Serafino Vannutelli

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Serafino Vannutelli
Cardeal da Santa Igreja Romana
Decano do Colégio dos Cardeais
Penitenciário-mor Apostólico
Prefeito da Sagrada Congregação de Cerimônias
Info/Prelado da Igreja Católica
Atividade eclesiástica
Diocese Diocese de Roma
Nomeação 25 de maio de 1914
Predecessor Luigi Cardeal Oreglia di Santo Stefano
Sucessor Vincenzo Cardeal Vannutelli
Mandato 1914 - 1915
Ordenação e nomeação
Ordenação presbiteral 22 de dezembro de 1860
por Costantino Cardeal Patrizi Naro
Nomeação episcopal 25 de junho de 1869
Ordenação episcopal 18 de julho de 1869
Sant'Andrea al Quirinale
por Costantino Cardeal Patrizi Naro
Nomeado arcebispo 25 de junho de 1869
Cardinalato
Criação 14 de março de 1887
por Papa Leão XIII
Ordem Cardeal-presbítero (1887-1893)
Cardeal-bispo (1893-1915)
Título Santa Sabina (1887-1889)
São Jerônimo dos Croatas (1889-1893)
Frascati (1893-1903)
Porto e Santa Rufina (1903-1914)
Óstia (1914-1915)
Brasão
Dados pessoais
Nascimento Genazzano
26 de novembro de 1834
Morte Roma
19 de agosto de 1915 (80 anos)
Nacionalidade italiano
Sepultado Campo di Verano
dados em catholic-hierarchy.org
Cardeais
Categoria:Hierarquia católica
Projeto Catolicismo

Serafino Vannutelli (26 de novembro de 183419 de agosto de 1915) foi um diplomata e cardeal italiano da Igreja Católica, Penitenciário-mor Apostólico e Decano do Colégio dos Cardeais.

Vida[editar | editar código-fonte]

Sua formação iniciou-se no Seminário de Palestrina, Palestrina e no Almo Collegio Capranica, de Roma. No Collegio Romano, fez o doutorado em filosofia, em 5 de setembro de 1855, e em teologia, em 8 de setembro de 1859); obteve um doutorado utroque iure, tanto em direito canônico como direito civil. Recebeu as insígnias de caráter clerical em 14 de novembro de 1848; as ordens menores, em 6 e 7 de junho de 1857. Tornou-se subdiácono, em 23 de abril de 1859 e diácono em 2 de junho de 1860. Seu irmão mais novo, Vicenzo Vannutelli, também se tornou cardeal.[1]

Sacerdócio[editar | editar código-fonte]

Foi ordenado padre em 22 de dezembro de 1860, pelo cardeal Costantino Patrizi Naro, secretário da Comissão para a Inquisição.[1][2] Beneficiário da Basílica de São Pedro, em Roma, em 1863. Tornou-se professor de Teologia, do Seminário do Vaticano. Foi auditor na nunciatura no México, em 1864; retornou a Roma após a queda do imperador Maximiliano I, em 1867. Foi também auditor na nunciatura na Baviera.[1]

Episcopado[editar | editar código-fonte]

Eleito arcebispo-titular de Niceia, em 25 de junho de 1869, foi consagrado em 18 de julho de 1869, na igreja de Sant'Andrea al Quirinale, em Roma, pelo Cardeal Costantino Patrizi Naro, agora arcipreste da Arquibasílica de São João de Latrão, assistido por Salvatore Nobili Vitelleschi, arcebispo-bispo de Osimo, e por Pelagio Antonio de Labastida, arcebispo do México.[1][2]

Foi nomeado Delegado apostólico nas Repúblicas do Equador, Peru, e Nueva Granada (Colômbia), Venezuela, El Salvador, Guatemala, Costa Rica, Honduras e Nicarágua, em 23 de julho de 1869. Torna-se núncio apostólico na Bélgica, em 10 de setembro de 1875 e na Áustria-Hungria, em 3 de dezembro de 1880.[1][2][3]

Cardinalato[editar | editar código-fonte]

