Simbologia LGBT+

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As comunidades LGBT+ adoptaram diversos símbolos com os quais se identificam e são identificados, demonstrando união, orgulho e partilha de valores, assim como ideias, conceitos, história e identidade. Os símbolos mais reconhecidos são a bandeira arco-íris e o triângulo rosa.[1]

Símbolos de orientações sexuais[editar | editar código-fonte]

Símbolos[editar | editar código-fonte]

O triângulo rosa (em alemão: rosa Winkel) foi um dos símbolos usados nos campos de concentração nazis. Servia para identficar homens capturados por práticas homossexuais. Todos os capturados pelos nazis tinham de usar um emblema nas roupas. Judeus recebiam um emblema amarelo, enquanto pessoas tidas como "anti-sociais" o triângulo preto. Assim sendo, é um dos símbolos mais antigos que representa a comunidade homossexual.[2][3]

Triângulo rosa Triângulo negro Triângulo rosa e amarelo
O triângulo rosa era usado para marcar homens gays. O triângulo preto marcava as pessoas associais. Em especial a população Romani. Foi mais tarde adoptado como símbolo lésbico. O triângulo rosa sobreposto com o amarelo marcava os judeus homossexuais.

Bandeira arco-íris[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Bandeira arco-íris

A bandeira arco-íris é uma bandeira composta por barras horizontais que representam as diferentes cores do arco-íris.

Existem várias versões, com pequenas variações das cores, número e disposição das barras. É impossível determinar a sua versão original, já que o seu uso acontece desde há muito e em diferentes partes do mundo.

Durante a Guerra dos Camponeses, no século XVI na Alemanha, foi usada como sinal de esperança na nova era. Thomas Muentzer, sacerdote que apelou à revolta dos camponeses, é muitas vezes retratado segurando uma bandeira arco-íris.

A bandeira foi criada por Gilbert Baker, para representar a Comunidade Gay e é associada aos Movimentos LGBT+. Sendo também usada como símbolo da Paz.

Símbolos lésbicos[editar | editar código-fonte]

Lábris[editar | editar código-fonte]

Também era usado como ceptro pela deusa DeméterÁrtemis - deusa da Agricultura, e os rituais associados a deusa Deméter envolviam atos lésbicos. Uma teoria sugere que ele poderia ter sido utilizado originalmente na batalha das mulheres guerreiras citas. Outra teoria aponta que o machado é utilizado normalmente em muitas sociedades matriarcais. Existem também informações que o colocam como arma usual nos exércitos de Amazonas através de peças gregas de artesanato. As Amazonas tinham um sistema de duas rainhas e eram conhecidas como guerreiras raivosas e sem piedade nas batalhas, porém justas e correctas quando vencedoras. Atualmente é um símbolo lésbico, um dos mais conhecidos.

Triângulo negro[editar | editar código-fonte]

O triângulo preto foi um símbolo da era nazi. O triângulo preto foi inicialmente criado e direcionado para pessoas romani que eram catalogadas pejorativamente como associais, mas foi reivindicado como um símbolo lésbico nos anos 70/80, o que é motivo de controvérsia.

Duplo Vénus[editar | editar código-fonte]

O duplo-Vénus é o símbolo da homossexualidade feminina.

Bandeiras[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Bandeiras lésbicas

Não há nenhuma bandeira lésbica definida, tanto por organizações ou como por consenso geral. Há várias versões publicadas e divulgadas pela internet, com lésbicas sendo encorajadas a usar a de sua preferência ou até criar sua própria.

Uma bandeira usada é o símbolo de vénus interligado com a bandeira do arco-íris como fundo, ela é muitas vezes escolhidas pela fácil identificação, com a bandeira do arco-íris já reconhecida como símbolo LGBT+ e adicionando o símbolo de vénus para representar o relacionamento entre mulheres.

