Terceira Travessia do Tejo

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Terceira Travessia do Tejo
Terceira Travessia do Tejo
Nome oficial Terceira Travessia do Tejo
Comprimento total 15 Quilómetros
Altura Torres: 198 Metros
Geografia
Via 4 vias ferroviárias, 3 ou 4 vias rodoviárias
Cruza Rio Tejo
Localização Lisboa, Portugal
Coordenadas 38° 41′ 44,49″ N, 9° 05′ 03,55″ O

A Terceira Travessia do Tejo (vulgarmente abreviada como TTT) é um projeto para uma travessia rodoferroviária sobre o Rio Tejo, com o objetivo de ligar a cidade de Lisboa, na margem Norte, à Península de Setúbal, na margem Sul.[1]

Caracterização[editar | editar código-fonte]

Esta obra ligaria as localidades de Chelas, na margem Norte, e do Barreiro, na margem Sul do Tejo,[2][3] e teria um comprimento aproximado de 15 quilómetros. As suas torres teriam uma altura de 198 metros, passando a ser uma das estruturas mais altas em Portugal. Quando concluída, seria a ponte atirantada com a maior distância entre pilares do mundo (540 m), superando assim a Öresund (490 m), que liga a Dinamarca à Suécia.[4]

A ponte seria rodoviária e ferroviária. Na parte rodoviária teria três a quatro vias de trânsito em cada sentido, e na ferroviária teria quatro linhas para comboios, duas para norte e duas para sul, onde uma será utilizada por serviços de alta velocidade e a outra, a integrar na Linha do Alentejo, da rede da Refer.

História[editar | editar código-fonte]

Discussão e planeamento[editar | editar código-fonte]

A localização da travessia foi tornada pública em 2008, tendo a opção escolhida (Chelas-Barreiro) em detrimento da alternativa anteriormente ventilada (Beato-Montijo), sido alvo de críticas.[5]

Em julho de 2009, a Fertagus, transportadora ferroviária de passageiros que opera na Margem Sul, apresentou uma proposta de concessão do tráfego ferroviário na Travessia, justificando esta decisão com o facto que, com esta interface, seria possível ligar a capital ao Barreiro em apenas 30 minutos, e permitir aos passageiros escolher melhor o trajeto. Esta moção foi entregue pouco depois da apresentação da proposta da empresa Comboios de Portugal.[6]

Em novembro de 2009, a Travessia foi, entre outros projetos públicos, aprovada por um programa do governo apresentado na Assembleia da República.[7]

Em janeiro de 2010, a Rede Ferroviária de Alta Velocidade anunciou que os consórcios TAVE Tejo e Altavia Tejo transitaram para a fase de negociação do concurso público internacional, para a concessão das infraestruturas ferroviárias de alta velocidade no troço entre Poceirão e Lisboa; neste troço estava incluída a construção da Terceira Travessia do Tejo, com o objetivo de ligar o Barreiro à capital.[8] Neste mês, também foi divulgada a vontade da Câmara Municipal do Barreiro, de acompanhar o desenvolvimento deste projecto, de modo a salvaguardar os interesses do concelho e reduzir os impactos da sua construção.[8]

Entre abril e maio do mesmo ano, o ministro das Obras Públicas, António Mendonça, pronunciou-se sobre o projeto da Terceira Travessia do Tejo, tendo declarado que, por opção do governo, poderia ser primeiro construída a secção ferroviária, deixando a ligação rodoviária para uma fase posterior; este desenvolvimento deveu-se a um pedido do líder do Partido Social Democrata, Pedro Passos Coelho, para que o governo reponderasse as suas posições em relação às grandes obras públicas.[9]

Entretanto, em grande parte devido à crise económico-financeira pela qual Portugal passou a atravessar desde 2010, o projeto foi "congelado".

Impacto[editar | editar código-fonte]

O Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho, previu, em Janeiro de 2010, que este projecto irá contribuir para o desenvolvimento de Lisboa para Sul, formando uma Cidade-Região, o que irá consolidar a sua capacidade de internacionalização e atractividade perante outras capitais europeias;[8] no mês seguinte, o autarca acrescentou que o projecto da Terceira Travessia do Tejo irá trazer várias alterações à cidade, especialmente na freguesia do Alto do Seixalinho.[10]

Quarta travessia do Tejo[editar | editar código-fonte]

Desde o planeamento da terceira travessia, vários outros projetos foram idealizados como potenciais outras travessias sobre o Rio Tejo na Área Metropolitana de Lisboa, quer em alternativa à ligação Barreiro-Chelas, ou como quarta travessia.[11][12]

Ponte Algés-Trafaria[editar | editar código-fonte]

A Ponte Algés-Trafaria seria uma ponte rodoviária a ligar Algés à Trafaria, tornando-se a quarta travessia do distrito de Lisboa sobre o Tejo.[13] Segundo fontes do gabinete do ministro das Obras Públicas, estaria nos planos do Governo de Portugal.[14] Todavia, ainda não há uma data definida para a sua construção.

Galeria de fotografias dos trabalhos de construção[editar | editar código-fonte]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Cópia arquivada». Consultado em 16 de julho de 2010. Arquivado do original em 22 de julho de 2010 
  2. «Cópia arquivada». Consultado em 16 de julho de 2010. Arquivado do original em 22 de julho de 2010 
  3. http://diario.iol.pt/noticia.html?id=935305&div_id=4072
  4. http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/279008
  5. Adfer / LNEC: Corredor da Terceira Travessia do Tejo (TTT): Lisboa, 2008
  6. Roque, Telma (30 de Julho de 2009). «Chegar ao Barreiro em meia hora». Jornal de Notícias. Consultado em 7 de Novembro de 2009 
  7. «Programa do Governo dá Luz Verde à Terceira Travessia do Tejo». Rostos On-line. 2 de Novembro de 2009. Consultado em 7 de Novembro de 2009 
  8. a b c «Apurados dois consórcios para construção da Terceira Travessia». Rostos On-line. 20 de Janeiro de 2010. Consultado em 4 de Abril de 2010 
  9. Noronha, Alexandra (3 de Maio de 2010). «Palavra de ordem é atrasar os grandes projectos». Jornal de Negócios Online. Consultado em 3 de Maio de 2010 
  10. «Desactivação da linha do comboio na zona da Escavadeira». Rostos On-line. 25 de Fevereiro de 2010. Consultado em 4 de Abril de 2010 
  11. «Duas novas travessias sobre o Tejo». www.cmjornal.pt. Consultado em 5 de maio de 2023 
  12. «Lisboa: quem quer esta ponte?». Notícias de hoje - IOL. Consultado em 5 de maio de 2023 
  13. Leonor Matias (9 de fevereiro de 2008). «Governo estuda 4.ª ponte entre Algés e Trafaria». Diário de Notícias. Consultado em 30 de abril de 2015 
  14. Alexandra Noronha (17 de março de 2008). «Travessia Algés-Trafaria justificada por esgotamento da ponte 25 de Abril». Jornal de Negócios. Consultado em 30 de abril de 2015 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]