Foi nomeado pelo Papa Leão XIII como cardeal-presbítero no consistório de 14 de março de 1887, recebendo o barrete cardinalício e o título de Santa Sabina em 26 de maio.[1][2] Condecorado com a Grã-Cruz da Ordem austríaca de Sankt Stefan, no mesmo ano.[1]

É nomeado Prefeito da Sagrada Congregação de Indulgências e Sagradas Relíquias, em 13 de fevereiro de 1888. Optou pelo título de São Jerônimo dos Croatas, em 11 de fevereiro de 1889. Tornou-se secretário de Memoriais Pontifícios, a partir de 14 de março. Camerlengo do Sagrado Colégio dos Cardeais, entre 1 de junho de 1891 até 11 de julho de 1892. Tornou-se secretário de Breves Apostólicos, em 28 de janeiro de 1892.[1][2]

Foi nomeado arcebispo de Bolonha, em 16 de janeiro de 1893.[1][2] O Papa Leão XIII escreveu uma carta ao povo de Bolonha dizendo que ele havia sido guiado por inspiração divina ao fazer a nomeação e teria dito que "Vannutelli vai como Cardeal de Bolonha e retornará como um Papa". O New York Times comentou: "Ele foi por algum tempo mencionado com destaque em conexão com a sucessão papal e é apoiado por um influente partido eclesiástico, com quem, acredita-se, o Papa Leão XIII tem simpatia".[4]

Passa para a ordem dos cardeais-bispos e para a sé suburbicária de Frascati, em 12 de junho. Torna-se então Prefeito da Sagrada Congregação do Index, em 9 de dezembro.[1][2]

Nomeado pró-Prefeito da Sagrada Congregação dos Bispos e Regulares, em 1 de outubro de 1896, depois torna-se Penitenciário-mor Apostólico, em 20 de novembro de 1899. Foi secretário da Sagrada Congregação da Inquisição romana e universal, entre 16 de janeiro de 1903 até 31 de dezembro de 1908. Passou para a sé suburbicária de Porto e Santa Rufina, em 22 de junho de 1903.[1][2]

Durante o Conclave de 1903, com o exercício do Jus exclusivae barrando a eleição do cardeal Mariano Rampolla pelo imperador Francisco José I da Áustria, foi um dos nomes propostos pelos cardeais austríacos naquele momento.[5]

Torna-se Decano do Colégio dos Cardeais em 7 de dezembro de 1913. Passa para a sé suburbicária de Óstia, própria do decano do Sacro Colégio, em 25 de maio de 1914 e também é nomeado Prefeito da Sagrada Congregação Cerimonial.[1][2] Em 25 de maio de 1915, foi confiado pelo Papa Bento XV a estabelecer que capelães militares que pegassem em armas poderiam celebrar missas e assistir aos moribundos, no contexto da I Guerra Mundial.[6]

Conclaves[editar | editar código-fonte]

Morte[editar | editar código-fonte]

Morreu numa quinta-feira, 19 de agosto de 1915, às 01h00, em Roma, depois de ter recebido piedosamente os santos sacramentos.[1][2] O corpo foi exposto em seu apartamento no Palazzo Sacchetti, via Giulia, em Roma.[1]