Uma bandeira usando o ícone de lábris com o triângulo negro e fundo roxo foi criada pelo designer Sean Campbell em 1999, como uma união de símbolos lésbicos.[4]

O espectro rosa ao vermelho foi criado pelo blog This Lesbian Life em 2010, designado com o propósito de representar lésbicas que expressam feminilidade (lipstick lesbian).[5] Mais tarde, lésbicas removeram a marca de batom para usarem de forma mais ampla, embora quem tenha removido o símbolo não tenha sido identificado. Porém, não é mais usada por conta do significado problemático (falta de inclusão de lésbicas butches, negras e não binárias).[6][7][8]

Uma alternativa criada a esta foi o degradê do vermelho ao laranja, passando não a representar apenas lésbicas de expressão de género feminina, mas também as que não possuem tal expressão de género.

Outra bandeira lésbica, levemente reconhecida, é a inspirada pelos poemas de Safo e propõe as cores roxo, rosa, amarelo, e verde.[7]

Símbolos gays[editar | editar código-fonte]

Lambda[editar | editar código-fonte]

Em 1970, a Gay Activist Alliance escolheu a letra grega lambda como símbolo, porque uma bandeira com um lambda era carregado por guerreiros gregos espartanos homossexuais que foram acompanhados até batalha por seus amantes e eram conhecidos por sua ferocidade e vontade de lutar até a morte.[9]

Mão púrpura[editar | editar código-fonte]

Em 1969, 60 membros da Frente de Libertação Gay fizeram um protesto em frente a sede do jornal San Francisco Examiner em resposta a uma série de artigos de notícias depreciando os bares e clubes gays de São Francisco.[10]

Os protestos, que começaram pacíficos, acabaram virando tumultuados após a repressão policial, mais tarde esse evento foi chamado de "Sexta-feira da Mão Púrpura" e "Sexta-feira Sangrenta da Mão Púrpura", pois os manifestantes utilizaram tinta roxa para escrever “Gay Power” (Poder Homossexual) nas paredes dos prédios e espalhar impressões e cartazes com mãos roxas.[10] Esse evento ficou conhecido depois como "Uma das mais visíveis manifestações do poder gay".

Duplo Marte[editar | editar código-fonte]

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O Duplo Marte é o símbolo da homossexualidade masculina.

Bandeiras gays[editar | editar código-fonte]

Símbolos bissexuais[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Bandeira do orgulho bissexual

A bandeira do orgulho bissexual foi desenhada por Michael Page em 1998 para dar à comunidade bissexual o seu próprio símbolo comparável com a bandeira do arco-íris da comunidade LGBT+ em geral. O seu objectivo era aumentar a visibilidade dos bissexuais, tanto entre a sociedade no conjunto como dentro da comunidade LGBT+.

Símbolos transgénero[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Bandeiras trans

Símbolo intersexo[editar | editar código-fonte]

Bandeira intersexo
Ver artigo principal: Bandeira intersexo

A bandeira intersexo foi criada em junho de 2013 por Morgan Carpenter da Intersex Human Rights Australia, com o objetivo de criar uma bandeira que "não é derivada, mas ainda está firmemente fundamentada em significado". O circulo é significa "ininterrupta e sem ornamentos, simbolizando totalidade e completude, e nossas potencialidades. Ainda estamos lutando pela autonomia corporal e integridade genital, e isso simboliza o direito de ser quem e como queremos ser".[16]

A organização a descreve como disponível livremente "para o uso de qualquer pessoa ou organização intersexo que deseje a usar, num contexto de afirmação dos direitos humanos da comunidade".[16]

A bandeira foi utilizada por várias organizações de mídia e direitos humanos.[17][18][19][20][21] Em junho de 2018, ativistas intersexo participaram do Utrecht Canal Pride, com a bandeira. Em maio de 2018, a Nova Zelândia se tornou o primeiro país onde a bandeira intersexo foi erguida fora do parlamento nacional.[22][23][24]

Símbolos pansexuais[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Bandeira do orgulho pansexual
Bandeira pansexual

