Sheilla Castro

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Sheilla Tavares de Castro)
Sheilla Castro
Bicampeã olímpica
Sheilla Castro
Sheilla durante partida do Pesaro, em 2006
Voleibol
Nome completo Sheilla Tavares de Castro
Modalidade Voleibol indoor
Nascimento 1 de julho de 1983 (40 anos)
Belo Horizonte, MG
Nacionalidade brasileira
Compleição Peso: 64 kg • Altura: 1,87 m
Posição oposta
Clube Seleção Brasileira de Voleibol Feminino (comissão técnica)
Medalhas
Competidora do Brasil
Jogos Olímpicos
Ouro Pequim 2008 Equipe
Ouro Londres 2012 Equipe
Campeonatos Mundiais
Prata Japão 2006 Equipe
Prata Japão 2010 Equipe
Bronze Itália 2014 Equipe
Copa do Mundo
Prata Japão 2007 Equipe
Liga das Nações
Prata Rimini 2021 Equipe
Grand Prix
Ouro Sendai 2005 Equipe
Ouro Reggio Calabria 2006 Equipe
Ouro Yokohama 2008 Equipe
Ouro Tóquio 2009 Equipe
Ouro Sapporo 2013 Equipe
Ouro Tóquio 2014 Equipe
Ouro Bangkok 2016 Equipe
Prata Ningbo 2010 Equipe
Prata Macau 2011 Equipe
Prata Ningbo 2012 Equipe
Copa dos Campeões
Ouro Japão 2005 Equipe
Ouro Japão 2013 Equipe
Prata Japão 2009 Equipe
Jogos Pan-Americanos
Ouro Guadalajara 2011 Equipe
Prata Rio de Janeiro 2007 Equipe
Competidora do Pesaro
Ouro Campeonato Italiano 2007-08 Equipe
Copa CEV
Ouro Turim 2006 Equipe
Ouro Belgrado 2008 Equipe
Competidora de Osasco
Campeonatos Mundiais
Ouro Doha 2012 Equipe
Prata Zurique 2014 Equipe
Campeonato Sul-Americano
Ouro Osasco 2012 Equipe
Ouro Minas 2020 Equipe
Prata Osasco 2014 Equipe
Competidora do VakıfBank
Liga dos Campeões da Europa
Prata Montichiari 2016 Equipe
Bronze Estetino 2015 Equipe

Sheilla Tavares de Castro (Belo Horizonte, 1 de julho de 1983)[1] é uma ex-jogadora de voleibol brasileira. Atuava na posição de oposto, se aposentando em 2022. Atualmente faz parte da comissão técnica da Seleção Brasileira de Voleibol Feminino.[2] É uma das atletas mais vitoriosas da história do esporte brasileiro, vencedora de 2 medalhas de ouro olímpicas,[3] sendo considerada, por muitos especialistas, como uma das maiores jogadoras de voleibol de todos os tempos e uma da maiores atletas brasileiras no geral.[4]

Biografia e carreira[editar | editar código-fonte]

Infância e adolescência[editar | editar código-fonte]

Filha de pais divorciados, Sheilla foi criada pelos avós desde os três anos de idade. Aos seis anos, se mudou para o bairro de Lourdes, em frente ao Minas Tênis Clube, estimulando-a a praticar esportes diariamente.[5] Os primeiros contatos com o vôlei foram muito cedo, nas aulas de educação física no Instituto Izabela Hendrix. Em pouco tempo Sheilla já jogava no time do colégio. Aos 13 anos, incentivada pelo técnico e professor do colégio, Olyntho Nunes de Avelar Júnior, fez um teste no Mackenzie Esporte Clube.[6]

Clubes[editar | editar código-fonte]

Após entrar no Mackenzie em 1997, as atuações no clube levaram Sheilla à primeira convocação para a Seleção Mineira juvenil. A partir daí, Sheilla defendeu o Estado de Minas Gerais em muitas oportunidades, sagrando-se Campeã Brasileira pela primeira vez em 2000. Logo foi convocada para a Seleção Brasileira Juvenil, onde foi Campeã Sul Americana e Mundial. Bernardinho abordou Sheilla a se unir ao Paraná Vôlei Clube, mas o Mackenzie vetou a proposta.[6][7]

No fim do ano 2000, com apenas 17 anos, Sheilla se transferiu para o o outro time de Belo Horizonte, o MRV/Minas de Fofão e Cristina Pirv,[7] onde atuou por 4 temporadas. Em 2002, era campeã da Superliga. Em 2004, depois de ter se destacado na equipe, Sheilla aceitou um novo desafio: atuar na Itália. Foi contratada pelo Scavolini Pesaro, uma das principais equipes da liga Italiana.[6]

