Acisclo

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Santo Acisclo
Acisclo
Relicário d'Acisclo Basílica de Saint-Sernin de Toulouse
Mártir
Morte 304[1]
Córdova, Hispânia
Veneração por
Festa litúrgica 17 de novembro[1]
Padroeiro Córdova
Portal dos Santos
Relicário de Vitória e Acisclo de Córdoba na Basílica de São Saturnino (Tolosa)

Acisclo (em latim: Acisclus) ou Ocíselo (em latim: Ocysellus) foi um cristão romano do final do século III e começo do IV de Córdova, na Hispânia, que, na Perseguição de Diocleciano, sofreu o martírio juntamente com sua irmã Vitória.

Biografia[editar | editar código-fonte]

A história de Acisclo e Vitória consta no Memorial dos Santos do século IX do também mártir Eulógio de Córdova. Há dúvidas sobre a veracidade histórica da existência de Vitória,[2] mas ambos são venerados nos ritos litúrgicos moçárabes e sua veneração espalha-se por toda a Espanha e França.[1] Seu culto ocorre desde pelo meno o século VI como atestável numa inscrição hispânica deste período referente a relíquias.[2] Segundo a narrativa de Eunápio, Acisclo e Vitória, nativos e residentes de Córdova, foram denunciados como cristãos ao prefeito Dião, descrito como "iníquo perseguidor de cristãos", que tratou de prendê-los. A principal acusação para prendê-los era de que Acisclo alegadamente teria dito que os deuses romanos eram "nada mais que pedras, não melhores que aqueles que as cultuavam".[3]

Visando puni-los, Dião ordenou que fossem queimados numa fornalha, mas seu plano fracassou, pois alegadamente entoaram músicas de júbilo do interior da fornalha. Em seguida, prendeu-os em pedras e lançou-os no rio Guadalquivir, porém novamente fracassou, com ambos sendo encontrados flutuando ilesos na superfície.[3] Por fim, Dião suspendeu-os sobre o fogo, mas o fogo saiu de perto deles e matou centenas de pagãos. Após tais eventos, eles, sentindo já terem demonstrado suficientemente que permaneceriam resolutamente cristãos, bem como o poder exercido por seu Deus, entregaram-se a seus pretensos carrascos,[4] que executaram-os no anfiteatro: ele foi decapitado,[1] enquanto ela foi morta a flechadas.[5] Seus corpos foram sepultados pela dama Minciana em sua propriedade fora dos muros da cidade.[6] O local posteriormente tornar-se-ia igreja e muitos mártires da perseguição árabe foram enterrados ali. A Basílica de São Saturnino de Tolosa, na França, reclama algumas das relíquias de Acisclo e Vitória.[5]

Referências

  1. a b c d Saints 2007.
  2. a b Butler 1995, p. 154.
  3. a b Wolf 2014, p. 77.
  4. Wolf 2014, p. 77-78.
  5. a b Butler 1995, p. 155.
  6. Farmer 2011, p. 2.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Butler, Alban; Burns, Paul (1995). Butler's Lives of the Saints. 11. Londres: A&C Black 
  • Farmer, David (2011). The Oxford Dictionary of Saints, Fifth Edition Revised. Oxônia: Oxford University Press. ISBN 0191036730 
  • «Acislus». Saints SPQN. 2007 
  • Wolf, Kenneth Baxter (2014). Christian Martyrs in Muslim Spain. Cambrígia: Cambridge University Press. ISBN 1107634814 
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