Sérgio Britto

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 Nota: Para o músico brasileiro da banda paulista Titãs, veja Sérgio Britto (músico).
Sérgio Britto
Sérgio Britto
Nome completo Sérgio Pedro Corrêa de Britto
Nascimento 29 de junho de 1923
Rio de Janeiro (RJ)
 Brasil
Nacionalidade  Brasileiro
Morte 17 de dezembro de 2011 (88 anos)
Rio de Janeiro (RJ)
 Brasil
Ocupação ator, diretor, apresentador, roteirista e produtor

Sérgio Pedro Corrêa de Britto (Rio de Janeiro, 29 de junho de 1923 - Rio de Janeiro, 17 de dezembro de 2011[1]) foi um consagrado ator, diretor, apresentador e roteirista de cinema, televisão e teatro brasileiro.

Considerado um dos maiores atores do país, Sérgio Britto foi responsável pela direção de Ilusões Perdidas, primeira telenovela produzida e exibida pela TV Globo.[2]

Na TV Tupi, Britto idealizou e dirigiu o Grande Teatro Tupi, um dos programas mais populares da extinta Tupi. Exibido ao vivo, nas noites de segundas feiras, o teleteatro revelou para público carioca nomes como Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg e Ítalo Rossi. As adaptações para a televisão das peças de teatro eram feitas por Manoel Carlos. Apesar do pioneirismo na televisão, foi o teatro que o consagrou.

Em 1959, funda no Rio de Janeiro a companhia Teatro dos Sete, junto com Fernanda Montenegro, Fernando Torres, Ítalo Rossi e o diretor italiano Gianni Ratto. A estreia foi no Theatro Municipal do Rio com o espetáculo “O Mambembe, de Artur Azevedo.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de Lauro e Alzira, seu pai era funcionário público e sua mãe, dona de casa. Sérgio vivia com eles e o irmão, Hélio. Uma típica família da Vila Isabel daquela época: todos religiosos, tradicionais e conservadores.

A ideia de ser ator não passava por sua cabeça, tanto é que chegou a cursar até o sexto ano de medicina, na Faculdade da Praia Vermelha. Mas foi no teatro universitário amador, fazendo o papel de Benvoglio em Romeu e Julieta, que Sérgio descobriu que o teatro seria sua vida. No ano de 1945 abandonou a medicina para se dedicar à sua paixão.

Sérgio foi o criador, diretor e ator do Grande Teatro Tupi, que foi ao ar por mais de dez anos. Com elenco no qual se destacam Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Natália Thimberg, Manoel Carlos, Fernando Torres, Zilka Salaberry, Aldo de Maio e Cláudio Cavalcanti, o teleteatro apresentou sob o seu comando repertório de mais de 450 peças dos maiores autores nacionais e estrangeiros. Depois de seis anos na extinta TV Tupi, o Grande Teatro transfere-se, para a TV Rio e depois, por seis meses, para a TV Globo – um programa formador de plateia, referência na história da televisão e do teatro brasileiro. Na carreira teatral, mais de 90 espetáculos representados.[3]

Anos 1950[editar | editar código-fonte]

Em 1953, participa do primeiro elenco profissional do Teatro de Arena atuando em Esta Noite é Nossa, de Stafford Dickens, direção de José Renato; e dirigindo Judas em Sábado de Aleluia, de Martins Pena. Ainda na década de 1950, fez parte da Companhia Maria Della Costa e do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), em que atua em A Casa de Chá do Luar de Agosto, Rua São Luís, 27 - 8º Andar e Um Panorama Visto da Ponte, sua última incursão no grupo.

Em 1959, formou sua própria companhia teatral, o Teatro dos Sete, com Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi, Gianni Ratto, Luciana Petruccelli, Alfredo Souto de Almeida e Fernando Torres, e apresentou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro a histórica montagem de O Mambembe, de Artur Azevedo.

Sérgio Britto e Nathalia Timberg na peça teatral Meu querido mentiroso, Teatro Carioca (1965).

