Oásis de Siuá

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O Oásis de Siuá ou de Siua[1] (ou Siwa; em árabe: واحة سيوة‎; romaniz.:Wāḥat Sīwah, do berbere Siwa, "ave de rapina", pássaro protetor do deus do Sol, Amon-Rá) é um oásis no Deserto da Líbia a cerca de 50 km (30 mi) leste da fronteira Líbia e 560 km (348 mi) do Cairo.[2][3][4][5]

História[editar | editar código-fonte]

O Oásis de Siuá
Anel de prata - MHNT

A presença humana no oásis está atestada desde o Paleolítico. No que diz respeito às relações do oásis com a civilização do Antigo Egito, nada se sabe destas até ao período da XXVI dinastia.

De acordo com uma lenda transmitida pelo historiador grego Heródoto, o rei Cambises da Pérsia (524 a.C.) teria enviado um exército de 50 000 soldados para atacar o oásis, mas este teria desaparecido no meio das areias do deserto próximas do oásis.

O oásis tornou-se famoso na Antiguidade devido a nele se encontrar o oráculo de Ámon, cujo templo teria sido construído pelo faraó Amásis. A localização do templo foi identificada em 1899 pelo egiptólogo alemão Georg Steindorff em Aghurmi (a leste). Este templo era de dimensões pequenas (14 x 22 m), julgando-se ter sido construído por trabalhadores gregos, possivelmente da Cirenaica. Em Um el-Ubeida encontram-se ainda as ruínas de um templo dedicado a Amon-Rá que possui inscrições do faraó Nectanebo II.

Depois de ter conquistado o Egito aos Persas, Alexandre Magno dirigiu-se ao oásis de Siuá para consultar o oráculo, tendo sido confirmado não só como filho de Zeus, mas do deus egípcio Ámon. Este acto é interpretado como uma manobra de propaganda que visava legitimar o poder de um estrangeiro sobre o Egito.

Pouco se sabe da história do oásis durante o período romano, embora os sacerdotes tenham continuado a prestar culto a Ámon até ao século VI d.C.

O primeiro europeu a visitar o oásis nos tempos modernos foi William George Browne em 1792 (de fato, o primeiro europeu a visitar o oásis teria sido Alexandre, o Grande em 330 a.C.). Teve que o fazer disfarçado de árabe, dado que os habitantes eram hostis a estrangeiros. Em 1820 o oásis foi conquistado por Mehmet Ali, governador do Egito (na altura parte do Império Otomano). Nos anos 80 foi construída uma estrada de asfalto que liga o oásis a Marsa Matruh, quebrando-se assim o isolamento.

Referências

  1. Correia, Paulo (2023). «Berberes — geografia e línguas» (PDF). A folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias (73 — outono de 2023). pp. 10–19. ISSN 1830-7809 
  2. Ilahiane, Hsain (2006), «Siwa Oasis», Historical dictionary of the Berbers (Imazighen), ISBN 9780810854529, Historical dictionaries of peoples and cultures, 5, Lanham, MD: Scarecrow Press, Inc, p. 111 
  3. «Siwa», Encyclopædia Britannica, 2007 
  4. Bard, Kathryn A.; Shubert, Steven Blake, eds. (1999), Encyclopedia of the Archaeology of Ancient Egypt, ISBN 978-0-415-18589-9, Routledge (UK) 
  5. Arnold, Dieter; Strudwick, Helen; Strudwick, Nigel, eds. (2003), The Encyclopaedia of Ancient Egyptian Architecture, ISBN 978-1-86064-465-8, I B Tauris 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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