San Gregorio Magno al Celio

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 Nota: Para outros significados, veja San Gregorio Magno.
Basílica de Santa Sabina no Aventino
Santa Sabina all'Aventino
San Gregorio Magno al Celio
Fachada e o mosteiro anexo
Tipo
Estilo dominante Barroco
Arquiteto Giovanni Battista Soria (reconstrução)
Fim da construção século XVII
Religião Igreja Católica
Diocese Diocese de Roma
Ano de consagração século VI
Website
Geografia
País Itália
Região Roma
Coordenadas 41° 53' 08" N 12° 29' 26" E

San Gregorio Magno al Celio, também conhecida como San Gregorio al Celio ou simplesmente como San Gregorio, é uma igreja localizada no rione Célio de Roma, em frente ao Palatino.

O atual cardeal-presbítero do título dos Santos André e Gregório no Monte Celio é Francesco Montenegro, arcebispo de Agrigento.

História[editar | editar código-fonte]

Pórtico ao final do pátio interior

A igreja iniciou como uma simples capela anexa a uma villa romana suburbana do Papa Gregório I, que converteu a vila em um mosteiro entre 575 e 580 d.C.[1] Santo Agostinho de Cantuária foi um prior antes de partir com a Missão gregoriana aos anglo-saxões cinco anos depois. A comunidade era dedicada a Santo André e manteve esta dedicação nos documentos da Alta Idade Média, mudando após o ano 1000 para São Gregório, em homenagem ao papa fundador.[1]

Em 1573, a então abandonada igreja e o pequeno mosteiro junto a ela, ambos no isolado monte, passaram para as mãos dos camaldulenses.[2] O atual edifício foi reconstruído no local a partir de um projeto de Giovanni Battista Soria em 1629-1633, patrocinado pelo cardeal Scipione Borghese. A obra foi suspensa quando ele morreu e reiniciada em 1642,[3] com a decoração interior provida por Francesco Ferrari (1725–1734).

Igreja[editar | editar código-fonte]

Trono de São Gregório

De fronte à igreja está uma larga escadaria, que sobe a partir da Via di San Gregorio, a rua que separa o Monte Célio do Palatino. A fachada, a mais importante e artisticamente relevante obra de Giovanni Battista Soria (1629–33), lembra, no estilo e no material utilizado (travertino), a de San Luigi dei Francesi. Não é, porém a fachada da igreja, mas sim a entrada para um pátio interno ou peristilo,[4] através do qual, ao fundo, se alcança a entrada da igreja, através de um pórtico que contém alguns túmulos, entre os quais estava o do famoso cortesão Imperia, amante do rico banqueiro Agostino Chigi (1511), que foi posteriormente adaptado para servir de túmulo para um clérigo do século XVII. Uma inscrição latina comemorando o acadêmico grego e embaixador da corte da rainha Maria, Sir Edwaerd Carne, está ali também. A cathedra de mármore associada com Gregório, o Grande, está preservada na stanza di S. Gregorio na igreja[nota a]. A autora Gisela Richter sugere que este trono, assim como três outros muito similares atualmente no Isabella Stewart Gardner Museum, em Boston, em Berlim e no Museu da Acrópole são réplicas de um original helênico perdido.[5]

A igreja segue o típico padrão das antigas basílicas, uma nave separada de dois corredores laterais por uma fileira de dezesseis colunas antigas, com pilastras. Outras colunas antigas foram reutilizadas: quatro sustentam o pórtico à esquerda da nave que leva ao antigo cemitério beneditino, e quatro outras foram reutilizadas por Flaminio Ponzio (1607) para sustentar a pérgula da capela central de frente para o cemitério no lado oposto e que ainda é dedicado a Santo André.

Decoração[editar | editar código-fonte]

A decoração inclui estuques de Francesco Ferrari (circa 1725) e um piso cosmatesco. A altar principal está decorado com a Madonna com os Santos André e Gregório (1734), de Antonio Balestra. O segundo altar, à esquerda, tem uma Madonna e os Santos (1739) de Pompeo Batoni. Ao final da nave, o altar de São Gregório Magno tem três belos relevos do final do século XV de Luigi Capponi. Também de interesse é a Capela Salviati, desenhada por Francesco da Volterra e executada por Carlo Maderno em 1600: ela inclui um antigo afresco que, de acordo com a tradição, falou com São Gregório, e um altar de mármore (1469) de Andrea Bregno e seus pupilos.[6] A capela é atualmente utilizada pela comunidade romena de Roma, que segue o rito bizantino.

Oratórios[editar | editar código-fonte]

"Triclínio dos pobres", no Oratório de Santa Bárbara.

