Sujeito
Em análise sintática, o sujeito é um dos termos essenciais da oração, geralmente responsável por realizar ou sofrer uma ação ou estado. Ele é o termo com qual o verbo concorda. [1] [2] [3] Em português, o sujeito rege a terminação verbal em número e pessoa e é marcado pelo caso reto quando são usados os pronomes pessoais. As regras de regência do sujeito sobre o verbo são denominadas concordância verbal. Na frase, Nós vamos ao teatro. vamos é uma forma do verbo "ir" da primeira pessoa do plural que concorda com o sujeito nós.[carece de fontes]
Para os verbos que denotam ação, frequentemente o sujeito da voz ativa é o constituinte da oração que designa o ser que pratica a ação e o da voz passiva é o que sofre suas consequências. Sob outra tradição, o sujeito (psicológico) é o constituinte do qual se diz alguma coisa. Segundo Bechara, "É o termo da oração que indica a pessoa ou a coisa de que afirmamos ou negamos uma ação ou qualidade".[carece de fontes]
Exemplos:
- O pássaro voa.
- Os pássaros voam.
- O menino brinca.
- Os meninos brincam.
- Pedro saiu cedo.
- Os jovens saíram.
Didaticamente, fazemos uma pergunta para o verbo: Quem é que? ou Que é que? ― e teremos a resposta; esta resposta será o sujeito. O sujeito simples tem um núcleo.
- O menino brinca.
Quem é que brinca? O menino. Logo, o menino é o sujeito da frase.
- O livro é bom.
O que é que é bom? O livro. Logo, o livro é o sujeito da frase.
Classificação
O sujeito pode ser classificado em simples, composto, indeterminado, desinencial ou oculto, e inexistente. [2] Nesse último caso, temos o que se convencionou chamar de oração sem sujeito.
Sujeito simples
É o sujeito que apresenta apenas um núcleo de substantivo (nome ou pronome). [2] Aumentar o número de características a ele atribuídas não o torna composto. Exemplos de sujeito simples (o sujeito está em negrito):
Obs.: o verbo concorda com o sujeito, seja ele anteposto ou posposto.
- Maria é uma garota bonita.
- A pequena criança parecia feliz com seu novo brinquedo.
Sujeito composto
É aquele que apresenta mais de um núcleo substantivo. [2]
- Ana e Rute fizeram compras no sábado.
- Mateus e o amigo Bruno saíram para almoçar.
O sujeito também pode vir depois do verbo:
- Saíram Bruno e Mateus.
- Saiu Bruno e Mateus
Obs.: Note que, no segundo caso, o verbo "saiu" concorda com o sujeito "Bruno", mais próximo a ele. Isso é permitido apenas quando o sujeito composto está posposto ao verbo; chama-se concordância atrativa.
Sujeito desinencial, implícito ou oculto
Sujeito desinencial é aquele que não vem expresso na oração, mas pode ser facilmente identificado pela desinência do verbo.
- Fechei a porta.
Quem fechou a porta?
- Perguntaste mesmo isso à professora?
Obs.: não confundir vocativo (expressão de chamamento) com sujeito.
- Querido aluno, leia sempre! (sujeito oculto: "você" — "você" leia sempre "eu" — "eu" fico feliz com seu sucesso)
Obs.: As classificações do sujeito, em Língua Portuguesa, são apenas três: simples, composto e indeterminado. [carece de fontes]
Dar o nome de Sujeito desinencial, elíptico ou implícito não equivale a classificar o sujeito, mas somente determinar a forma como o sujeito simples se apresenta dentro da estrutura sintática. No mais, a classificação Sujeito Oculto foi abolida, por questões técnico-formais e linguístico-gramaticais, passando a denominar-se Sujeito Simples Desinencial, uma vez que se pode determiná-lo através dos morfemas lexicais terminativos das formas verbais, situação na qual, para indicar que o sujeito se encontra elíptico usa a forma pronominal reta equivalente à pessoa verbal entre parênteses. Assim, na estrutura sintática: "Choramos todos os dias", para indicar o sujeito simples subentendido na forma verbal, coloca-se entre parênteses da seguinte forma: (Nós)= sujeito simples desinencial. [carece de fontes]
Sujeito indeterminado
Sujeito indeterminado é a expressão que não identifica o agente. [2] Podemos dizer que o sujeito é indeterminado quando o verbo não se refere a uma pessoa determinada, ou por se desconhecer quem executa a ação ou por não haver interesse no seu conhecimento. Aparecerá a ação, mas não há como dizer quem a pratica ou praticou.
Há quatro maneiras de identificar um sujeito indeterminado:
Verbo na 3ª pessoa do plural
O verbo se encontra na 3ª pessoa do plural, [2] sem referência a qualquer agente já expresso em orações anteriores.
