Templo de Vespasiano e Tito

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Templo de Vespasiano e Tito
Templo de Vespasiano e Tito
Templo de Vespasiano. À esquerda, o Tabulário.
Templo de Vespasiano e Tito
Vista história (séc. XVIII) em gravura de Piranesi. É impressionante o nível do solo na época comparado com o atual, muito mais elevado.
Tipo Templo romano
Construção 79 a.C.
Promotor / construtor Tito e Domiciano
Geografia
País Itália
Cidade Roma
Localização VIII Região - Fórum Romano
Coordenadas 41° 53' 33.82" N 12° 29' 2.01" E
Templo de Vespasiano e Tito está localizado em: Roma
Templo de Vespasiano e Tito
Templo de Vespasiano e Tito

Templo de Vespasiano e Tito (em latim: Templum divi Vespasiani[1]; em italiano: Tempio di Vespasiano) é um templo localizado na porção ocidental do Fórum Romano, entre o Templo da Concórdia e o Templo de Saturno. É dedicado aos deificados Vespasiano e seu filho Tito. Sua construção começou em 79 d.C. com Tito, logo depois de sua ascensão quando seu pai morreu. O irmão de Tito, Domiciano, completou e dedicou o templo ao pai e ao irmão aproximadamente em 87 d.C.

Importância[editar | editar código-fonte]

Detalhe do entablamento.

Por toda a história romana, houve uma grande ênfase na fama e na glória do nome da família, geralmente lembradas em monumentos comemorando os mortos ilustres. Por isso, o templo foi construído para homenagear a dinastia Flaviana, a mesma de Vespasiano (r. 69–79), Tito (r. 79–81) e Domiciano (r. 81–96). Historiadores questionam ainda hoje se a relação era boa entre Tito e Domiciano, porém este garantiu a deificação do irmão no culto imperial para exaltar a proeminência do nome dos flavianos[2]. Tito e Vespasiano foram deificados através da cerimônia da apoteose[3] e, ao fazê-lo, a tradição garantia que os cidadãos romanos e seus súditos honrariam os dois (ou pelo menos seus gênios) como deuses romanos. Este culto imperial era tanto um sinal de lealdade ao imperador romano (um gesto político ou diplomático), quanto uma religião formal.

Estrutura[editar | editar código-fonte]

O Templo de Vespasiano era pseudoperíptero (em que as fileiras de colunas laterais que o envolvem estão embutidas nas paredes da nau)[4] de ordem coríntia,[5] cuja cela era precedida por uma pronau hexastilo flanqueada por duas colunas laterais e guarnecida por um friso na parte superior[6]. Era particularmente estreito por causa do espaço limitado no terreno, medindo 33 metros de comprimento e 22 metros de largura. No apertado espaço entre o templo e o Templo da Concórdia, uma pequena sala de tijolos e concreto, revestida de mármore, com dois andares e coberta por uma abóbada, foi construída encostada na parede do Tabulário e, aparentemente, dedicado a Tito[7].

História[editar | editar código-fonte]

Construção e renovação[editar | editar código-fonte]

Tito começou a construção e presumivelmente terminou a fundação, de concreto e tufo[8], e o interior do pódio, de mármore branco[1][9]. Domiciano, porém, assumiu as obras depois da morte de Tito[9]. As paredes internas da cela eram de travertino, revestidas de mármore importado das províncias orientais e muito caros[10]. O interior era muito decorado e os frisos retratavam objetos sagrados que eram utilizados como símbolos ou brasões dos vários colégios (collegium) em Roma[10]. Entre 200 e 205, os imperadores Sétimo Severo e seu filho, Caracala, reformaram o templo[11].

História medieval e moderna[editar | editar código-fonte]

O templo sofreu grandes danos durante a Idade Média, particularmente por volta de 1300, na época do papa Bonifácio VIII, e na reforma do Fórum promovida pelo papa Nicolau V, que exigiu a demolição dois dois cantos do templo virados para o Fórum e a reconstrução de sua fachada como uma fortaleza com torres nos cantos[8]. Disso tudo, o que sobrevive hoje é o interior do pódio (como partes do revestimento em peperino), partes da cela (dois fragmentos de suas paredes em travertino e parte do pedestal no fundo onde ficava a estátua sagrada) e três colunas coríntias no canto sudeste do pronau[1].

Localização[editar | editar código-fonte]

Planimetria do Capitólio antigo


Referências

  1. a b c Platner, Samuel B., and Ashby, Thomas. A Topographical Dictionary of Ancient Rome. London: Oxford UP, 1929; p. 556. (em inglês)
  2. Grant, Michael. The Roman Emperors. 1st ed. New York: Scribner’s, 1985; p. 61.
  3. Herodiano, História IV. ii
  4. Stamper 2005, p. 160.1.
  5. Richardson 1992, p. 412.
  6. Middleton, J. H. The Remains of Ancient Rome; Vol. 1. London and Edinburgh: Adam and Charles Black, 1892; p. 339. (em inglês)
  7. Middleton (1892), p. 341.
  8. a b Middleton (1892), p. 377. (em inglês)
  9. a b Jones, Brian W. The Emperor Titus. New York: St. Martin's Press, 1984; p. 143. (em inglês)
  10. a b Middleton (1892), p. 340. (em inglês)
  11. Middleton (1892), p. 389.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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