente, o que está no começo, na origem, ponto de partida de um entroncamento”,[10] sendo traduzido “acima”, “superior” ou “mais importante” e “o que governa, que dirige, que comanda, que lidera” e ainda carregando consigo ideias de poder, autoridade, império e superioridade.[11]

Quanto ao grego “angelos” (άγγελος), vertido para “anjo”, significa simplesmente “mensageiro”.

A partir dessas raízes, portanto, a palavra “Arcanjo” (αρχάγγελος) se traduz “Líder dos Mensageiros”, “Chefe dos Mensageiros”[12] "Capitão dos Anjos",[13] "Primeiro Anjo",[13] “Acima dos Anjos”, “Superior aos Anjos”[10][14][15] “Anjo Superior”[16] ou “Anjo Chefe”,[17][18][19][20] num aspecto qualitativo de liderança e substancialmente de superioridade,[15] da mesma maneira que se traduz palavras com o mesmo radical, tal como “arquiteto” (chefe dos construtores), “arcebispo” (classe hierárquica superior a Bispo), “hierarquia” (poder sagrado) ou “anarquia” (falta ou ausência de poder).

Miguel em Hebraico

Do termo “Miguel”[editar | editar código-fonte]

A tradução literal para o nome Miguel é “Aquele/Quem como Deus”.

  • Mi = Aquele/Quem(?)
  • Kha = Como
  • El = Deus

Como no hebraico não existia sinais de pontuação, algumas palavras trariam consigo um significado inquisitivo. Por isso a partícula “Mi” que significa “quem” muitas vezes é traduzida sintaticamente como interrogação, ocorrendo em 350 textos do Antigo Testamento onde é mencionada.[21]

Exemplo:

Depois disto ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem irá por nós? Então disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim.” (Is. 6:8)
וָאֶשְׁמַע אֶת- קוֹל אֲדֹנָי אֹמֵר אֶת- מִי אֶשְׁלַח וּמִי יֵלֶךְ- לָנוּ וָאֹמַר הִנְנִי שְׁלָחֵנִי: (Texto Original Hebraico)[22]
va'eshma et qol adonai omer et·mi esh'lach umi ielech·lanu vaomar hineni shelacheni (Texto Original Transliterado)[23]

Dessa forma, o Talmude sugere uma interpretação inquisitiva para o nome Miguel, tendo a tradução contextual “Quem é como Deus?”.[24][25][26][27][28][29][30][31][32][33][34][35] ou “Quem é semelhante a Deus?”.[36][37][38] Este entendimento hoje não é compartilhado somente pela comunidade judaica, pois mais tarde foi incorporado pela cristandade em geral “para não colocar em causa a própria Escritura”, tanto por católicos e protestantes[39] e também por outras comunidades religiosas, como as testemunhas de Jeová e os islâmicos. Mas para as cosmovisões judaica, jeovista e muçulmana, o pressuposto de não haver nenhuma outra pessoa igual a Deus (Sl. 35:10; 89:8) é literal, implicando sugestivamente a resposta “Ninguém é Igual a Deus” num entendimento retórico.

Quanto ao sufixo “El”, é também relacionado de forma regular com nomes significando afirmativamente “Deus” em todos os casos, tal como em Daniel (Deus é Juiz), Emanuel (Deus é Conosco), Ezequiel (A Força é de Deus), Samuel (Chamado pelo Nome de Deus), Gamaliel (Deus me Faz o Bem), Ananias (Deus é Clemente), João (A Graça é de Deus), Ismael (Deus Ouve), etc. Esse entendimento é compartilhado por algumas denominações cristãs trinitárias e alguns notórios comentaristas bíblicos como Matthew Henry (1662–1714) e até o próprio João Calvino (1509–1564), pai da Igreja Congregacional, da Presbiteriana e de muitas outras reformadas, trinitários convictos, entendendo o termo segundo a tradução literal. Para esses, diferentemente dos judeus e muçulmanos, o Arcanjo Miguel não tem natureza angélica, e sim divina, sendo o próprio Cristo que veio com esse “nome de guerra” fazendo um desafio a Satanás que, desde o princípio, sempre desejou estar acima dos anjos e ser igual ao Criador (Is. 14:12–14).

