São Domingos (Sergipe)

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São Domingos
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de São Domingos
Bandeira
Brasão de armas de São Domingos
Brasão de armas
Hino
Gentílico sãodominguense
Localização
Localização de São Domingos em Sergipe
Localização de São Domingos em Sergipe
Localização de São Domingos em Sergipe
São Domingos está localizado em: Brasil
São Domingos
Localização de São Domingos no Brasil
Mapa
Mapa de São Domingos
Coordenadas 10° 47' 27" S 37° 34' 04" O
País Brasil
Unidade federativa Sergipe
Municípios limítrofes Lagarto, Campo do Brito, Macambira, Itaporanga d'Ajuda
Distância até a capital 76 km
História
Fundação 1963 (61 anos)
Administração
Prefeito(a) José Vagner Alves de Oliveira "Binho" (PT, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 102,470 km²
População total (IBGE/2022[2]) 10 327 hab.
Densidade 100,8 hab./km²
Clima Tropical
Altitude 200 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,588 baixo
PIB (IBGE/2019[4]) R$ 105,484,84 mil
PIB per capita (IBGE/2019[4]) R$ 9 471,57
Sítio http://www.saodomingos.se.gov.br/ (Prefeitura)

São Domingos é um município brasileiro do estado de Sergipe, localizado na Mesorregião do Agreste Sergipano.[5]

História[editar | editar código-fonte]

A cidade de São Domingos, a 76 quilômetros de Aracaju, nasceu às margens do Rio Vaza-Barris com a feira da Pindoba, em 1924. O interesse foi de um morador que decidiu investir na criação de uma vila porque a sede do município, na época Campo do Brito, ficava distante mais de dez quilômetros.

A primeira comunidade de São Domingos viveu na Fazenda Uberaba, divisa do município com Lagarto, onde foi criada por volta do século XVI a Congregação de São Domingos, quando religiosos foram para lá com o objetivo de catequizar os nativos.

Por causa das cheias - as chuvas eram constantes e as matas densas -, houve uma grande proliferação de doenças. O povo morria de febre, disenteria e amarelão, e toda a comunidade foi obrigada a voltar para São Cristóvão, então capital do Estado.

As casas ficaram abandonadas e, com o tempo, viraram ruínas que foram levadas para o fundo do Rio Vaza-Barris através das corredeiras. O local, denominado Tabuleiro de São Domingos, continuou abandonado. Com o início da criação de animais soltos, em sua maioria bovinos, surgiram as pastagens nativas e a região passou a ser novamente habitada.

Mas a partir do momento em que surgiu o interesse pela agricultura, os agricultores iniciaram constantes brigas porque os animais de uns comiam a plantação de outros. A solução encontrada para acabar com os conflitos foi fazer uma cerca que ia desde as terras de Chico Félix, no Rio Vaza-Barris, até a tapera da Serra, em Campo do Brito. De um lado criava-se animais, e do outro, cultivava-se a terra.

Em 1924, José Curvelo da Conceição, residente no Povoado Tapera (antes pertencente a Campo do Brito) teve a iniciativa de criar uma vila em sua comunidade. O objetivo era não ser preciso andar cerca de 12 quilômetros até a sede do município para adquirir qualquer tipo de mantimento. Por causa dessa ideia, ele até foi chamado de louco, no entanto conseguiu o apoio de algumas pessoas.

Confiante na sua ideia, ele se dirigiu até o intendente de Campo do Brito, Arnóbio Batista de Souza, que incentivou a criação da vila. O lugar escolhido foi o minador do Sapucaia, entre as comunidades de Tapera e Mulungu, que serviria às duas.

José Curvelo conseguiu como parceiro José Brasil (o José Brazílio), residente na estrada de Lagarto, hoje povoado Lagoa. Além de achar a ideia muito boa, ele se prontificou a ajudar a construir a nova vila. A partir daí, começaram a fazer campanha junto ao povo.

As duas primeiras casas da vila foram construídas por eles próprios na estrada de Simão Dias, no cruzamento das matas com Lagarto. Como ninguém teve interesse de construir mais casas até 1925, José Ribeiro Andrade chamou o jovem Juvêncio Mendonça de Brito, e os dois se juntaram a Curvelo e Basílio para dar início à feira, que foi batizada de ‘Pindoba’.

Formação Administrativa

Elevado à categoria de município com a denominação de São Domingos, pela lei estadual nº 1213, de 21-10-1963, desmembrado de Campo Brito. Sede no atual distrito de São Domingos. Constituído do distrito sede. Instalado em 21-02-1965.

Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.[6][7]

Demografia[editar | editar código-fonte]

População Histórica
AnoPop.±%
1970 4 930—    
1980 6 316+28.1%
1991 7 752+22.7%
2000 9 260+19.5%
2010 10 271+10.9%
2022 10 327+0.5%
Censo demográfico brasileiro[8]

Economia[editar | editar código-fonte]

A base da economia do Município é a agricultura, que tem na mandioca a principal fonte de renda. O município hoje é um dos maiores produtores de farinha de mandioca do Estado, exportando para Aracaju, Lagarto, Itabaiana e até para o Estado de São Paulo.[6] Segundo dados registrados no último censo agrícola do estado, São Domingos produziu 17.640 toneladas dessa cultura. Seguem esta, a laranja, o maracujá, a acerola , milho o feijão e o coco. Quanto aos rebanhos, destaca-se em primeiro lugar o bovino, seguido do suíno e do ovino; e uma considerável produção de frangos e galinhas.