A bandeira do orgulho pansexual foi introduzida em outubro de 2010 em um blog do Tumblr. Ela tem três barras horizontais que são rosa, amarelo e azul. "O rosa representa a atração por mulheres, o azul por homens e o amarelo por todos os outros",[27] como gênero não binário, agênero, bigênero ou fluido de gênero.[28][29][30][31]

Um "P" com a cauda convertida em uma flecha com uma cruz também é usado às vezes. É anterior à bandeira e ainda está em uso hoje. A cruz na cauda do "P" se refere à cruz em Vênus ou símbolo feminino (), e a seta se refere à seta em Marte ou símbolo masculino ().[32] Enquanto não tem tecnicamente um nome, às vezes é coloquialmente referido como "o símbolo pansexual".

Símbolos assexuais[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Bandeira assexual
Bandeira assexual

A bandeira do orgulho assexual foi criada em 2010 através de um fórum virtual de assexualidade e vem sido usada desde então para contemplar a comunidade assexual e o espectro assexual.[33]

Um anel preto, usado no dedo médio da mão direita, é uma forma de pessoas assexuais expressarem sua assexualidade. O anel é deliberadamente usado de maneira semelhante a uma aliança de casamento para simbolizar o casamento. O uso do símbolo começou em 2005.[34] A frase "prefiro bolo" também é usada para representar a assexualidade individual.[35][36]

Os ás das cartas de baralho, devido ao encurtamento fonético de assexual para ás (ace em inglês), às vezes são usados para representar a assexualidade. O ás de copas e o ás de espadas são usados para simbolizar a assexualidade romântica e a assexualidade arromântica, respectivamente. Da mesma forma, o ás de paus é usado para simbolizar assexualidade cinza e arromanticidade cinza e o ás de ouros é usado para simbolizar demissexualidade e demirromanticidade.[37]