Referências nas Escrituras[editar | editar código-fonte]

Bíblia Hebraica[editar | editar código-fonte]

A Queda dos Anjos Rebeldes por Luca Giordano.

Na Bíblia Hebraica e, portanto, no Antigo Testamento, o profeta Daniel teve uma visão após um jejum (em Daniel 10:13–21), um anjo identifica Miguel como o protetor de Israel. O profeta se refere a Miguel como "um dos primeiros príncipes".[40] Posteriormente, em Daniel 12:1, Daniel é informado sobre o papel de Miguel durante o "tempo de tribulação" que "nunca houve desde que existiu nação até aquele tempo" e que:[41]

Nesse tempo se levantará Miguel, o grande príncipe que se levanta a favor dos filhos do teu povo;

Assim, embora as três referências a Miguel no Livro de Daniel sejam referentes ao mesmo indivíduo que age de forma similar nos três casos, o último se coloca no "fim dos tempos", enquanto os outros dois são na época contemporânea na Pérsia.[42] Estas são as únicas referências ao arcanjo Miguel na Bíblia Hebraica.[43]

As referências ao "capitão das hordas do Senhor" que estão no Livro de Josué nos primeiros dias da campanha pela Terra Prometida (veja Josué 5:13-15) foram por vezes interpretadas como sendo referentes ao arcanjo Miguel, mas não há nenhuma base teológica para esta proposição, dado que Josué claramente adorava essa figura e os anjos não eram adorados, o que indica que a figura possa se referir ao próprio Yahweh,[44][45] ou algum representante especial do mesmo.

Novo Testamento[editar | editar código-fonte]

O Apocalipse (Apocalipse 12:7–9) descreve uma guerra no céu na qual Miguel, sendo o mais forte, derrota Satã:[46]

Houve no céu uma guerra, pelejando Miguel e seus anjos contra o dragão. O dragão e seus anjos pelejaram, e não prevaleceram; nem o seu lugar se achou mais no céu. Foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás, aquele que engana todo o mundo; sim, foi precipitado na terra, e precipitados com ele os seus anjos.

Após o conflito, Satã foi atirado à terra juntamente com os anjos caídos de onde eles ainda tentam "desviar o caminho da humanidade".[46]

Em outro trecho, na Epístola de Judas (Judas 1:9), Miguel é referido especificamente como sendo o "arcanjo" quando ele novamente confronta Satã:[47]

Mas quando Miguel, o arcanjo, discutindo com o Diabo, altercava sobre o corpo de Moisés, não ousou fulminar-lhe sentença de blasfemo, mas disse: O Senhor te repreenda. (O fato de Miguel usar a expressão: "O Senhor te repreenda", sugere que ele se referia a alguém superior a ele, pois se assim não fosse, ele não teria empregado o seu uso em Judas 1:9. Isso também sugere que ele não poderia fazer julgamentos, talvez por falta de autoridade para tal ato ou por não ter poder algum ante a situação do texto em pauta.).

Uma referência a esse "arcanjo" também aparece em I Tessalonicenses (I Tessalonicenses 4:16):

porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, com voz de arcanjo e com trombeta de Deus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. (Neste contexto, o escritor quando usa "senhor" se refere ao próprio Cristo).

Ora, se Judas escreveu sobre "o arcanjo", denotando assim claramente que Existe apenas 1 Líder, Jesus seria o "Arcanjo" que marca a Segunda Vinda de Cristo.[47]

Algumas pessoas interpretam que ele, Miguel, seja algum representante de Deus ou até mesmo o próprio Jesus Cristo quer literalmente quer simbolicamente, pois as referências sobre o que Jesus fará como líder do exército dos anjos de Deus, são semelhantes às do Arcanjo Miguel. O fato da Bíblia se referir a apenas um Arcanjo, e de que Jesus é mostrado como tendo voz de Arcanjo e não de "um Arcanjo" significa que são pontos definitivos para concluir quem seria o Arcanjo Miguel. O fato de fazer algo semelhante a Jesus Cristo, não define a identidade do Arcanjo Miguel. Mais de uma pessoa podem fazer os mesmos atos e não serem literalmente as mesmas. Mas não é o fato em questão já que o termo e título "o Arcanjo" se refere apenas a Miguel, mostrando assim que existe apenas um Arcanjo.