Mais tarde no Pesaro teve a companhia da ponteira da seleção brasileira Marianne Steinbrecher (Mari), e a liderança de tanto o técnico da seleção, José Roberto Guimarães, como seu auxiliar e preparador físico do time, o também brasileiro Ângelo Vercesi. Foi sob o comando de Ângelo que Sheilla sagrou-se campeã do Campeonato Italiano de vôlei e da Copa CEV na temporada 2007/2008.[8]

Em 2008, a atleta voltou ao Brasil para defender a equipe do São Caetano/Blausiegel, juntamente com as companheiras de seleção Mari e Fofão, onde permaneceu pelas temporadas de 2008/2009 e 2009/2010. A equipe do ABC paulista ficou na 3ª colocação da Superliga em ambas as temporadas. Já na Superliga 2010/2011, com o fim da parceria do time de São Caetano com a empresa de medicamentos Blausiegel, Sheilla e Mari se transferiram para a equipe do Unilever/Rio de Janeiro, onde sob o comando de Bernardinho e junto com duas jogadoras da seleção - a líbero Fabi e a levantadora Dani Lins - foram campeãs da Superliga 2010/2011 sobre o Osasco. Na temporada seguinte foram vice-campeãs perdendo para o mesmo Osasco.

Após a final, Sheilla acertou sua transferência para o Sollys/Osasco, onde foi campeã sul-americana e mundial de clubes, inclusive sendo eleita a melhor jogadora do Mundial.[7][9] Na temporada 2014/2015, jogou pela equipe do VakıfBank da Turquia.[10]

Após embarcar em 2021 para o Athletes Unlimited Volleyball, o campeonato estadunidense de vôlei, pela equipe Blue Storm,[11] Sheilla anunciou ao fim da temporada em 9 de abril de 2022 que se aposentaria,[12] com sua despedida marcada para um jogo festivo dez dias depois, promovido pelo Minas Tênis Clube, com lotação máxima da Arena UniBH. Entitulado de "Set Final", a disputa ocorreu entre o Time Londres e o Time Pequim, aludindo aos títulos olímpicos de Sheilla e contando com vários medalhistas brasileiros. Sheilla jogou em ambos os times e fez o ponto final, dando a vitória ao Time Pequim por 2 sets a 1 (25/21, 22/25 e 26/24). Estiveram em quadra: Gabriela Guimarães, Maurício, Fofão, William, Carol Albuquerque, Macris, Natália, Fernanda Garay, Leandro Vissotto, Thaísa, Fabiana, Fabi, Walewska, Serginho Escadinha, todos medalhistas olímpicos, além de Pri Dairot, Nyeme, Reggiane, Lorrenne, Kisy, Juciely e Leia.[13]

Seleção[editar | editar código-fonte]

Quando a seleção brasileira sofreu uma crise, no início dos anos 2000, com as então principais jogadoras da seleção pediram dispensa, por problemas de relacionamento com o técnico Marco Aurélio Motta, Sheilla teve a oportunidade de disputar seu primeiro Campeonato Mundial, no ano de 2002. Mas, por contar com jogadoras muito jovens e inexperientes, o Brasil não fez um bom campeonato, amargando a sétima colocação. Com a saída de Marco Aurélio, o técnico José Roberto Guimarães assumiu o posto de comandante da seleção em 2003.A jogadora chegou a participar de alguns campeonatos com a seleção no mesmo ano, mais acabou fora da lista final e não foi as Olimpíadas de Atenas 2004.[14]

Mais tarde, em 2005, a seleção passou por uma inteira renovação, Sheilla foi reconvocada e se destacou na seleção, ajudando na conquista de todos os títulos disputados naquele ano, sendo eleita melhor jogadora em duas competições e ganhando a confiança da torcida. Em 2006, pela Seleção Brasileira mais uma vez deu show e foi bicampeã do Grand Prix e eleita a melhor jogadora do torneio. No mesmo ano, foi vice-campeã mundial, sendo a maior pontuadora do Brasil na competição.[14]

O ano de 2007 foi o ano da decepção, nenhum título pela Seleção Brasileira, sendo o maior destaque a terrível derrota na final do Pan do Rio de Janeiro 2007 para a renovada Seleção de Cuba. A seleção ficou com a medalha de prata na Copa do Mundo de Vôlei, que classificou o time automaticamente para as Olimpíadas de Pequim.[14]

Sheilla com o elenco da seleção que conquistou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos Rio 2007

Em 2008, Sheilla foi campeã do Grand Prix de Voleibol de 2008 e do torneio de voleibol olímpico. Nas Olimpíadas, foi a maior pontuadora brasileira, e ficou na lista das dez melhores atacantes e das cinco melhores bloqueadoras do torneio.[14]

Depois de ganhar os Jogos Pan-Americanos de 2011, a seleção teve desempenhos abaixo da média nos outros torneios do ano e da primeira metade de 2012, se classificando para as Olimpíadas de Londres apenas na eliminatória sul-americana. Apesar de chegar desacreditada a Londres e beirar a desclassificação na primeira fase, Sheilla ajudou a seleção a chegar ao bicampeonato olímpico, sendo escolhida como Melhor Sacadora da competição.[15] No final de 2012, foi eleita pelo Comitê Olímpico Brasileiro a Melhor Atleta do Ano, em votação popular.

