Theatro Treze de Maio

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Teatro Treze de Maio)
Theatro Treze de Maio
Theatro Treze de Maio
Tipo teatro, património histórico
Página oficial (Website)
Geografia
Coordenadas 29° 41' 8.699" S 53° 48' 23.08" O
Mapa
Localização Santa Maria - Brasil
Patrimônio bem tombado pela Prefeitura Municipal de Santa Maria

O Theatro Treze de Maio é um antigo teatro da cidade brasileira de Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul, localizado na Praça Saldanha Marinho, no centro da cidade. É um bem tombado pelo município.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Sua história inicia com a tentativa de fundação de um teatro na cidade por um grupo de diletantes, reunidos na Sociedade Dramática Phoenix Familiar, fundada em torno de 1880. A sociedade lançou um pacote de ações para angariar fundos e chegou a adquirir um terreno, mas a verba coletada não foi suficiente e as obras do prédio não iniciaram.[2]

Em 1888 o terreno e as ações do malogrado teatro foram doados a João Daudt Filho. Em 30 de setembro do mesmo ano Daudt anunciou a reativação do projeto, reconstituindo uma sociedade de ações em 21 de outubro, formalizada em 27 de janeiro de 1889 como Associação Treze de Maio. O nome foi uma homenagem à abolição da escravatura, ocorrida em 13 de maio de 1888.[2]

As obras foram executadas com rapidez e em dezembro de 1889 já haviam sido realizados diversos espetáculos. Em 21 de fevereiro de 1890 foi fundada a Sociedade Indenizadora do Theatro Treze de Maio, a fim de recolher recursos para o pagamento das dívidas pendentes da construção através da organização de bailes, quermesses e atividades sociais.[2]

Com a inauguração de um cinema na cidade em 1911, o interesse pelos espetáculos teatrais começou a declinar, e em 24 de agosto de 1913 a Prefeitura comprou o prédio. Em dezembro de 1915 o teatro encerrou suas atividades, passando a ser ocupado pelo jornal Diário do Interior. Passariam muitas décadas até que voltasse a desempenhar funções culturais e artísticas.[2]

Em 1980 a Prefeitura iniciou a construção de um outro teatro, mas as obras se revelaram custosas e complicadas. Assim, em 1990, após uma reunião com representantes do governo e agentes culturais, e contando com a presença inspiradora de Eva Sopher, responsável pela recuperação do Theatro São Pedro de Porto Alegre, que relatou sua experiência, foi decidido que o projeto em andamento teria outra destinação e os esforços da comunidade se voltariam para a reabilitação do antigo Theatro Treze de Maio. [3]

Em 1992 foi lançada uma campanha de restauro, as obras iniciaram em 18 de maio, mas acabaram sendo paralisadas pouco depois por falta de recursos. A solução veio com a criação da Associação dos Amigos do Theatro, a qual, com o apoio de instituições, empresas e da comunidade, completou os fundos faltantes, possibilitando a conclusão das obras e a reinauguração em 23 de dezembro de 1996, com a presença de autoridades, representantes da categoria artística e cultural, além do público em geral, que assistiram à apresentação de um recital de canto lírico da soprano Anna Maria Kliemann. Eva Sopher recebeu o título de Madrinha do teatro. Em 26 de dezembro foi assinada uma parceria entre a Prefeitura e a Associação dos Amigos para a manutenção da instituição. A primeira representação teatral depois do restauro ocorreu em 30 de maio de 1997, com a peça Cenas de um Casamento, encenada por Tony Ramos e Regina Braga.[4]

Patrimônio municipal[editar | editar código-fonte]

Em 30 de outubro de 2013 o teatro foi incluído no Complexo Histórico-Cultural Professora Águeda Brazzale Leal, e em 7 de novembro de 2014 foi tombado pela Prefeitura através do Decreto n° 127. O tombamento levou em consideração sua importância cultural para a cidade e o interesse arquitetônico e estético da edificação.[1][5]

O teatro mantém um Livro de Ouro para preservar a memória de seus benfeitores e pessoas que de alguma forma tiveram um papel destacado em suas atividades, e segundo pesquisa de Naiara Azzolin, as manifestações ali registradas deixam clara a importância da instituição para a comunidade.[6]

Referências

  1. a b "Santa Maria – Theatro Treze de Maio". IPatrimônio
  2. a b c d Azzolin, Naiara. O livro ouro como patrimônio documental: o caso do Theatro Treze de Maio de Santa Maria – RS. Universidade Federal de Santa Maria, 2021, pp. 24-25
  3. Azzolin, pp. 27-28
  4. Azzolin, pp. 30-32
  5. Azzolin, pp. 32-33
  6. Azzolin, pp. 86-87