Nos apócrifos[editar | editar código-fonte]

No livro de Enoque Miguel é designado como o príncipe de Israel. No livro dos Jubileus, ele é retratado como o anjo que instruiu Moisés na Torá. Nos Manuscritos do Mar Morto é retratado lutando contra Beliel.

Cristianismo[editar | editar código-fonte]

Cristianismo primitivo[editar | editar código-fonte]

Arcanjos ortodoxos
Conselho Angelical. Ícone ortodoxo com os sete arcanjos tradicionais da Ortodoxia

Miguel
Gabriel
Rafael
Fanuel
Uriel
Jegudiel
Salatiel
Jeremiel
Baraquiel


Os primeiros cristãos consideravam alguns mártires - como São Jorge e São Teodoro - como patronos militares. Porém, a São Miguel, eles entregavam bem-estar dos doentes e foi como um curador que ele era venerado na Frígia (na moderna Turquia).[48]

O mais antigo e mais famoso santuário de São Miguel no antigo Oriente Próximo era associado com suas águas medicinais. Ele era chamado de Michaelion[49] e foi construído no início do século IV pelo imperador romano Constantino I em Calcedônia, no local de um templo anterior chamado Sosthenion.[43]

Uma pintura do Arcanjo Miguel matando uma serpente se tornou a principal no Michaelion após Constantino ter derrotado Licínio nas redondezas em 324, eventualmente tornando-a o padrão da iconografia de Miguel como um santo guerreiro, assassinando um dragão.[43] O Michaelion tinha uma magnífica igreja e ela se tornou o modelo para centenas de outras igrejas no cristianismo oriental, que espalhou a devoção ao arcanjo.[50]

No século IV, a homilia de Basílio de Cesareia, De Angelis, colocou Miguel acima de todos os outros anjos. Ele foi chamado de "Arcanjo" por ser o príncipe dos outros anjos.[51] No século VI, a imagem de Miguel como curador continuava em Roma, algo visível pelo costume de os doentes, após uma epidemia, dormirem uma noite no Castel Sant'Angelo (dedicado a Miguel por ter salvado Roma), esperando a sua manifestação.[51][52]

No século VI, o crescimento da devoção ao santo na Igreja Ocidental se manifestou pelas festas dedicadas a ele, como se pode ver no Sacramentário Leonino. No século VII, o Sacramentário gelasiano incluia uma festa para "S. Michaelis Archangeli", assim como o Sacramentário Gregoriano.[51] Alguns destes documentos mencionam uma hoje inexistente Basilica Archangeli na Via Salária, em Roma.[51]

A angeologia de Pseudo-Dionísio, que era amplamente lida já no século VI, dava a Miguel uma alta posição na hierarquia celestial.[51] Posteriormente, no século XIII, outros, como Boaventura, acreditavam que ele seria o príncipe dos Serafins, a primeira das nove ordens angélicas. De acordo com Tomás de Aquino,[53] ele seria o príncipe da última e mais baixa ordem, a dos anjos.[51]

Catolicismo[editar | editar código-fonte]

Os católicos romanos e os ortodoxos geralmente se referem a Miguel como "São Miguel", um título honorífico cuja origem não foi uma canonização. Ele é geralmente nas litanias cristãs como "São Miguel Arcanjo". Os ortodoxos adicionalmente o chamam de "Archistrategos" (veja estratego) ou "Comandante Supremo das Hostes Celestiais"

Nos ensinamentos católicos, São Miguel tem quatro papéis principais.[54] O primeiro é como comandante do Exército de Deus e o líder das forças celestes em seu triunfo sobre os hostes infernais.[55] Ele é visto como um modelo angélico para as virtudes do "guerreiro espiritual", em guerra contra o mal, por vezes também visto como sendo a "batalha interna".[56]