Sheilla com a seleção feminina desfilando pelas ruas de São Paulo após a conquista do bicampeonato olímpico em Londres 2012.

Após chegar como uma das favoritas ao tricampeonato olímpico na Rio 2016 a seleção brasileira acabou sendo superada pelas chinesas nas quartas de finais da olimpíada, logo após a derrota Sheilla anunciou que estava deixando a seleção feminina, com 14 anos na seleção e vários títulos ela e sua amiga Fabiana se despediram em uma dolorosa derrota, que ficaria marcada pra sempre na história da geração mais vitoriosa do vôlei feminino do Brasil.

No final de 2019, Sheilla voltou para a seleção, disputando o Campeonato Sul-Americano de Voleibol Feminino e a Copa do Mundo de Voleibol Feminino como reserva. Sua última disputa pela seleção foi a Liga das Nações de 2021, em Rimini, na Itália, conquistando o segundo lugar e levando a medalha de prata para casa.

No final de 2019, Sheilla voltou para a seleção, disputando o Campeonato Sul-Americano de Voleibol Feminino e a Copa do Mundo de Voleibol Feminino como reserva. Sua última disputa pela seleção foi a Liga das Nações de 2021, em Rimini, na Itália, conquistando o segundo lugar e levando a medalha de prata para casa.

Aposentadoria[editar | editar código-fonte]

Após deixar as quadras, Sheilla fez parte da comissão técnica do Minas Tênis Clube na temporada 2021-22.[16] Em agosto de 2023, foi anunciada como membro da comissão técnica da Seleção Brasileira de Voleibol Feminino.[2]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Em 20 de abril de 2013 casou-se com Brenno Blassioli, ex-jogador e técnico de basquete do Esporte Clube Pinheiros.[17] No dia 05 de novembro de 2018, nasceram suas filhas gêmeas.[18] Em 2021, o casal se separou.

Clubes[editar | editar código-fonte]

Clube País De Até
Mackenzie  Brasil 1997 2000
MRV/Ponte Preta[19]  Brasil 2001
Minas  Brasil 2001 2004
Pesaro  Itália 2004 2008
São Caetano  Brasil 2008 2010
Rio de Janeiro  Brasil 2010 2012
Osasco  Brasil 2012 2014
VakıfBank  Turquia 2014 2016
Minas Tênis Clube (voleibol feminino)  Brasil 2019 2020
Minas (comissão técnica)  Brasil 2021

Títulos[editar | editar código-fonte]

Seleção[editar | editar código-fonte]

Clubes[editar | editar código-fonte]

VakıfBank
  • Campenato Turco – 2015-16[21]
  • Supercopa Turca – 2014[22]
Osasco
Unilever
Pesaro
  • Campeã CEV Cup – Scavolini Pesaro 2006 e 2008
  • Campeã Italiana – Scavolini Pesaro 2008
  • Campeã da Supercopa Italiana – Scavolini Pesaro 2006
  • Campeã do Troféu Valle d'Aosta (2005 e 2006)
  • Campeã do Montreaux Volley Masters, ex-BCVCup (2005, 2006 e 2009)
Minas

Títulos individuais[editar | editar código-fonte]