Festa do Padroeiro[editar | editar código-fonte]

A principal festa religiosa do município é a de São Domingos de Gusmão, realizada anualmente em 08 de agosto, com a celebração da missa solene em honra ao padroeiro e, em seguida, os fiéis católicos da cidade e dos municípios vizinhos, participam de uma aglomerada procissão pelas ruas da cidade até seu destino final, na praça da igreja matriz, onde ocorre a queima dos fogos em homenagem ao padroeiro.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Localiza-se a uma latitude -10.7920471, sul e a uma longitude -37.5688561 oeste, estando a uma altitude de 200 metros. Sua população estimada em 2004 era de 10 034 habitantes.

Possui uma área de 102,4 km². Faz fronteira com três municípios: Macambira ao norte, Campo do Brito ao norte e a leste, e Lagarto ao sul e a oeste, este através do rio Vaza Barris. Também é encontrada a Serra da Miaba à noroeste do município.

Hoje São Domingos conta com 11 povoados: Campanha, Cercado, Conselho, Lagoa, Mangabeira, Mulungu, Periperi, Saco, Serrinha, Sítio Areal e Tapera.

A Serra da Miaba

A Serra da Miaba é a terceira maior serra do Estado de Sergipe, faz parte do Domo de Itabaiana, um complexo de Serras residuais baixas do Pré-Cambriano. Sua maior porção encontra-se em território de São Domingos. Localizada a 70 km da capital, com altitude de 630 metros.[9]

Apesar de não possuir infra-estrutura adequada, se destaca como ponto de exploração turística pela sua vegetação florística, suas piscinas e quedas d água naturais. Ocorre no médio-baixo curso do rio Vaza-Barris, o clima dominante é sub-úmido seco a semi-árido.[10]

O seu ponto mais alto é regionalmente conhecido como “Cruzeiro”, pela presença de três cruzes de madeira fincadas no terreno; outro ponto conhecido é o dito “Poço 17”, uma piscina natural com pequenas quedas dágua em solo rochoso e circundado pela vegetação local.[11]

O nome dado a Serra da Miaba, de acordo com o povo mais antigo do local, se deu pelo fato de uma linda mulher, chamada Miaba, atrair os homens que passavam com sua beleza. Essa 'História' é passada de geração em geração.

Estrutura urbana[editar | editar código-fonte]

Ponte do Rio Vaza Barris, divisa entre os municípios de São Domingos/SE e Lagarto/SE
Ponte sobre o Rio Vaza Barris em São Domingos/SE

Ponte do Rio-Vaza Barris

A ponte do Rio Vaza-Barris, é a mais alta ponte do Estado de Sergipe, com aproximadamente 75 metros de altura e 250 metros de extensão, liga os municípios de Lagarto e São Domingos, cidades localizadas nas regiões Centro-Sul e Agreste Sergipano, respectivamente. A obra foi construída durante o mandato do Ex-Governador de Sergipe, Paulo Barreto de Meneses, entre os anos de 1971 e 1975, proporcionando melhores condições de trafegabilidade na região.[7]

Referências

  1. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  2. «Estimativa populacional 2021 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1 de julho de 2021. Consultado em 1 de julho de 2021 
  3. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 26 de agosto de 2013 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2019». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 1 de julho de 2022 
  5. https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/se/sao-domingos.html
  6. a b «A História de São Domingos». cidades.ibge.gov.br. Consultado em 2 de julho de 2022 
  7. a b FONSECA, Humberto Santos (1999). Curiosidades do Nosso Povo, São Domingos até 1999. São Domingos: GRÁFICA E EDITORA ROYAL. Cópia arquivada (PDF) em 21 de janeiro de 2022 
  8. «IBGE, censos demográficos e população 1872-2022» 
  9. Daniel Amador da Cunha Pires. «A Apropriação do Espaço Natural da Serra da Miaba: Uma Reflexão dos Obstáculos ao Desenvolvimento Ambiental e Social na Região.». 25 a 31 de julho de 2010. Anais do XVI Encontro de Geógrafos Brasileiros - Porto Alegre. Consultado em 1 de maio de 2013. Arquivado do original em 16 de novembro de 2010 
  10. Marcia Eliane Silva Carvalho; Paulo Heimar Souto. «Da colonização ao século XXI; Fragmentos Geográficos da paisagem na bacia sergipana do Rio Vaza Barris.». maio - ago. 2011. Geografia Ensino & Pesquisa, v. 15, n.2, p. 87104. Consultado em 1 de maio de 2013 [ligação inativa] 
  11. «Serra da Miaba: paraíso quase desconhecido.». Jornal Correio de Sergipe.com. 26 de novembro de 2006. Consultado em 1 de maio de 2013 [ligação inativa] 
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