O segundo e o terceiro papel de Miguel lidam com a morte. No segundo, Miguel é o anjo da morte, levando a alma de todos os falecidos para o céu. Neste papel, na hora da morte, Miguel desce e dá à alma uma chance de se redimir antes da morte, atrapalhando assim o diabo e seus asseclas. As orações católicas em geral se referem a este papel de Miguel. No terceiro papel, ele mede as almas numa balança perfeitamente equilibrada (daí o motivo de ele ser também muitas vezes representado segurando uma balança).[57]

Em seu quarto papel, São Miguel, o patrono especial do povo escolhido no Antigo Testamento, é também o guardião da Igreja. Era comum o anjo ser reverenciado por ordens militares de cavaleiros durante a Idade Média. Este papel também se estende a ser o santo padroeiro de numerosas cidades e países.[58][59]

A freira carmelita portuguesa Antónia de Astónaco teve uma aparição de São Miguel Arcanjo.

O catolicismo romano inclui ainda tradições como a Oração de São Miguel, composta e mandada rezar pelo próprio Papa Leão XIII, que pede especificamente que os fiéis sejam defendidos pelo santo,[60][61][62] e a Coroa de São Miguel Arcanjo é composta por nove saudações, uma para cada ordem angélica.[63][64] De acordo com a Igreja Católica, a origem desta devoção está relacionada com uma aparição e revelação privada do próprio Arcanjo São Miguel a uma freira carmelita portuguesa, Antónia de Astónaco, no ano de 1750, sendo esta aparição posteriormente reconhecida e a devoção aprovada pelo Papa Pio IX, a 8 de agosto de 1851, quem a enriqueceu de indulgências.

Protestantismo primitivo[editar | editar código-fonte]

Alguns dos primeiros acadêmicos protestantes identificaram Miguel com a pré-encarnação de Cristo, baseando sua visão parcialmente na justaposição de "criança" e arcanjo no capítulo 12 do Apocalipse e também nos atributos dados a ele por Daniel.[65]

Testemunhas de Jeová[editar | editar código-fonte]

As Testemunhas de Jeová acreditam que há apenas um "arcanjo" no céu e na Bíblia. Eles ensinam que o Jesus de antes da ressurreição e após a ressurreição, e o Arcanjo Miguel são a mesma pessoa: "a evidência indica que o Filho de Deus era conhecido como Miguel antes de vir à Terra e é conhecido também por este nome após o seu retorno ao céu, onde ele agora está na forma do glorificado espírito Filho de Deus." Eles notam que o termo "arcanjo" na Bíblia só é usado no singular, jamais de forma clara no plural. Eles também afirmam que Miguel é o mesmo "Anjo do Senhor" que conduziu os israelitas no deserto.[66][67] Sob este ponto de vista, o espírito que leva o nome de Miguel é chamado de "um dos principais príncipes", "o grande príncipe que tem o comando de seu [de Daniel] povo" e "o arcanjo" (Daniel 10:13, Daniel 12:1; Judas 1:9.[68]

Adventistas do Sétimo Dia[editar | editar código-fonte]

Adventistas do Sétimo Dia acreditam que Miguel era um outro nome para o Verbo Divino (como em João 1:1) antes d'Ele ter se encarnado como "Jesus". Ele seria o Verbo, não criado, por conta de quem todas as coisas são criadas. O Verbo então se fez nascer encarnado como Jesus.[69]

Eles acreditam que o nome "Miguel" é importante para mostrar a sua verdadeira identidade, assim como Emanuel (que significa "Deus conosco"). Eles acreditam que o nome significa "aquele que é Deus" e que, como "Arcanjo" ou "comandante ou líder dos anjos", ele liderava os anjos e, por isso, a afirmação em Apocalipse 12:7–9 que identifica Jesus como sendo Miguel.[70] Além disso, "Miguel" seria um dos muitos títulos associados ao Filho de Deus, a segunda pessoa da Divindade. E este ponto de vista não estaria de modo algum em conflito com a crença em sua Divindade Plena, pré-existência eterna e, também de maneira nenhuma, seria uma diminuição de Sua pessoa ou obra.[71]

