Terra Firme (Belém)

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 Nota: Este artigo é sobre um bairro de Belém do Pará. Para outros significados, veja Montese (desambiguação).
Montese

Terra Firme

  Bairro do Brasil  
Praça Olavo Bilac em 2023
Praça Olavo Bilac em 2023
Praça Olavo Bilac em 2023
Localização
Unidade federativa Pará Pará
Zona Sul
Região administrativa Distrito Administrativo do Guamá
Município Belém
Características geográficas
População total 61 439 hab.
 • Homens 29 518
 • Mulheres 31 921
 • IDH 0,623 médio (2010)
Outras informações
Limites Norte: Marco
Sul: Universitário
Leste: Curió-Utinga
Oeste: Guamá
Noroeste: Canudos

Montese, popularmente denominado Terra Firme, é um bairro da cidade brasileira de Belém (estado do Pará),[1][2] localizado na zona sul de Belém, é um dos bairros mais populosos da capital com 61 439 moradores (Censo 2010). O bairro ganhou o apelido Terra Firme por ser formado por terras firmes e altas próximas às áreas alagadas pelo rio Tucunduba no limite dos bairros de Canudos e Guamá.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

Inicialmente, o bairro era formado por uma extensa área alagada pelo igarapé do Tucunduba e seus vários braços, que deram origem a canais. Não havia como ocupar aquele território se não com construções no formato de palafitas. Algumas existem até hoje. Essa ocupação começou em meados da década de 1940. Em 1996, o nome Montese foi dado ao território em caráter oficial. A origem para o nome do bairro e advinda da Batalha de Montese que fora travada ao final da Segunda Guerra Mundial, entre os dias 14 e 17 de abril de 1945, como parte da Campanha da Itália na Ofensiva Aliada Final, travada pela Força Expedicionária Brasileira contra tropas nazistas.

Só que desde sempre, devido à situação precária do bairro alagado, os próprios moradores usavam do bom humor como uma forma de protesto. E chamavam a área onde moravam de “Terra Firme”. Esse deboche afrontoso contra as mazelas do bairro é histórico. No início, as próprias pessoas é que colocavam aterros improvisados para tentar deixar a terra firme de fato, porque era um terreno difícil de se construir. A prática de aterrar permaneceu, numa tentativa de vencer as enchentes e tapar buracos que se abrem constantemente. Quando o nome Montese foi imposto, com pouquíssima participação popular, a massa de moradores defendeu o nome que reconheciam. Foi uma longa resistência. Por algum tempo, qualquer forma de referência ao bairro era “Montese ou Terra Firme”. Eventualmente, a população desistiu de Montese. [3]

Atualidade[editar | editar código-fonte]

O Tucunduba, que está também intimamente ligado ao processo de formação do bairro do Guamá, foi a forma principal de sustento de muitas pessoas. Ainda existe comércio que depende dos barcos que passam por ali. Foi no entorno do igarapé que a Terra Firme começou a se formar. E por isso os mercados e feiras são fundamentais para a economia do bairro. Há comércios populares por todos os lados. O empreendedorismo é uma marca dos habitantes da área. Ao mesmo tempo em que concentra boa parte da população de baixa renda do centro da capital e sofre com carência de serviços básicos (saneamento, em especial), a Terra Firme concentra várias instituições de pesquisa e ensino. Apesar de o bairro ficar localizado em um ótimo perímetro, próximo de diversas instituições de ensino, feiras, praças e igrejas, não possui referência de pontos turísticos como no centro da cidade.

Educação[editar | editar código-fonte]

Existem várias escolas particulares e públicas na Terra Firme, porém as principais são:

  • EEEFM Brigadeiro Fontenelle
  • EEEFM Mário Barbosa
  • EEEFM Dr. Celso Malcher
  • EMEIF Maria Stellina Valmont
  • EEEF Mateus do Carmo

Além de outras escolas menores ao redor da vizinhança do bairro.

