Tríade estratégica

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O conceito de tríade estratégica é uma lógica de estratégia nuclear desenvolvida durante a corrida nuclear da Guerra Fria quando as duas superpotências nucleares (Estados Unidos e União Soviética) passaram a diversificar os meios de lançamento (ou entrega) de armas nucleares, para não depender apenas de bombardeiros estratégicos, incluindo também os mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs) e os mísseis balísticos lançados por submarinos nucleares (SSBNs, do inglês ship submersible ballistic nuclear).

A lógica da tríade estratégica consiste em deter três diferentes meios de lançamento de ogivas nucleares, que fossem completamente independentes e autônomos uns dos outros, aumentando as chances de que um número maior de sistemas de lançamentos sobrevivessem à um ataque nuclear. Isto permitiria à cada uma das superpotências, garantir a capacidade de responder com um ataque nuclear com outro ataque nuclear. Ou seja, mesmo que um ataque nuclear da potência rival destruísse todos os bombardeiros estratégicos seria praticamente impossível que também destruísse todos os mísseis balísticos e os submarinos nucleares lançadores de mísseis balísticos, permitindo retaliar no mesmo nível, ou seja, com outro ataque nuclear.

Durante a Guerra Fria apenas os Estados Unidos e a União Soviética desenvolveram amplos sistemas de lançamento de armas nucleares baseados na "tríade" (bombardeiro estratégico, míssil balístico e submarino lançador de mísseis). Outros países também desenvolveram sistemas de lançamento de armas nucleares baseados nesta mesma estratégia, porém o fizeram em menor escala, como a China, França e Inglaterra. Mais recentemente a Índia também construiu um submarino nuclear lançador de mísseis, que deve ser incorporado à sua frota em 2011, o que provavelmente levará o país a adotar este tipo de estratégia nuclear.

Atualmente, Estados Unidos, Rússia e China são as únicas potências nucleares que baseam suas estratégias nucleares sob a lógica da Tríade Estratégica.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

ÁVILA, Fabrício S. (2008) Armas estratégicas: o impacto da digitalização sobre a guerra e a distribuição de poder no sistema internacional. Dissertação de Mestrado em Relações Internacionais. UFRGS, Porto Alegre, RS.

CEPIK, Marco A. C; MARTINS, Jose Q. M. & ÁVILA, Fabrício S. (2008) "Segurança Internacional: Desafios para as Próximas Décadas na Esfera da Estratégia". II Encontro Nacional da ABED. Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro, RJ.

CEPIK, Marco A. C.; AVILA, Fabrício S.; MARTINS, José Miguel Q.(2009). Armas estratégicas e poder no sistema internacional: o advento das armas de energia direta e seu impacto potencial sobre a guerra e a distribuição multipolar de capacidades. Revista Contexto Internacional, vol.31, n.1, p. 49-83. Rio de Janeiro, Brasil.

JESUS, Diego S. V. (2008) "Treze passos para o Juízo Final: A Nova Era do Desarmamento Nuclear dos Estados Unidos e da Rússia". Revista Contexto Internacional, vol. 30, n.2, p. 399-466.