Ainda na visão adventista, a afirmação em I Tessalonicenses 4:16 identifica claramente Jesus com Miguel,[72] assim como João 5:25.[72]

Nas Escrituras ele é mostrado fazendo coisas que também se aplicam a Cristo desde o início, ele é também Cristo pré-encarnado.[73][74]

Mórmons[editar | editar código-fonte]

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias acredita que Miguel é Adão, o Antigo de Dias (de Daniel 7), um príncipe e um patriarca da família humana e que Miguel ajudou Jehovah (a forma celeste de Jesus) na criação do mundo sob a direção de Deus Pai.[75][76][77][78]

O anjo Miguel nos manuscritos do Mar Morto[editar | editar código-fonte]

São Miguel luta contra o dragão, por Jean Fouquet.

Desde a publicação, em 1991, da quase totalidade dos textos descobertos no deserto da Judeia, comumente conhecidos como os manuscritos do Mar Morto, que o estudo acerca da angeologia judaica sectária e extrabíblica teve um grande desenvolvimento.

Nestes textos, numa perspectiva que viria a ser recuperada pelos movimentos gnósticos do Século I, Miguel é apresentado como a figura celestial de Melquisedeque exaltado, elevado aos céus. É similarmente referido como o "príncipe da luz", conforme 11Q13, que dará combate ao "príncipe das trevas", Satã, Belial ou Melkireshah (o príncipe das profundezas da Terra). Este confronto dar-se-á aquando da grande batalha celeste que antecederá o fim dos tempos e a nova vinda do fundador da comunidade essênia, o "Mestre da Justiça", como Messias escatológico.

Neste contexto, e numa descrição profundamente ambivalente, em 4Q529 e 6Q23 o triunfo definitivo da paz não lhe é atribuído, conforme alguns depreendem de Judas 1:9, acima transcrito, onde Miguel recusa a função de juiz escatológico, mas apenas é o seu arqui-estratega. Miguel recusa inclusive o título de "Senhor" e de "Salvador", ao mesmo tempo que, segundo 4Q246, aguarda que, tal como o seu modelo histórico apresentado neste texto, Antíoco Epifânio, se possa autoproclamar "um deus" e ser adorado como deus, tal como aquele em Daniel 11,36-37.

Em síntese, a angeologia apresentada pela interpretação destes textos não é homogénea, mas aduz um grande leque de orientações desde as menos negativas como as que consideram Miguel como Melquisedeque exaltado, mas com desejos de ser adorado, até às profundamente negativas, as que o concebem como próximo do malévolo rei Sedecias. Nos primeiros séculos da nossa era, esta literatura teve muita influência em círculos gnósticos vindos do helenismo platonizado na medida em que a sua falta de clareza e a ambiguidade esotérica, quase a roçar o paganismo (de facto, tais perspectivas jamais poderiam ser tidas como inspiradas, quer pelo judaísmo, quer pelo cristianismo), serviu plenamente os seus intuitos de estabelecerem pontes de contacto com o crescente influxo cultural do cristianismo e, assim, não perderem a sua importância religiosa.

Festas, patronato e ordens[editar | editar código-fonte]

Imagem de São Miguel numa procissão em Cabeceiras de Basto.

Festas[editar | editar código-fonte]

Nas Igrejas Católica, Anglicana e Luterana, a festa do Arcanjo Miguel ocorre em 29 de setembro (no calendário ocidental), quando também se comemoram os arcanjos Gabriel e Rafael. Na Inglaterra medieval este dia era chamado de "Festa de São Miguel e todos os anjos".[79]

Na Igreja Ortodoxa, a principal festa de São Miguel é em 8 de novembro (21 de novembro na maior parte das denominações ortodoxas, que ainda usam o calendário juliano), quando ele é homenageado com o resto dos "Poderes não encarnados do Céu" (os anjos) como sendo seu "comandante supremo". O "Milagre de São Miguel em Chonae" é comemorado em 6 de setembro.[80][81]