- Dizem que eles não vão bem.
- Estão chamando o rapaz.
- Falam de tudo e de todos.
- Falaram por aí.
- Disseram que ele morreu.
Verbo Transitivo Indireto
Com um Verbo Transitivo Indireto, somente na 3ª pessoa do singular, mais a partícula se. [4]
- Precisa-se de livros. (Quem precisa, precisa de alguma coisa → verbo transitivo indireto)
- Necessita-se de amigos. (Quem necessita, necessita de alguma coisa → verbo transitivo indireto)
A palavra se é um índice de indeterminação do sujeito, pois não se pode dizer quem precisa ou quem necessita.
Cuidado! Caso você encontre frases com Verbo Transitivo Direto:
- Compram-se carros. (Quem compra, compra alguma coisa → verbo transitivo direto)
- Vende-se casa. (Quem vende, vende alguma coisa → verbo transitivo direto)
Não se caracteriza sujeito indeterminado, pois nos casos de VTD, a partícula "se" exerce a função de partícula apassivadora e a frase se encontra na voz passiva sintética. Transpondo as frases para a voz passiva analítica, teremos:
- Carros são comprados. (sujeito: "Carros");
- Casa é vendida. (sujeito: "Casa").
Verbo Intransitivo
Com um Verbo Intransitivo, [4] somente na terceira pessoa do singular, mais a palavra se, índice de indeterminação do sujeito.
- Vive-se feliz, aqui.
- Aqui se dorme muito bem.
- Brinca-se no carnaval de salão.
Verbo de ligação
Com um Verbo de ligação, [4] na terceira pessoa do singular, mais a palavra "se" que se torna índice de indeterminação do sujeito.
- Nem sempre se é justo nesta profissão.
Orações sem sujeito, sujeito inexistente
Há verbos que não têm sujeito, ou este é nulo. A língua desconhece a existência de sujeito de tais verbos. Uma oração é sem sujeito quando o verbo está na terceira pessoa do singular, sobretudo os seguintes:
Obs.: Note que fora do contexto "gramático", sempre há um agente, pois o verbo denota mudança, e mudanças sempre são causadas por um agente. O que há nessa classificação na gramática é que não há um termo na qual haja concordância com o verbo, esse termo, o sujeito.
Fenômenos meteorológicos
Com os verbos que indicam fenômenos da natureza (meteorológicos), tais como: anoitecer, trovejar, nevar, escurecer, chover, relampejar, ventar. [2] [4]
- Trovejou muito.
- Neva no sul do país.
- Anoitece tarde no verão.
- Chove muito no Amazonas.
- Ventou bastante ontem em Vila Velha no Espirito Santo.
Verbo com sentido de existir
Com o verbo haver, significando existir ou acontecer. [2] [4]
- Ainda há amigos.
- Haverá aulas amanhã.
- Há bons livros na livraria.
- Há gente ali.
- Há homens no mar.
- Houve um grave incidente no meu apartamento.
Verbos que indicam tempo
Com os verbos ser, fazer, haver, estar, ir e passar indicando tempo. [2] [4]
- Está quente esta noite.
- Faz dez anos que não o vejo.
- Faz calor terrível no verão.
- Está na hora do recreio.
- Faz dez anos as comemorações do bicampeonato brasileiro.
- Era em Londres.
- É tarde.
- Era uma vez.
- Foi em janeiro.
- Já passa de um ano.
- Já passa das cinco horas.
Obs.: existem advérbios que exercem claramente a função sintática de sujeito, a qual é própria de substantivos.
- Amanhã é feriado nacional. (O dia de amanhã...)
- Aqui já é Vitória. (Este lugar...)
- Hoje é dia de festa. (O dia de hoje...)
- Agora já é noite avançada. (Esta hora...)
Obs.: Oração sem sujeito também pode ser chamada de OSS.
Referências
- ↑ «Dicionário Terminológico para consulta em linha». Ministério da Educação e Ciência de Portugal. Consultado em 11 de março de 2014
- ↑ a b c d e f g h i Celso Pedro Luft (2002). Moderna gramática brasileira. [S.l.]: Globo Livros. p. 46-49. ISBN 8525036218, 9788525036216 Verifique
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(ajuda) - ↑ Gloria Gali. «Sujeito e Predicativo do sujeito». Língua Portuguesa em Uso (LPeU). Consultado em 11 de março de 2014
- ↑ a b c d e f Gloria Gali. «Compreendendo o sujeito indeterminado e o oculto». Língua Portuguesa em Uso (LPeU). Consultado em 12 de março de 2014