  • MVP do Troféu Valle d'Aosta (2005)
  • MVP da Copa dos Campeões (2005)
  • Maior Pontuadora da Copa dos Campeões (2005)
  • Maior Pontuadora do Campeonato Italiano (2006/2007)
  • MVP do Campeonato do Italiano (2006/2007)
  • Melhor Saque da Copa CEV (2006)
  • MVP do Grand Prix de Voleibol (2006)
  • Melhor Atacante do Sul-Americano (2007)
  • MVP da Final do Voleibol nos Jogos Olímpicos de Pequim (2008)
  • Melhor Atacante da Superliga Brasileira de Voleibol (2008)
  • Maior Pontuadora da Superliga Brasileira de Voleibol (2008)
  • MVP do Grand Prix de Voleibol (2009)
  • Melhor Sacadora da Superliga Brasileira de Voleibol (2009/2010)
  • Melhor Atacante da Superliga Brasileira de Voleibol (2009/2010)
  • MVP da Superliga Brasileira de Voleibol (2010/2011)
  • Melhor Atacante da Superliga Brasileira de Voleibol (2010/2011)
  • Melhor Pontuadora da Superliga Brasileira de Voleibol (2010/2011)
  • MVP da Copa Pan-Americana (2011)
  • MVP do Sul-Americano (2011)
  • Melhor Sacadora da Superliga Brasileira de Voleibol (2011/2012)
  • Melhor Atacante da Superliga Brasileira de Voleibol (2011/2012)
  • Melhor Sacadora da Olimpíada de Londres 2012[23]
  • Maior Pontuadora do Campeonato Mundial de Clubes (2012)
  • MVP do Campeonato Mundial de Clubes (2012)
  • Atleta do Ano (2012)[24]
  • Melhor Oposto do Grand Prix de Voleibol (2014)[25]
  • Melhor Oposto do Mundial de Voleibol (2014)
  • Melhor Atacante do Grand Prix de Voleibol (2016)[26]

Referências

  1. «Sheilla Castro |». Comitê Olímpico do Brasil. Consultado em 25 de janeiro de 2021 
  2. a b Lobão, Hugo (10 de agosto de 2023). «Vôlei: Sheilla e André Heller são novos assistentes da Seleção Brasileira». Rádio Itatiaia. Consultado em 15 de dezembro de 2023 
  3. Lepiani, Giancarlo (11 de agosto de 2012). «Brasil é bi no vôlei feminino olímpico e Zé Roberto é o 1º tri». Veja. Editora Abril. Consultado em 23 de agosto de 2017. Cópia arquivada em 23 de agosto de 2017 
  4. Canossa, Carolina (24 de março de 2011). «Estrela do vôlei brasileiro, Sheilla fala sobre carreira, amizades, inimizades, vaidades e TPM ao R7». R7. Grupo Record. Consultado em 23 de agosto de 2017. Arquivado do original em 19 de maio de 2011 
  5. Brasil, Luisa. Treze belo-horizontinos compartilham suas memórias de infância em BH Arquivado em 19 de agosto de 2014, no Wayback Machine., Veja BH.
  6. a b c Drummond, Ivan. "Menina de ouro". Estado de Minas, 14/07/2012
  7. a b c Drummond, Ivan. O mundo aos pés da mineirinha, Estado de Minas, 21/10/2012
  8. “Points machine” Sheilla Castro: Grandma lays the foundation for an amazing career
  9. «Esporte: Sheilla Castro». Consultado em 14 de agosto de 2014. Arquivado do original em 19 de agosto de 2014 
  10. Após curtir férias em Paris, Sheilla é apresentada no Vakifbank da Turquia
  11. Zito, Rafael (14 de outubro de 2020). «Sheilla está empolgada em participar da liga de vôlei dos Estados Unidos». Olimpíada Todo Dia. Consultado em 25 de janeiro de 2021 
  12. Bicampeã olímpica, Sheilla anuncia despedida do vôlei
  13. Set final: Arena Minas, em BH, recebe jogo de despedida de Sheilla
  14. a b c d Atletas Brasileiros: Sheilla, UOL Olimpíadas
  15. Freitas, Bruno. Festa para a capitã em Santa Luzia[ligação inativa], Estado de Minas
  16. «Na beira da quadra». Minas Tênis Clube. 20 de agosto de 2021 
  17. A serviço da seleção, Sheilla revela bronca do marido: 'Casei para ficar só'
  18. Nascem as gêmeas da campeã olímpica de vôlei Sheilla Castro
  19. «Divisão Especial 2001 - Equipes». www.fpv.com.br. Consultado em 21 de maio de 2018 
  20. Sapporo, Por GLOBOESPORTE COM; Japão. «Brasil embolsa a China, acaba com jejum e é eneacampeão do Grand Prix». globoesporte.com. Consultado em 1 de julho de 2021 
  21. «2015-2016 Bayanlar Ligi» (em turco). tvf-web.dataproject. Consultado em 22 de março de 2023 
  22. «Şampiyonlar Kupası Vakıfbank'ın» (em turco). Haberler.com. 21 de outubro de 2014. Consultado em 22 de março de 2023 
  23. «Women's Volleyball - OLympic Volleyball - London 2012». London2012.com. Consultado em 12 de agosto de 2012 
  24. [1]
  25. «Brazil's ladies target World Championship glory». FIVB. 26 de agosto de 2014. Consultado em 28 de agosto de 2014 
  26. Gabriel Rodrigues, João (10 de julho de 2016). «Natália é eleita a melhor do Grand Prix; Thaísa e Sheilla entram na seleção». globoesporte.com. Grupo Globo. Consultado em 3 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 13 de julho de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]