Smilax aspera

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salsaparrilha
Salsaparrilha
Salsaparrilha
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Liliales
Família: Smilacaceae
Género: Smilax
Espécie: S. aspera
Nome binomial
Smilax aspera
L., 1753
Folha cordiforme de Smilax aspera.

A Smilax aspera é um arbusto da família Smilacaceae. É uma planta nativa da África, Europa, Sul e Sudoeste Asiático.[1] Em Portugal pode ser encontrada em matos e bosques do sul do país.

É conhecida pelos nomes comuns de alagacão, alagação, alegra-campo, alegra-cão, legacão, recama, salsaparrilha, salsaparrilha-bastarda, salsaparrilha-brava, salsaparrilha-do-reino, salsaparrilha-indígena, salsaparrilha-rugosa ou silvamar.[2][3]

Descrição[editar | editar código-fonte]

S. aspera é uma trepadeira perene (liana), rizomatosa, com porte subarbustivo, com caules cilíndricos lenhosos, finos e sarmentosos que podem atingir os 15 m de comprimento, rastejantes ou trepadores, frequentemente emaranhados, angulosos e providos de acúleos.[4] Os rizomas são tuberiformes e alongados. Apresenta as as estípulas foliares transformadas em gavinhas delgadas, geralmente ramificadas, adaptadas a envolver ramos ou outros tipos de suportes, o que lhe permite trepar sobre a vegetação.

As folhas são persistentes e coriáceas, glabras e verde-escuras brilhantes, ocasionalmente manchadas de branco, apresentando grande plasticidade morfológica, sendo comuns, entre outros tipos foliares, folhas cordadas, lanceoladas, reniformes e sagitadas. As folhas cordadas são mais comum em espécimes que cresçam em locais abrigados, como bosques e matos altos, ou em locais sombrios. A herbivoria e a exposição ao vento e à radiação solar parece favorecer os outros tipos foliares.[5] Qualquer que seja a forma, as folhas são aculeadas e alternas, as margens lisas ou com espinhos aduncos. O limbo tem um veio central, com 5 a 7 nervuras pseudo-paralelas unidas no ápice. Cada folha junto aos nós é ladeada na base do pecíolo por duas estípulas transformadas em gavinhas, não ramificadas, muito enroladas. Nalgumas formas, as gavinhas estão ausentes.[4]

A espécie floresce de agosto a novembro, produzindo inflorescências do tipo racemo, com implantação axilar ou terminal, com umbelas sésseis e simples. Cada inflorescência contém de 5 a 30 pequenas flores unissexuais de cor branco-esverdeada. As flores masculinas apresentam 6 estames livres e proeminentes, ligados na base do perianto, e anteras esbranquiçadas. As flores femininas têm ovário trilocular, com três estigmas sésseis.[4]

Os frutos são bagas que adquirem uma tonalidade avermelhada quando maduros.

S. aspera tem o seu óptimo biogeográfico na zona mediterrânica, evitando as montanhas (andares bioclimáticos oromediterrânico, supramediterrânico e supratemperado) e os territórios com climas mais continentais. Aparece numa grande variedade de habitats, incluindo escarpas, dunas, pinhais e matos baixos, mas sendo mais frequente nos matos altos e nos bosques perenifólios.

Etnobotânica[editar | editar código-fonte]

Em Espanha a salsaparrilha dava o seu nome a uma bebida semelhante à Coca Cola, a "Zarzaparrilla 1001", entretanto desaparecida devido à concorrência das grandes marcas. O extracto das suas raízes é indicado como diurético, auxiliar no tratamento do reumatismo, gota, dermatose e psoríase. [carece de fontes?]

Referências

  1. «Smilax aspera L.». Germplasm Resources Information Network. United States Department of Agriculture. 22 de abril de 1996. Consultado em 12 de abril de 2009. Arquivado do original em 24 de setembro de 2015 
  2. Smilax em Flora iberica 1-8, 10-15, 17-18, 21. Real Jardín Botánico, CSIC, Madrid.
  3. Smilax aspera - Flora Digital de Portugal. jb.utad.pt/flora.
  4. a b c Salsaparrilha.
  5. Smilax aspera (Smilacaceae).

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Galeria[editar | editar código-fonte]