Patronatos e ordens[editar | editar código-fonte]

Selo ucraniano de 2019 com um mosaico de Miguel, padroeiro de Kiev

No cristianismo medieval, Miguel, juntamente com São Jorge, se tornaram santos patronos da cavalaria medieval e é hoje considerado como o santo patrono dos oficiais de polícia e militares.[59][82]

Brasão de armas de Bruxelas

No século XV, Jean Molinet glorificou o ato de guerra do arcanjo como o "primeiro feito de cavalaria e habilidade de cavaleiro que jamais fora realizado".[83] Assim, Miguel se tornou o patrono natural da primeira ordem de cavalaria da França, a Ordem de São Miguel, de 1469. No sistema de honras britânico, uma ordem de cavalaria fundada em 1818 também foi batizada em homenagem aos dois santos guerreiros, a Ordem de São Miguel e São Jorge.[84] A Ordem de Miguel, o Valente é a mais alta condecoração militar na Romênia.

Além de ser o patrono de guerreiros, os doentes e os aflitos também consideram o Arcanjo Miguel como seu santo padroeiro.[85] Baseando-se na lenda de sua aparição do século VIII em Mont-Saint-Michel, na França, o Arcanjo também é o santo patrono dos paraquedistas e dos marinheiros em seu mais famosos santuário.[51] Após a cristianização da Alemanha, onde as montanhas eram geralmente consagradas aos deuses pagãos, os cristãos colocaram-nas sob o patronato do Arcanjo Miguel e diversas capelas ao santo foram erigidas por todo o país.[51] Ele também é o santo padroeiro de Bruxelas desde a Idade Média.[86] A cidade de Arkhangelsk, na Rússia, foi batizada em sua honra e a Ucrânia - e sua capital, Kiev - considera o Arcanjo como seu padroeiro.[87]

Relatos de aparições nas religiões[editar | editar código-fonte]

Judaísmo[editar | editar código-fonte]

Há uma lenda que parece ser de origem judaica e adotada pelos coptas, segundo a qual Miguel foi primeiro enviado por Deus para trazer Nabucodonosor (c. 600 a.C.) contra Jerusalém, e que Miguel foi posteriormente muito ativo em libertando sua nação do cativeiro babilônico. Segundo o midrash Genesis Rabbah, Miguel salvou Hananiah e seus companheiros da fornalha Fiery. Miguel era ativo na época de Ester: "Quanto mais Hamã acusava Israel na terra, mais Miguel defendia Israel no céu". Foi Miguel quem lembrou Assueroque que ele era devedor de Mardoqueu; e há uma lenda que Miguel apareceu ao sumo sacerdote Hircanus, prometendo-lhe assistência.[88]

Segundo as Lendas dos judeus, o arcanjo Miguel era o chefe de um bando de anjos que questionou a decisão de Deus de criar o homem na terra. Todo o bando de anjos, exceto Miguel, foi então consumido pelo fogo.

Cristianismo[editar | editar código-fonte]

Arcanjo Miguel tentando salvar almas no purgatório, por Jacopo Vignali, século XVII.

A Igreja Ortodoxa celebra o Milagre em Chonae em 6 de setembro. A lenda piedosa que cerca o evento afirma que João, o Apóstolo, ao pregar nas proximidades, predisse o aparecimento de Miguel em Cheretopa, perto do Lago Salda, onde uma primavera de cura apareceu logo após o Apóstolo ter saído; em gratidão pela cura de sua filha, um peregrino construiu uma igreja no local. Pagãos locais, que são descritos como ciumentos do poder curativo da primavera e da igreja, tentam afogar a igreja redirecionando o rio, mas o Arcanjo, "à semelhança de uma coluna de fogo", dividiu a rocha. abrir uma nova cama para o riacho, direcionando o fluxo para longe da igreja. Supõe-se que a lenda tenha sido anterior aos eventos reais, mas os textos dos séculos V e VII que se referem ao milagre de Chonae formaram a base de paradigmas específicos para "aproximar-se adequadamente" de intermediários angelicais para orações mais eficazes na cultura cristã.[89]

Há uma lenda do final do século V na Cornualha, Reino Unido, que o Arcanjo apareceu para os pescadores no Monte de São Miguel. Segundo o autor Richard Freeman Johnson, essa lenda é provavelmente uma reviravolta nacionalista em um mito. As lendas da Cornualha também sustentam que o monte em si foi construído por gigantes e que o rei Arthur lutou contra um gigante lá.

