Software médico

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Software médico é qualquer programa ou sistema usado em atividades médicas, podendo ser uma plataforma capaz de processar e armazenar dados médicos em diversos dispositivos e tecnologias diferentes de forma integrada ou mesmo simples aplicativos apenas na web ou apps isolados em celular. Entre suas funções podem estar:

  • gestão de prontuários eletrônicos;
  • faturamento de serviços médicos;
  • reduzir documentos físicos;
  • permitir celeridade na localização e atualização das informações do paciente.

Software de dispositivo médico[editar | editar código-fonte]

Já os softwares de dispositivos médicos são aqueles embarcados em um dispositivos médicos (hardware) ou que servem de interface para um dispositivo médico que faz um rastreamento clínico do paciente. Ex:[1][2][3]

  • software autônomo usado para fins diagnósticos ou terapêuticos;
  • software embarcado em um dispositivo médico;
  • software que aciona um dispositivo médico ou determina como ele é usado;
  • software que atua como acessório de um dispositivo médico;
  • software usado no projeto, produção e teste de um dispositivo médico; ou
  • software que fornece gerenciamento de controle de qualidade de um dispositivo médico.

Características[editar | editar código-fonte]

Existe sistemas voltados para a informatização de clínicas, onde trabalham profissionais de várias especialidades, e programas voltados para o médico que atua sozinho em seu consultório. Cada um atende a um perfil de profissional.

Os sistemas médicos podem concentrar-se única e exclusivamente na eliminação dos papéis ou ir além, aproveitando os recursos da informática e da internet para otimizar os resultados para o médico e para o paciente.[4]

Documentos médicos digitalizados através de um scanner não são considerados softwares médicos ou prontuários eletrônicos, já que seu uso não traz mudanças essenciais na rotina do consultório nem implica numa reestruturação das informações coletadas.[5]

Funções básicas[editar | editar código-fonte]

  • Função de agendamento: a agenda eletrônica permite a marcação de compromissos, lista de telefones, agendamento de recados, agenda de pendências.
  • Função de prontuário eletrônico: anotação dos dados pessoais, anamneses, evolução com consultas e retornos, além de outros textos do paciente, armazenamento de imagens e vídeos. Nessa parte do software é alocada a história do paciente. Trata-se de um recurso essencial no tratamento de pacientes crônicos.
  • Função de tabelas: dados pré-cadastrados que facilitam encontrar facilmente as informações e os códigos de referência padrão da medicina, como: exames, medicamentos, convênios, fórmulas, procedimentos médicos e Classificação Internacional de Doenças (CID-10).
  • Função de impressão: impressão simplificada de documentos médicos, como atestados, declarações, prescrição, pedido de exame, prontuário completo, relação dos pacientes etc.
  • Função TISS: recentemente no Brasil tornou-se necessário o Padrão TISS para troca de informações entre os serviços de saúde.[6]
  • Função financeira: O sistema pode possibilitar o gerenciamento financeiro do consultório, gerando faturas para convênios de acordo com os padrões estabelecidos pela unidade reguladora de saúde.
  • Função gerencial: Geração de relatórios sobre a própria clínica com base nas informações que o sistema armazena.
  • Função de integração: Permitir o uso por diversos médicos e equipe de apoio em determinada clínica, com seguro modelo de liberação de acessos aos dados e facilidade para trabalho conjunto e compartilhamento de informações.
  • Relatórios: Relatórios financeiros ajudam o gestor da clínica a ter uma avaliação minuciosa sobre entradas e saídas financeiras.

Funções avançadas[editar | editar código-fonte]

Algumas funções avançadas têm o estado da arte da tecnologia disponível para os médicos, embora nem sempre isso traduza-se em custos.

