Samael

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Segundo a etimologia, Samael significa Veneno (Sama) de Deus (El). Também é chamado de acusador, sedutor, deus-cego e destruidor. Noutras crenças pode ser interceptado "estrela do absinto" ou então como o anjo do abismo, não um demónio mas sim o anjo que desce para abrir o poço da legião de Apolion chefe dos demónios no livro de Apocalipse da "Bíblia Sagrada".

Apocalipse 9 por exemplo.

«Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.» (Apocalipse 12:7–9)

Tradições Judaicas e Cabalah[editar | editar código-fonte]

Imagem de Samael
The Angel of Death I de Evelyn De Morgan

Na Cabala era um dos sete Anjos que estavam diante do Trono de Deus (Apocalipse 8:2) e são representações dos Poderes Divinos. Tais poderes cósmicos podem ser polarizados tanto positiva quanto negativamente dentro do ser humano. A Polaridade negativa da energia cósmica de Samael é simbolizada por um anjo caído, cuja consorte é Lilith.

Nas tradições judaicas é identificado como o Anjo da Morte, o ex-chefe do quinto céu e também um dos sete regentes do mundo material servido por milhões de anjos.

Conta-se que Samael tomou Lilith como sua esposa depois que esta repudiou Adão. Segundo o Rabi Eliezer, ele (Samael) foi o encarregado de tentar Eva. Após seduzi-la e copular com ela, engendrou Caim.

Também é considerado o anjo que lutou com Jacó (Genesis 32:24–31) e o anjo que sustentou o braço de Abraão no momento do sacrifício de Isaque (Gênesis 22:1–13). Segundo a cabala é descrito como a "ira de Deus" e é considerado o quinto arcanjo do mundo de Briah. Foi o anjo guardião de Esaú e patrono do Império Romano.

Samael corresponde a Sefirot Geburah, significando "a severidade". Os demônios associados a ele são descritos como monstros amarelos com corpo de cachorro e cabeças de demônio. Geburah também está associado ao racionalismo, ao intelectualismo, a justiça cega e ao oculto. Assim sendo, Samael se converte no justiceiro cego, no olho por olho-dente por dente, aquele que utilizando a lei não tem piedade. Por isso é considerado pelo leigo como maligno, de palavras inteligentes e racionais que nega a existência de Deus e de qualquer ser acima do EU.

Tradições Cristãs Gnósticas[editar | editar código-fonte]

Nas tradições cristãs de origem gnóstica (veja Apócrifo de João) encontrado na Biblioteca de Nag Hammadi, Samael é o terceiro nome do demônio Demiurgo cujos outros nomes são: Yaldabaoth e Saclas[1]. É neste contexto que o seu nome significa "deus-cego". É retratado por uma serpente com rosto de leão e é filho do Aeon Sophia contra o qual se rebela.

No livro intitulado Sobre a origem do mundo, que faz parte da mesma biblioteca, Samael também é chamado de Ariael ("como um leão")[2].

Tradições Cristãs Canônicas[editar | editar código-fonte]

Gravura de Gustave Doré
Gravura de Gustave Doré

Segundo as tradições cristãs canonicas, Samael era Lúcifer (Portador de Luz), o anjo que estava mais próximo de Deus. Ao querer usurpar o trono de Deus fazendo-se igual a Ele, reuniu um terço das milícias celestes e travou uma batalha com as hostes angélicas fiéis, sendo derrotado depois de uma dura batalha contra o arcanjo Miguel (cujo nome no original é Mikha'El e significa "Quem é como Deus?") sendo precipitado no Hades (Inferno).

Enquanto caía no Tártaro, Miguel e os anjos fiéis bradaram: Samael! Samael! Samael! Aludindo à queda daquele que desejava ser como Deus, mas havia se transformado em Satanás.

Porém, de acordo com as tradições judaicas e algumas cristãs, a passagem bíblica Isaías 14:12–14 se refere ao rei da Babilônia e não a um anjo, argumentando que no título do referido capítulo 14 é "O rei da Babilônia no mundo dos mortos".

No Livro de Jó encontra-se a afirmativa de que Satanás estava a rodear a Terra (Jó 2:2).

Referências em Jogos de Vídeo Game[editar | editar código-fonte]

  • Nos jogos da série Silent Hill, há várias referências à Samael. A Marca de Samael é um simbolo criado para esse jogo. Samael é o deus desse culto e devido às interferências dos colonizadores, teve o nome trocado de “deus do paraíso” para o nome de Samael, um demônio (segundo o documento About syncretic religions, SH3). A mudança fez com que o grupo passasse a considerar o demônio um deus que traria o paraíso. A cidade de Silent Hill então cresceu e o culto se enraizou na cultura local.

"Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo."

Isaías 14:12–14

  • Há uma aparição dele no jogo Darksiders.
  • Samael também é um demônio recorrente na série de jogos Shin Megami Tensei, aparecendo nas raças Vile, Fallen e Dragon.

Referências

  1. Robinson, ed., James M. (1990). The Nag Hammadi Library, revised edition. The Apocryphon of John (Trad. de Frederik Wisse) (em inglês). San Francisco: Harper Collins. ISBN 0-06-066929-2 
  2. Robinson, ed., James M. (1990). The Nag Hammadi Library, revised edition. On the Origin of the World (Trad. de Hans-Gebhard Bethge e Bentley Layton) (em inglês). San Francisco: Harper Collins. ISBN 0-06-066929-2