Anos 1960[editar | editar código-fonte]

Em 1960, especialmente para o Teatro dos Sete, Nelson Rodrigues escreveu O Beijo no asfalto.

Em 1963, dirigiu na TV Rio, a telenovela A Morta Sem Espelho de Nelson Rodrigues. Na mesma emissora também produziu o programa Grande Teatro.

Em 1964, dirigiu mais duas novelas: Vitória e Sonho de amor, esta última uma adaptação feita por Nélson Rodrigues do romance O tronco do ipê, de José de Alencar, produzida pela TV Rio e exibida também em São Paulo pela TV Record.

Em 1965, juntamente com Líbero Miguel, dirigiu a primeira novela da Rede Globo, Ilusões Perdidas, e no elenco estavam Emiliano Queiroz, Leila Diniz, Miriam Pires, Norma Blum, Osmar Prado, Reginaldo Faria, entre outros.

Em 1969, na TV Excelsior, Sérgio dirigiu A muralha, de Ivani Ribeiro, baseada no romance de Dinah Silveira de Queiroz. A novela tinha no elenco Fernanda Montenegro, Mauro Mendonça, Rosamaria Murtinho, Stênio Garcia e Nathalia Timberg.

Anos 1970[editar | editar código-fonte]

Em 1971, ao lado de Fernanda Montenegro, atua na peça O Marido Vai à Caça de Georges Feydeau. Dirigido por Amir Haddad.

Em 1974, destaca-se como um dos intérpretes de A Gaivota, de Anton Tchekhov, dirigida por Jorge Lavelli.

Em 1975, interpreta o Dr. Facchini, grande sucesso da novela Escalada de Cassiano Gabus Mendes. A novela tinha no elenco Tarcísio Meira, Renée de Vielmond, Susana Vieira, Ney Latorraca e Nathália Timberg.

Em 1976, atuou no novela Anjo Mau, ao lado de Susana Vieira, José Wilker, Renée de Vielmond, Pepita Rodrigues, Osmar Prado, entre outros. A novela de Cassiano Gabus Mendes foi exibida no horário das 19 horas e contou com 175 capítulos. Dirigida por Régis Cardoso e Fábio Sabag, Anjo Mau foi a penúltima novela em preto-e-branco exibida pela Rede Globo.

Em 1977, dirige Renata Sorrah, em parceria com Walter Scholiers, em Afinal... uma Mulher de Negócios, de Rainer Werner Fassbinder.

Em 1978, fundou o Teatro dos 4 na Gávea, como sempre com sua mania de números. E os quatro, na verdade eram três: Sergio Britto, Paulo Mamede e Mimina Roved. Durante quinze anos produziram dezessete espetáculos de teatro da maior importância, entre os quais: Os viciados; Assim é se lhe parece; Tio Vânia; O jardim das cerejeiras, e muitas outras.

Anos 1980[editar | editar código-fonte]

Em 1982, atuou na novela Paraíso, de Benedito Ruy Barbosa. Ao lado de Tereza Rachel e Ary Fontoura. Ainda em 1982, juntamente com fonoaudióloga Glorinha Beutenmuller, ajuda fundar a CAL(Casa de Arte das Laranjeiras), que hoje é considerada uma das escolas mais conceituadas na preparação do ator no Brasil.

Em 1985, está em Assim É...(Se Lhe Parece), de Luigi Pirandello, com direção de Paulo Betti.

Em 1985, atua ao lado de Rubens Corrêa e Ítalo Rossi em Quatro Vezes Beckett, que marca o início da trajetória do diretor Gerald Thomas no Brasil.

Em 1986, atua com Tônia Carrero, na peça Quartett, de Heiner Müller e sob direção de Gerald Thomas.

Em 1989, assume a direção artística do Centro Cultural do Banco do Brasil - CCBB.

Anos 1990[editar | editar código-fonte]

Em 1990, Sérgio interpreta Antero Novaes, na novela Pantanal, da extinta Rede Manchete. O personagem era viciado em pôquer, morre no 15º capítulo da novela, quando está jogando com o neto e no jogo faz um royal straight flush e morre de emoção.

