Serra de Leomil

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A Serra de Leomil é uma elevação de Portugal Continental, com 1008 metros de altitude. Tem o seu cume na freguesia de Leomil, concelho de Moimenta da Beira, no Norte do distrito de Viseu. Eleva-se esta interessante e graciosa serra entre os rios Paiva e Távora e pertence ao Maciço Galaico-Duriense. É o local de nascimento de importantes cursos de água como o Rio Varosa e o Rio Paiva.

O nome por qual é chamada é atestado pela memória paroquial de Leomil de 1758:

«A Villa de Leomil fica na Província da Beyra Alta dentro do Bispado e Comarca de Lamego, tem ele o termo e he freguezia sobre si (…) Está situada em hum valle nas fraldas da Serra de Leomil, e nam se descobre della povoaçam alguma (…) Dista esta Villa da Cidade de Lamego capital do Bispado tres legoas de Lixboa Capital do Reyno sincoenta e quatro (…).»

A citação acima revela uma grande desonestidade intelectual por falsear documento histórico. O texto original diz «A villa de Leomil fica na Provincia da Beira Alta, dentro no bispado e comarca de Lamego, tem seo termo e hé freguizia sobre si. Hé e sempre foi terra donataria do Excellentissimo Marquês de Marialva. Tem ao prezente cento e outenta e nove vezinhos, pessoas de comfiçam quinhentas outenta e coatro. Está situada em hum valle nas fraldas da serra da Nave, e nam se descobre della povoaçam alguma». [1]

E quando descreve a serra onde se situa: «Descripção da serra da Nave. 1. A serra em cujas fraldas está a villa de Leomil chama-se a Nave. 2. Tem a dita serra de comprimento huma legoa grande e de larga outra».

(Nota: negritos nossos)

O reitor de Leomil Francisco de Almeida Nunes, autor da Memória Paroquial de Leomil de 9 de maio de 1758, refere 6 vezes "serra da Nave" e nem por uma só vez serra de Leomil.

Apesar da alteração administrativa do nome feita em finais do século XIX, o povo não conhece nem reconhece essa imposição do centralismo lisboeta e continuou com a designação histórica de Serra da Nave, e por esse nome é conhecida em todo o planalto beirão.

É igualmente essa a designação literária dos autores beirões, com destaque para a inigualável mestria de Aquilino Ribeiro.

Mesmo em abordagens académicas é Serra da Nave que prevalece. Vejam-se os interessantes estudos de Domingos de Jesus Cruz e Ana Catarina Sousa (entre outros) sobre o património histórico em geral, e arqueológico em particular, da Serra da Nave.


Fontes: IAN/TT- Memórias Paroquiais de 1758, Leomil, vol. 20, memória 79, fl S. 589-592

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  1. IAN/TT (2014). [IANTT. Memórias Paroquiais de 1758. Memórias Paroquiais - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq (arquivos.pt) «Memórias Paroquiais de 1758»] Verifique valor |url= (ajuda) (10). Consultado em 13 de março de 2024