O funeral teve lugar no sábado, 21 de agosto, às 10h30, na igreja de San Giovanni dei Fiorentini. A missa de exéquias foi celebrada por Domenico Mannaioli, bispo-titular de Pomaria. A absolvição final foi transmitida pelo cardeal Francesco di Paola Cassetta, bispo de Frascati, vice-decano do Sacro Colégio dos Cardeais. Estavam presentes o Cardeal Vincenzo Vannutelli, seu irmão, com os outros membros da família, além dos cardeais Pietro Gasparri, Diomede Falconio, Girolamo Maria Gotti, O.C.D., Rafael Merry del Val, Antonio Vico, Gennaro Granito Pignatelli di Belmonte, Domenico Serafini, Francesco Salesio Della Volpe, Gaetano Bisleti, Louis Billot, S.J. e Michele Lega. Também estiveram presentes numerosos arcebispos, bispos, sacerdotes e religiosos, bem como membros do corpo diplomático e da nobreza romana. Os restos mortais do cardeal foram enterrados no túmulo da Sagrada Congregação de Propaganda Fide, no cemitério Campo di Verano, em Roma.[1]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o The Cardinals of the Holy Roman Church
  2. a b c d e f g h i j Catholic Hierarchy
  3. Marco Mancini (17 de agosto de 2021). «I Decani del Sacro Collegio: il Cardinale Serafino Vannutelli» (em italiano). ACI Digital 
  4. «Pope Leo's Successor» (PDF) (em inglês). The New York Times, 10 de janeiro de 1893 
  5. «Pío X y el veto del emperador» (em espanhol). Site Infovaticana, 21 de agosto de 2021. 
  6. «Epístola Era Nostro proposito» (em italiano). 25 de maio de 1915 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Daniel, Charles; Paul-Marie Baumgarten; Antoine de Waal. (1900). Rome. Le chef suprême l'organisation et l'administration centrale de l'église (em francês). França: Plon. 719 páginas 
  • De Marchi, Giuseppe (1957). Le nunziature apostoliche dal 1800 al 1956 (em italiano). Roma: Ed. di Storia e Letteratura. 281 páginas 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


Precedido por
Giuseppe Berardi
Brasão episcopal
Arcebispo-titular de Niceia

18691887
Sucedido por
Luigi Galimberti
Precedido por
-


Delegado apostólico em Colômbia,
Costa Rica, Nicarágua, Honduras,
Equador, Peru, Bolívia e Venezuela

18691875
Sucedido por
Vários
Precedido por
Giacomo Cattani

Núncio apostólico na Bélgica

18751880
Sucedido por
Domenico Ferrata
Precedido por
Luigi Jacobini

Núncio apostólico no
Império Austro-Húngaro

18801887
Sucedido por
Luigi Galimberti
Precedido por
Edward MacCabe
Cardeal
Cardeal-presbítero de
Santa Sabina

18871889
Sucedido por
Agostino Bausa
Precedido por
Gaetano Aloisi Masella

Prefeito da Sagrada Congregação de
Indulgências e Sagradas Relíquias

18881891
Sucedido por
Carlo Cristofori
Precedido por
Luigi Serafini
Cardeal
Cardeal-presbítero de
São Jerônimo dos Croatas

18871889
Sucedido por
Lőrinc Schlauch
Precedido por
Paul Melchers, S.J.

Camerlengo do Colégio dos Cardeais

18911892
Sucedido por
Gaetano Aloisi Masella
Precedido por
Francesco Battaglini
Brasão arquiepiscopal
Arcebispo de Bolonha

1893
Sucedido por
Domenico Svampa
Precedido por
Tommaso Maria Zigliara, O.P.
Cardeal
Cardeal-bispo de Frascati

18931903
Sucedido por
Francesco Satolli
Precedido por
Camillo Mazzella, S.J.

Prefeito da Sagrada Congregação do Index

18931896
Sucedido por
Andreas Steinhuber, S.J.
Precedido por
Isidoro Verga

Pró-Prefeito da Sagrada Congregação
dos Bispos e Regulares

18961899
Sucedido por
Girolamo Maria Gotti, O.C.D.
Precedido por
Isidoro Verga

Penitenciário-mor Apostólico

18991915
Sucedido por
Willem Marinus van Rossum, C.Ss.R.
Precedido por
Raffaele Monaco La Valletta

Secretário da Sagrada Congregação da
Inquisição romana e universal

19031908
Sucedido por
Mariano Rampolla del Tindaro
Precedido por
Lucido Maria Parocchi
Cardeal
Cardeal-bispo de
Porto-Santa Rufina

19031914
Sucedido por
Antonio Vico
Precedido por:
Luigi Oreglia di Santo Stefano
Brasão arquiepiscopal
Decano do Colégio dos Cardeais

19131915
Seguido por:
Vicenzo Vannutelli
Cardeal-bispo de Óstia
19141915

Prefeito da Sagrada Congregação Cerimonial

19141915