A esquerda da igreja, agrupados junto ao jardim, estão três oratórios patrocinados pelo cardeal Cesare Baronio no início do século XVII para comemorar o mosteiro original de Gregório.

Oratório de Santo André[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Oratorio di Sant'Andrea al Celio

O oratório central abriga os afrescos Flagelação de Santo André de Domenichino, Santo André trazido ao templo e São Pedro e São Paulo, de Reni. Uma Virgem com os santos André e Gregório por Cristoforo Roncalli, il Pomarancio e, finalmente, Santa Sílvia e São Gregório, por Giovanni Lanfranco.

Oratório de Santa Sílvia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Oratorio di Santa Silvia al Celio

O oratório da direita do observador é dedicado a Santa Sílvia, a mãe de Gregório, e está localizado, provavelmente, sobre a sua tumba. Este oratório abriga os afrescos Concerto de Anjos, por Reni, e David e Isaías, por Sisto Badalocchio.

Oratório de Santa Bárbara[editar | editar código-fonte]

Este oratório, com afrescos por Antonio Viviani (1602), representa a reconstrução, pelo cardeal Barônio, do famoso triclínio, no qual Gregório realizava banquetes para os pobres de Roma. Na enorme mesa de mármore - retirado de antigas fundações romanas - João, o Diácono relata que um anjo teria se juntado a doze pobres que se juntaram para gozar da benevolência de Gregório.[7]

Restos romanos[editar | editar código-fonte]

No terreno do mosteiro anexo foi descoberta a Afrodite de Menofanto,[8] uma Vênus em mármore do período greco-romano, do tipo Vênus Capitolina, atualmente no Museo Nazionale Romano.

Notas[editar | editar código-fonte]

[nota a] ^ Uma reconstrução correta de sua aparência original aparece como o trono de Gregório no quadro de Rafael "Disputa sobre o Santíssimo Sacramento".[9]

Referências

  1. a b Hülsen, Christian (1927). Le Chiese di Roma nel Medio Evo. Gregorii in Clivo Scauri (em italiano). Florence: Olschki. Consultado em 14 de julho de 2011 
  2. Mittarelli (1755–1773). Annales Camaldulenses ordini s S. Benedicti. San Gregorio al Celio nella storia: Comunità monastica di Camaldoli (em italiano). 9. Venice: [s.n.] Consultado em 14 de julho de 2011. Arquivado do original em 18 de fevereiro de 2008 
  3. Touring Club Italiano, Roma e dintorni 1965:382.
  4. Confusamente chamado de átrio no guia TCI Roma e dintorni 1965:382. Pátios interiores em grande escala desta forma eram uma característica da Antiga Basílica de São Pedro e outras antigas basílicas. O pátio e a fachada também foram reconstruídos por Soria.
  5. Richter (outubro de 1954). «The marble throne on the Acropolis and its replicas». The American Journal of Arxhaeology (em inglês) (58): 276-76 e ilus.  e Richter (1968). Furniture of the Greeks, Romans and Etruscans (em inglês). [S.l.: s.n.] p. 32f. 
  6. Sobre a localização original da obra e a reconstrução do 'pala' de mármore, veja Senekovic, Darko (2004). K. Corsepius, D. Mondini, D. Senekovic; et al., eds. Opus tessellatum: Modi und Grenzgange der Kunstwissenschaft (Studien zur Kunstgeschichte 157). S. Gregorio al Celio im Quattrocento: Abt Amatisco, Reform von Monteoliveto und Stilinnovation (em alemão). Hildesheim/Zürich/New York: Georg Olms Verlag .
  7. Acta S. Gregorii Papae, ii.23
  8. Ela traz a assinatura de "Menofantos" — Apo tis en troadi afroditis minofantos epoiei — um escultor grego, aparentemente do século I a.C., de quem nada mais se conhece.
  9. Philipp Fehl (setembro de 1973). «Raphael's Reconstruction of the Throne of St. Gregory the Great». The Art Bulletin (em inglês). 55 (3): 373-379 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre San Gregorio al Celio
  • Senekovic, Darko, S. Gregorio al Celio, in: P. C. Claussan, D. Mondini, D. Senekovic, Die Kirchen der Stadt Rom im Mittelalter 1050-1300, Band 3 (G-L), Stuttgart 2010, pp. 187–213. (em inglês)
  • Haskell, Francis and Nicholas Penny, 1981. Taste and the Antique: The Lure of Classical Sculpture 1500-1900 (Yale University Press). Cat. no. 84. (em inglês)
  • Helbig, Wolfgang, Führer durch die öffentlichen Sammlungen klassischer Altertümer in Rom 4th edition, 1963–72, vol. II. (em inglês)