  • Acesso ao prontuário via internet: Alguns sistemas permitem que o prontuário esteja acessível tanto no desktop quanto na internet, através de uma conexão segura. O acesso pela internet possibilita que o médico acesse informações a partir de qualquer computador ligado à internet, incluindo celulares. "Já há sistemas que conectam hospitais em rede e permitem que um único exame seja avaliado por vários especialistas".[7]
  • Site médico integrado: Alguns sistemas já permitem que o médico crie um site na internet. O profissional pode utilizá-lo para comunicar-se com seus pacientes. Os sites médicos estão se tornando cada vez mais populares e o acesso dos pacientes à informação médica na internet tem sido uma tendência global.[8]

Vantagens e Inconvenientes[editar | editar código-fonte]

Em comparação ao suporte de papel, o software médico pode apresentar as seguintes vantagens e inconvenientes.[9]

Vantagens[editar | editar código-fonte]

  1. Redução no tempo e custos de atendimento
  2. Desterritorialização (pode ser acessado em qualquer lugar)
  3. Possibilidade de reconstrução histórica dos casos acerca dos pacientes, registros médicos, tratamentos e laudos.
  4. Contribuição para a pesquisa (facilidade no processamento de dados digitais)
  5. Padronização e organização das informações coletadas
  6. Redução do espaço de arquivamento de grandes quantidades de documentos
  7. Ampliação da comunicação entre paciente e equipe de saúde

Desvantagens[editar | editar código-fonte]

  1. Manutenção dos prontuários em papel para fins jurídicos, em virtude da indefinição legal dos documentos eletrônicos (ponto em discussão devido às possibilidades trazidas pela assinatura digital)
  2. Necessidade de investimento em hardware, software e capacitação pessoal
  3. Resistência dos profissionais a mudanças
  4. Possibilidade de falhas na tecnologia e no fornecimento de rede ou energia elétrica.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Becchetti, C.; Neri, A. (2013). «Chapter 6: Medical Software». Medical Instrument Design and Development: From Requirements to Market Placements. Chichester, U.K.: John Wiley & Sons Ltd. pp. 359–418. ISBN 9781119952404 
  2. Vogel, D.A. (2011). «Chapter 3: The FDA Software Validation Regulations and Why You Should Validate Software Anyway». Medical Device Software Verification, Validation, and Compliance. Boston, MA: Artech House. pp. 27–36. ISBN 9781596934238 
  3. Jetley, R.; Sudarsan, S.; R., Sampath; Ramaswamy, S. (2013). «Medical Software - Issues and Best Practices». Distributed Computing and Internet Technology: 9th International Conference, ICDCIT 2013, Bhubaneswar, India, February 5-8, 2013, Proceedings. Hyderabad, India: Springer. pp. 69–91. ISBN 9783642360718 
  4. «Tomou o remédio hoje? Serviços de monitoramento de pacientes a distância são alternativas que ajudam no controle de doenças crônicas». ISTOÉ. 12 de Janeiro de 2005. Consultado em 2 de setembro de 2011 
  5. Massad, Eduardo; MARIN, Heimar de Fátima; AZEVEDO NETO, Raimundo Soares de (2003). MASSAD, E.; MARIN, H. de F. & AZEVEDO NETO, R. S. de, ed. Prontuário Eletrônico do Paciente: Definições e Conceitos (PDF). Edição do Autor 1 ed. São Paulo: H. de F. Marin. 213 páginas. ISBN 85-903267-1-3. Consultado em 10 de Novembro de 2016 
  6. «Resolução Normativa - RN nº 305, de 9 de Outubro de 2012»  Estabelece o Padrão obrigatório para Troca de Informações na Saúde Suplementar - Padrão TISS
  7. «Robôs roubarão o lugar de médicos nas salas de operação». Superinteressante. Janeiro de 2011. Consultado em 2 de setembro de 2011 
  8. «Uma conexão para o mundo - Crescem na internet os sites criados para que pacientes se comuniquem com parentes e amigos». ISTOÉ. 1 de Novembro de 2006. Consultado em 2 de setembro de 2011 
  9. Pinto, Virgínia Bentes (2006). «Prontuário eletrônico do paciente: documento técnico de informação e comunicação do domínio da Saúde». revista eletrônica. Encontros Bibli (21): 34-48