Em 1993, na TV Globo, participou de Olho no Olho, onde interpretou o Padre João.

Em 1994, Sérgio Britto integrou o elenco da minissérie Memorial de Maria Moura.

Em 1996, lança sua autobiografia Fabrica de Ilusão: 50 Anos de Teatro; (Funarte/Salamandra). No mesmo ano, interpreta o Conde Valadares, na novela Xica da Silva, da Rede Manchete. A novela tinha Taís Araújo no papel principal.

No ano de 2000, o ator fez papel de Teodoro Oliveira de Barros, na novela Vidas Cruzadas, da Rede Record.

Século XXI[editar | editar código-fonte]

Em 2003, com a direção de Domingos Oliveira estreou Sergio 80, um espetáculo-solo que falava sobre as suas experiências em seus 80 anos de vida.

Em 2008, interpreta Dom Pedro II. no especial da Rede Globo: O Natal do Menino Imperador. Escrito por Péricles de Barros, com direção geral de Denise Saraceni. No mesmo ano, com a peça A última gravação de Krapp e Ato sem palavras I de Samuel Beckett, ganhou o prêmio "Faz Diferença", do Jornal O GLOBO como Personalidade do teatro.

Em 2009, ganhou o Prêmio Shell de melhor ator, por A última gravação de Krapp e Ato sem palavras I.

Em 2010, protagonizou juntamente com Suely Franco, a peça Recordar é Viver, com direção de Eduardo Tolentino de Araújo. No mesmo ano, lança sua segunda autobiografia O Teatro e Eu. Uma corajosa revisão de seus 86 anos de idade, dos quais 65 de carreira na televisão, cinema e, principalmente, no teatro. Também em 2010, por conta de uma cláusula de exclusividade no contrato com a Rede Globo, que Sérgio Britto não aceita, é substituído por Leonardo Villar, em Passione.

Apresentou o programa semanal Arte com Sérgio Britto, na TV Brasil.

Morreu no dia 17 de dezembro de 2011 aos 88 anos de idade, no Rio de Janeiro, devido a problemas cardiorrespiratórios. Sergio foi sepultado no Cemitério São Francisco Xavier, no bairro do Caju, Rio de Janeiro.

Carreira[editar | editar código-fonte]

No cinema[editar | editar código-fonte]

Ano Título Personagem Notas
1951 O Comprador de Fazendas
1952 Modelo 19
1953 Fatalidade roteirista: diálogos[4]
Luz Apagada
Esquina da Ilusão
Uma vida para dois Também roteirista
O Homem dos Papagaios Adaptação e diálogos
1954 Destino em Apuros Também roteirista
1965 Society em baby-doll
O desafio Mário
1972 A Culpa Pai
1974 Caingangue Dr. Ribeiro
1977 Gordos e magros
Na ponta da faca Paulo[5]
1986 O Quebra-Nozes
1991 A Maldição do Sanpaku Velho
2006 O maior amor do mundo Maestro

Na televisão[editar | editar código-fonte]

Como diretor[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Morre aos 88 anos o ator e diretor Sérgio Britto». Folha de S.Paulo. 17 de dezembro de 2011. Consultado em 17 de dezembro de 2011 
  2. Memória Globo.
  3. «Um Grande Teatro». Bloch Editores. revista Manchete (n°565): pg. 89-91. 16 de fevereiro de 1963 
  4. Cinemateca Brasileira, Fatalidade [em linha]
  5. «Na Ponta da Faca». Cinemateca Brasileira. Consultado em 14 de novembro de 2022 
  6. «Um Rosto de Mulher». Memória Globo. Consultado em 10 de abril de 2021 
  7. RJ, Do G1; News, com informações da Globo (17 de dezembro de 2011). «Morre no Rio o ator e diretor Sérgio Britto». Rio de Janeiro. Consultado em 29 de junho de 2022 
  8. «Sérgio Britto O Guarani». sergiobritto.com. Consultado em 10 de agosto de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]