Saúde[editar | editar código-fonte]

Os postos de saúde na Terra Firme são poucos, sendo considerados os únicos:

  • Unidade Municipal de Saúde da Terra Firme[4] - Por muito tempo, esta unidade de saúde foi a única do bairro, com muitas precariedades no prédio,[5] atualmente passou por várias reformas, existem, 6 médicos: 1 Ginecologista, 2 Clínicos Gerais e 3 Pediatras, possuindo também outros profissionais como: 3 Assistentes Sociais, 5 Cirurgiões Dentistas, 1 Psicólogo, 2 Nutricionistas, 4 Agentes de Saúde - Controle de Endemias, 1 Educador físico, 6 Enfermeiros, 17 Técnicos de Enfermagem e possui uma farmácia com 2 Farmacêuticos com remédios totalmente gratuitos. Além de outros atendimentos realizados: Curativos, Testes Rápidos, Hiperdia, Hanseníase, Tuberculose, Exames para Hematologia, Doenças de Chagas e Malária, Encaminhamento para serviços especializados, Pré - natal, Verificação de P.A e Glicemia, Vacinação, Programa do Idoso - (Caminhadas ao ar livre, Danças, Artes e etc), PCCU - preventivo, Palestras. Isso corresponde a 0,6 médicos/10 000 habitantes, enquanto nos países emergentes tem de 17 a 18 médicos/10 000 habitantes, nos países ricos tem de 20 a 30 médicos/10 000 habitantes e os países mais pobres da África tem em média, 2,5 médicos/10 000 habitantes.[6]
  • Unidade de Saúde da Família - Terra Firme[7]
  • Unidade de Saúde da Família - Parque Amazônia II
  • Unidade de Pronto Atendimento 24H - Terra Firme[8]

Por causa disso, muitos moradores recorrem a usar remédios sem recomendação médica, ou ir a clinicas ou postos de saúde em bairros vizinhos, atualmente, existem 2 laboratórios particulares (sendo que um deles possui cotas para o setor público) e nenhum hospital já se instalou neste bairro.

Geografia[editar | editar código-fonte]

Os limites dos bairros de Belém foram fixados pela Lei Nº 7 806, de 30 de julho de 1996: O bairro de Montese (Terra Firme) compreende a área envolvida pela poligonal que tem início na inteseção da Av. Perimentral, com as áreas da UFPA, segue contornando esse limite até a interseção com o Igarapé do Tucunduba, segue por este até encontrar a Pass. N. Sra das Graças, flete a esquerda e segue por esta até a Rua da Olaria, flete a direita e segue por esta até a Rua Silva Rosado, flete a esquerda e segue por esta até a Trav. Juvenal Cordeiro, flete á direita e segue por esta até a Rua Roso Danin, dobra a direita e segue por esta até a Pass. Nazaré, dobra a esquerda e segue por esta e seu prolongamento até a confluência da Av. Ceará com a Pass. Sem Denominação, dobra a direita e segue por esta até a Rua Jabatiteua, dobra a direita e segue por esta até o Canal Tucunduba, flete a esquerda e segue por este até a Pass. Monte Alegre, flete a direita e segue por esta até a Av. Perimentral, flete a direita e segue por esta até o início da poligonal.[9]

Principais avenidas/ruas[editar | editar código-fonte]

  • Avenida Celso Malcher - Principal rua do bairro, o centro comercial da Terra Firme, e o centro histórico, ficam nessa avenida, além de ser uma das rotas de saída para outros bairros, como Canudos e São Brás. Lá também fica o Hortomercado Municipal da Terra Firme, e a Paróquia São Domingos de Gusmão,[10] que faz parte da Arquidiocese de Belém, além de várias escolas particulares.
  • Rua São Domingos - Abriga vários bares, igrejas, escolas públicas, academias, é uma das rotas para ir para a Av. Perimentral, uma das principais ruas de Belém.

Referências

  1. «Bairros do município de Belém, conforme Lei 7.806 de 30 de julho de 1996» (PDF). Divisão Político-Administrativa. Prefeitura Municipal de Belém 
  2. «Montese (Terra Firme)». Prefeitura Municipal de Belém. Consultado em 8 de novembro de 2022 
  3. Pará, Amazonia. «Terra Firme: amor, humildade e identidade» 
  4. «UNIDADE MUNICIPAL DE SAUDE DA TERRA FIRME - Belém - PA» 
  5. PA, Do G1 (15 de janeiro de 2013). «Secretário admite precariedade da saúde pública em Belém». Pará. Consultado em 13 de março de 2019 
  6. Conteúdo, Estadão (20 de maio de 2013). «OMS alerta para o baixo número de médicos no Brasil - Brasil - iG». Último Segundo. Consultado em 13 de março de 2019 
  7. «Agência Belém». agenciabelem.com.br. Consultado em 13 de março de 2019 
  8. «Entregue UPA24h da Terra Firme». www.oliberal.com.br. Consultado em 13 de março de 2019 
  9. «Lei dos Bairros de Belém» (PDF). www.belém.pa.gov.br. Consultado em 13 de março de 2019 
  10. «Paróquia São Domingos de Gusmão». Arquidiocese de Belém. Consultado em 13 de março de 2019 
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