Samba, Pagode & Cia.

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Samba, Pagode & Cia
Samba, Pagode & Cia.
Informação geral
Formato programa de variedades
Gênero Musical
Duração 60 minutos
País de origem  Brasil
Idioma original português
Produção
Diretor(es) Roberto Talma
Apresentador(es) Netinho de Paula
Salgadinho
Kelly Key
Exibição
Emissora original TV Globo
Transmissão original 27 de março de 1999 – 15 de maio de 1999
Cronologia
Programas relacionados Brasil Legal
Esquenta!

Samba, Pagode & Cia. foi um programa de televisão brasileiro produzido pela TV Globo e exibido de 27 de março de 1999 até 15 de maio do mesmo ano.[a] O programa era apresentado pelos cantores Salgadinho, Netinho de Paula e Kelly Key. Posteriormente o formato serviu de inspiração para o programa Esquenta!.

Produção[editar | editar código-fonte]

O programa foi idealizado e dirigido por Roberto Talma, após avaliar a boa recepção de formatos ditos como "populares" como Brasil Legal, além da alta do pagode no Brasil naquele momento – que era o ritmo de maior rotação nas rádios, com diversas bandas surgindo e se estabelecendo.[3] Netinho de Paula, vocalista do Negritude Jr., foi convidado para ser um dos apresentadores após a produção avaliar como positivo sua experiência apresentando o Amigos e Sucesso, da RecordTV, sendo que logo após foi convidado também Salgadinho, vocalista do Katinguelê.[4] Kelly Key – na época assinando artisticamente como Kelly Ka – originalmente foi apenas uma das modelos contratadas para gravar a abertura do programa, porém o diretor avaliou como carismática sua aparição e, a partir do segundo programa, ela passou a apresentá-lo também, tendo apenas 16 anos.[5]

História[editar | editar código-fonte]

O programa estreou em 27 de março de 1999 em um cenário que simulava um boteco, trazendo mesas e cadeiras onde os apresentadores recebiam os convidados para cantar e entrevistar, além de um balcão onde um barman preparava bebidas e chopp para os artistas, sendo que o público ficava na plateia em volta, em frente ao cenário que simulava o horizonte da periferia, com casas de madeira e cabos elétricos.[3] O primeiro programa também alternou a parte de auditório com cenas de um show gravado no Via Funchal com as bandas dos respectivos apresentadores especialmente para a estreia.[6]

Em 3 de abril, com a entrada de Kelly Key no segundo programa, a atração passou a ser dividida em duas locações: o buteco, agora sem plateia, onde Netinho de Paula e Salgadinho continuavam recebendo diversos artistas de samba e pagode, e um casarão, onde Kelly entrevistava cantores também de outros gêneros.[7][8] Para adequar-se as características do que a direção imaginava como “imagem da periferia”, Kelly, que era loura e branca, precisou tingir os cabelos de preto e colocar dreadlocks, além de passar por bronzeamento artificial para ficar no tom de pele mais escuro.[9] Outra mudança foi a troca de Roberto Talma da direção por Eid Walesko e Aloysio Legey.[10]

O programa foi exibido pela última vez em 15 de maio de 1999.[11] Netinho de Paula comentou durante entrevista para o site TV Press que a emissora não soube ouvir os conselhos dos cantores e não conseguiu consolidar um programa para a população de baixa renda, tentando elitizá-lo e apostar numa dramaturgia irreal da periferia, quando na verdade o público queria apenas um programa de auditório mais popular, o que não rendeu uma identificação: "A Globo é comandada por pessoas elitistas e sem identidade com o povo. O popular, para os diretores da Globo, é a coisa mais brega do mundo. Fazer pagode tomando champanhe não dá certo mesmo".[7]

Audiência[editar | editar código-fonte]

O programa não conquistou bons índices de audiência, deixando a emissora – que detinha a maioria de sua programação em primeiro lugar sobre as concorrentes – em segundo lugar logo na estreia, perdendo de 10 pontos para 18 pontos da RecordTV, que exibia o Programa Raul Gil no mesmo horário.[12] O fato aconteceu semanalmente durante os dois meses que o programa ficou no ar, não liderando a faixa de horário em nenhuma ocasião.[12] Em abril o programa totalizou uma média de 10 pontos a menos que a RecordTV.[7]

Notas

  1. O programa Samba, Pagode & Cia não era exibido em rede nacional, pois algumas regiões exibiam programação local na faixa de horário.[1][2]

Referências

  1. Rodrigues Bazi, Rogério Eduardo (Setembro de 2000). «Programação Regional: Audiência e Credibilidade» (PDF). Universidade do Amazonas. XXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação: 8. Consultado em 29 de dezembro de 2023. Os horários disponíveis pela Globo, segundo a revista Tela Viva de janeiro de 2000, para a inserção de programas regionais é o que segue: Segunda a Sexta-feira- 6h45-7h15; 12h-12h50;18h50-19h05; - Sábado- 12h-12h50;13h50-16h;18h50-19h05; - Domingo- 7h-7h30 e uma hora a mais após o programa “Sai de Baixo”. 
  2. «INTERIOR DE SÃO PAULO». Tela Viva. Janeiro de 2000. Consultado em 18 de janeiro de 2018. Arquivado do original em 1 de maio de 2001 
  3. a b «Pagodeiros ganham programa na Globo». Diário do Grande ABC. Consultado em 12 de maio de 2017 
  4. «'Amigos e Sucessos' e 'Planeta Xuxa' servem de 'vestibular' a cantores». Folha de S.Paulo. Consultado em 12 de maio de 2017 
  5. «Quando a expectativa é maior que a audiência...». Yahoo. Consultado em 28 de maio de 2011 [ligação inativa]
  6. «Samba, Pagode & Cia. teve como apresentadores os cantores Salgadinho e Netinho, vocalistas, respectivamente, dos grupos Katinguelê e Negritude Jr.». Globo. Consultado em 12 de maio de 2017 
  7. a b c «Em 1999, programa de pagodeiros afundou a Globo e durou só 49 dias». UOL. Consultado em 28 de maio de 2011 
  8. «Baixo ibope faz Globo mudar "Pagode e Cia."». Folha de S.Paulo. Consultado em 12 de maio de 2017 
  9. «Kelly Key: 'Estraguei meu cabelo pela primeira vez aos 13 anos'». Globo. Consultado em 28 de maio de 2011 
  10. «Roberto Talma deixa "Samba, Pagode e Cia."». Folha de S.Paulo. Consultado em 12 de maio de 2017 
  11. «Fora do ar, pagodeiro pede para ir ao "Raul Gil"». Folha de S.Paulo. Consultado em 12 de maio de 2017 
  12. a b «Pagodeiros levam uma surra semanal». Folha de S.Paulo. Consultado em 12 de maio de 2017 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]