Referências

  1. «Symbols of the Gay, Lesbian, Bisexual, and Transgender Movements». Lambda. Consultado em 12 de janeiro de 2019. Arquivado do original em 4 de dezembro de 2004 
  2. Modesto, Edith (2006). Vidas em arco-íris. [S.l.]: Editora Record. ISBN 9788501074812 
  3. Aboud, Sérgio (junho de 2004). «Cidadania plena para todos». ASA. Consultado em 20 de setembro de 2009. Arquivado do original em 27 de novembro de 2010 
  4. «The Complete Guide to Queer Pride Flags». www.advocate.com (em inglês). 13 de junho de 2018. Consultado em 2 de julho de 2019 
  5. «Lipstick Lesbian Pride!!! | This Lesbian Life». web.archive.org. 19 de novembro de 2015. Consultado em 1 de julho de 2019 
  6. «about blog». Tumblr. Consultado em 2 de julho de 2019 
  7. a b Lydia (26 de novembro de 2018). «A Lesbian Flag for Everyone - Lydia». Medium (em inglês). Consultado em 2 de julho de 2019 
  8. Brabaw, Kasandra. «A Complete Guide To All The LGBTQ+ Flags & What They Mean». www.refinery29.com (em inglês). Consultado em 21 de abril de 2021 
  9. www.cs.cmu.edu https://www.cs.cmu.edu/afs/cs/user/scotts/ftp/bulgarians/lambda.html. Consultado em 23 de junho de 2021  Em falta ou vazio |título= (ajuda)
  10. a b Alwood, Edward (1996). Straight news : gays, lesbians, and the news media. Internet Archive. [S.l.]: New York : Columbia University Press 
  11. Melendez, Lyanne (2 de março de 2017). «LGBTQ PRIDE: Gilbert Baker, creator of rainbow flag, shares story of strength and pride». ABC7 San Francisco (em inglês). Consultado em 23 de junho de 2021 
  12. «Clearing up some things about the gay man flag by Pride-Flags on DeviantArt». www.deviantart.com (em inglês). Consultado em 23 de maio de 2021 
  13. «LGBTQ+ Pride Flags and What They Stand For». www.volvogroup.com (em inglês). Consultado em 31 de outubro de 2021 
  14. «Guide to 72 LGBTQ+ Pride Flags - OutBüro» (em inglês). 10 de fevereiro de 2021. Consultado em 21 de junho de 2022 
  15. «» Gay». Consultado em 21 de junho de 2022 
  16. a b An intersex flag, Intersex Human Rights Australia, 5 July 2013
  17. Are you male, female or intersex? Arquivado em 2016-09-23 no Wayback Machine, Amnesty International Australia, 11 July 2013
  18. Senate Inquiry reveals forced surgery on intersex children Arquivado em 2013-11-10 no Wayback Machine, Gay News Network, 25 September 2013
  19. Intersex advocates address findings of Senate Committee into involuntary sterilisation Arquivado em 2016-01-15 no Wayback Machine, Gay News Network, 28 October 2013
  20. Historic intersex rights inquiry in Senate Arquivado em 2014-06-20 no Wayback Machine, Star Observer, 26 March 2014.
  21. Stofna Intersex Ísland Arquivado em 2015-01-01 no Wayback Machine, Morgunblaðið, 26 June 2014.
  22. Newshub staff (18 de maio de 2018). «New Zealand becomes first country to fly intersex flag at Parliament». Newshub. Consultado em 24 de junho de 2018 
  23. Gattey, Megan (18 de maio de 2018). «New Zealand becomes the first country to fly intersex flag at Parliament». Stuff.co.nz. Consultado em 24 de junho de 2018 
  24. Power, Shannon (21 de maio de 2018). «New Zealand is the first country to raise intersex flag outside parliament». Gay Star News. Consultado em 24 de junho de 2018 
  25. a b «All the Gender Symbols». Mx. Anunnaki Ray Marquez (em inglês). 6 de março de 2016. Consultado em 5 de abril de 2024 
  26. «More sex/gender symbols». Arnold Zwicky's Blog (em inglês). 14 de abril de 2013. Consultado em 5 de abril de 2024 
  27. «Pansexual Pride Day Today». Shenandoah University (em inglês). Consultado em 22 de abril de 2021 
  28. «BANDEIRAS – Definida como símbolo visual representativo de um povo | diversitybbox». Consultado em 22 de abril de 2021 
  29. «26 bandeiras que celebram o Orgulho LGBTQIA+ em suas mais diversas expressões». Empoderadxs - Informação é Poder!. 7 de agosto de 2020. Consultado em 22 de abril de 2021 
  30. «Conheça o significado de 9 bandeiras que representam os LGBTs». observatoriog.bol.uol.com.br. Consultado em 22 de abril de 2021 
  31. 17/outubro/2014. «Conheça outras 20 bandeiras dos movimentos LGBT além do arco-íris». Lado Bi. Consultado em 22 de abril de 2021 
  32. Agnes. «Sexual Orientation Files: Pansexual». Avia-Viridis. Neocities. Consultado em 27 de julho de 2018. Cópia arquivada em 27 de julho de 2018 
  33. KINGSLEY, JESSICA (21 de junho de 2022). The Big Book of Pride Flags (em inglês). [S.l.]: Jessica Kingsley Publishers 
  34. Santos, Valéria Konc dos (3 de outubro de 2016). «(AS)Sexualidades: processo de subjetivação e resistência». Consultado em 9 de abril de 2024 
  35. Carafini, Laís Azevedo (2019). «Eu prefiro bolo: experimentação em representação assexual através de fanfiction». Consultado em 9 de abril de 2024 
  36. Trovão, Jeanine Martins Adler (12 de julho de 2018). «Cartografia sobre a assexualidade na perspectiva da comunidade assexual» (em other). Consultado em 9 de abril de 2024 
  37. Decker, Julie Sondra (13 de outubro de 2015). The Invisible Orientation: An Introduction to Asexuality * Next Generation Indie Book Awards Winner in LGBT * (em inglês). [S.l.]: Simon and Schuster 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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