Swinging London

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Swinging London é o termo comumente usado para se descrever a efervescência cultural e o modernismo de costumes da cidade de Londres, e dali para o mundo, durante a segunda metade dos anos 1960. Eram os anos de euforia da Europa e, principalmente, da Grã-Bretanha, com a recuperação econômica e moral do país após a Segunda Guerra Mundial, enquanto os Estados Unidos sofriam encurralados pela Guerra do Vietnã.

Descrição[editar | editar código-fonte]

O termo swinging (com a conotação de vibrante, descolado, arrojado, moderno)[1] foi usado pela primeira vez para definir a vida e os costumes da cidade pela jornalista de moda Diana Vreeland, então a poderosa editora-chefe da mais famosa revista de moda do mundo, a Vogue, que declarou que Londres era, naqueles dias, a mais vibrante e avant-garde cidade do mundo.[2] O termo foi explicitamente ligado à cidade pela revista norte-americana TIME, em abril de 1965, ao chamá-la em editorial de Swinging London[3] e celebrado pelo lançamento da mais famosa rádio dedicada ao publico jovem da época, Swinging Radio England, uma rádio pirata.

A placa de Carnaby Street, um dos centros da moda e da cultura londrina de vanguarda nos anos 60

Esta foi a época em que a Inglaterra, com seu centro nervoso londrino, lançou ao mundo os mais importantes nomes da música, cinema, artes plásticas e teatrais, moda e comportamento. Os Beatles foram o seu fenômeno maior, seguidos pelos Rolling Stones, The Who, The Kinks, o surgimento dos Pink Floyd, e cantoras como Lulu, que de lá ganharam os EUA e o mundo, no que ficou conhecido como a Invasão Britânica.

Nas telas, Sean Connery e a Bondmania, atores como Michael Caine, Julie Christie, Alan Bates e Terence Stamp e cineastas como Tony Richardson, Richard Lester e Lindsay Anderson, colocavam o cinema inglês na vanguarda de um novo tipo de arte e representação. Na televisão, séries como Os Vingadores definiam um novo tipo de entretenimento televisivo. Nos palcos explodiam as irmãs Redgrave, Vanessa Redgrave e Lynn Redgrave.

A Union Jack, peça de vestuário na moda dos anos 1960.

Na moda, Mary Quant surpreendia a moral mundial lançando a minissaia, enquanto as principais lojas de Carnaby Street e King's Road, o novo centro “fashion” da cidade, como a Biba, definiam o que a juventude deveria usar e eram veneradas nas editorias de moda dos principais veículos de comunicação, dos dois lados do Atlântico. Twiggy, Jean Shrimpton e Veruschka eram as supermodelos da época,[4] todas retratadas pelo fotógrafo oficial das melhores revistas e da sociedade inglesa, David Bailey, inspirador do personagem de outro jovem e talentoso ator, David Hemmings, no filme-cult de Michelangelo Antonioni, Blow-Up, um dos que melhor descreveram o ambiente de hedonismo, egocentrismo e otimismo da Londres da época, em que as boates da moda explodiam ao som de músicas mod, lotadas por gente de todo planeta. Publicações satíricas como Private Eye ridicularizavam o status quo da tradicional e vetusta família britânica.[5]

Após a vitória da Inglaterra na Copa do Mundo de 1966, a bandeira britânica, a Union Jack, virou moda entre os jovens ingleses, passando a fazer parte da indumentária em casacos, vestidos, saias e até roupa de baixo, com a moda lançada por Carnaby Street. Foi também o auge da popularidade dos pequenos carros Mini-Cooper, que passaram a fazer parte da frota londrina de táxis com propaganda em suas laterais, um escândalo para as tradições britânicas.

Referências

  1. Cambridge Advanced Learner's Dictionary. 3ª edição. Cambridge. Cambridge University Press. 2008. p. 1 476.
  2. Quoted by John Crosby, Weekend Telegraph, 16 April 1965; and in Pearson, Lynn (2007) "Roughcast textures with cosmic overtones: a survey of British murals, 1945-80" Decorative Arts Society Journal 31: pp. 116-37
  3. most famous (if not the first) identification of Swinging London Gilbert, David (2006) "'The Youngest Legend in History': Cultures of Consumption and the Mythologies of Swinging London" The London Journal 31(1): pp. 1-14, page 3, doi:10.1179/174963206X113089
  4. Patrick, Kate (21 de maio de 2005). «New Model Army». Scotsman.com News 
  5. Christopher Booker (1980) The Seventies

Bibliografia[editar | editar código-fonte]