A lenda da aparição do Arcanjo, por volta de 490 d.C., em uma caverna isolada no monte Gargano, na Itália, ganhou seguidores entre os lombardos no período imediato subsequente e, no século VIII, os peregrinos chegaram de lugares tão distantes quanto a Inglaterra.[90] O calendário tridentino incluiu um banquete da aparição em 8 de maio, data da vitória de 663 sobre os napolitanos gregos que os lombardos de Manfredonia atribuíram a São Miguel. A festa permaneceu no calendário litúrgico romano até ser removida na revisão do papa João XXIII. O santuário do Monte Sant'Angelo em Gargano é um importante local de peregrinação católica.[91]

Segundo as lendas romanas, o Arcanjo Miguel apareceu com uma espada sobre o mausoléu de Adriano enquanto uma praga devastadora persistia em Roma, em resposta aparente às orações do Papa Gregório I, o Grande (c. 590-604), para que a praga cessasse. Depois que a praga terminou, em homenagem à ocasião, o papa chamou o mausoléu de "Castel Sant'Angelo" (Castelo do Anjo Sagrado), nome pelo qual ainda é conhecido.

Segundo a lenda de Norman, Miguel teria aparecido para Santo Auberto, bispo de Avranches, em 708, dando instruções para construir uma igreja na ilhota rochosa agora conhecida como Mont Saint-Michel.[92] Em 960, o duque da Normandia encomendou uma abadia beneditina no monte, e continua sendo um importante local de peregrinação.

Uma freira carmelita portuguesa, Antónia d'Astónaco, relatou uma aparição e revelação particular do Arcanjo Miguel que havia dito a esse devoto Servo de Deus, em 1751, que ele gostaria de ser honrado, e Deus glorificado, pela oração de nove invocações especiais. Essas nove invocações correspondem a invocações aos nove coros de anjos e origina o famoso Terço de São Miguel. Esta revelação e orações particulares foram aprovadas pelo papa Pio IX em 1851.[93]

De 1961 a 1965, quatro jovens estudantes relataram várias aparições do Arcanjo Miguel na pequena vila de Garabandal, na Espanha. Em Garabandal, as aparições do Arcanjo Miguel foram relatadas principalmente como anunciando a chegada da Virgem Maria. A Igreja Católica não aprovou nem condenou as aparições de Garabandal.

Imagens[editar | editar código-fonte]


Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Archangel» 
  2. «Meeting Report: Architectural Heraldry in Dumfries and Galloway]» 
  3. «Saint Michael the Archangel» 
  4. «Liceia Commune (Portugal)» 
  5. «Paróquia de Santos Dumont, MG, celebra padroeiro». Portal G1 
  6. «29 de setembro comemoramos o "Dia de São Miguel Arcanjo"». Raizes Espirituais. 29 de setembro de 2012 
  7. «Saiba a diferença entre Iemanjá e Nossa Sra dos Navegantes». Terra 
  8. Studies in Revelation by Hampton J. Keathley, 3rd, J. Hampton Keathley III 1997 ISBN 0-7375-0008-5 page 209 [1]
  9. «Epístola de Judas». Versículo 9: Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda. 
  10. a b c Passow, Franz. Handwörterbuch der Sprache Griechischen. Edição de 1831.
  11. Liddell, Henry George & Scott, Robert. Grerek-English Lexicon. Claredon Press - Oxford.
  12. (em castelhano)Vine Diccionario Expositivo de Palabras del Antiguo y del Nuevo Testamento Exhaustivo, Editorial Caribe 1999, sección del Nuevo Testamento pág. 82.
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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