Tritão-marmoreado

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Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Amphibia
Ordem: Caudata
Família: Salamandridae
Género: Triturus
Espécie: T. marmoratus
Nome binomial
Triturus marmoratus
(Latreille, 1800)
Distribuição geográfica
Verde: tritão-marmoreado Azul: tritão-marmoreado-pigmeu
Verde: tritão-marmoreado
Azul: tritão-marmoreado-pigmeu

O tritão-marmoreado ou tritão-verde (Triturus marmoratus) é uma espécie de anfíbio caudado pertencente à família Salamandridae.

Descrição[editar | editar código-fonte]

O tritão-marmoreado têm a cabeça achatada e focinho arredondado[1]. São de cor castanha-escura ou preta, apresentando manchas verdes de forma irregular. Os machos adultos tem uma risca branca ou bege na cauda e apresentam uma crista dorsal durante a época de reprodução. Esta risca é relativamente pequena comparada com as dos seus parentes, os tritões-de-crista, e ligeiramente maior do que a da sua espécie-irmã, o tritão-marmoreado-pigmeu. As fêmeas e juvenis não apresentam crista dorsal, mas sim uma risca vermelha ou alaranjada. A barriga pode ir desde o bege até ao preto, podendo apresentar um número variável de manchas brancas ou pretas.

As fêmeas costumam ter em média 11 centímetros de comprimento – mas podem chegar aos 16 centímetros – enquanto os machos são ligeiramente menores[1].

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

O tritão-marmoreado pode ser encontrado no sudoeste de França e no centro de Espanha e Portugal. Embora sejam bastante comuns nestas áreas, não são facilmente encontrados pois normalmente permanecem em locais escondidos, como debaixo de troncos caídos, rochas, ou outros locais húmidos. Durante a época de reprodução que vai de Janeiro até Maio, podem ser encontrados em charcos, valas, tanques, poços e outros locais com água estagnada.

Em França, ocorre em simpatria com o tritão-de-crista.[2] A Sul, está em parapatria com o tritão-marmoreado-pigmeu.[3] O limite de distribuição desta duas espécies acompanha aproximadamente o Sistema Central em Espanha, com o tritão-marmoreado ocupando as vertentes Norte e o pigmeu a ocupar as planícies a Sul. Em Portugal, o limite acompanha o rio Tejo até à zona de Abrantes.[4]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

A reprodução nesta espécie não envolve copulação, no entanto a fertilização é interna. O modo de reprodução é partilhado com os outros membros do género Triturus. Nos locais de reprodução, o macho realiza uma 'dança' ritual envolvendo sucessivos batimentos laterais com a cauda em frente da fêmea, que permanece relativamente apática durante todo o processo. Depois, o macho deposita um espermatóforo que a fêmea recolherá (embora não sempre) com as patas, e encaminhará para a cloaca.

Após a fecundação, formam-se os ovos, que serão depositados individualmente em folhas de vegetação aquática. A fêmea dobra a folha onde depositou o ovo de modo a escondê-lo de predadores.

Alguns dias após serem depositados, 50% dos ovos morrem devido à chamada síndrome do cromossoma-1. Esta síndrome resulta da necessidade, nos tritões do género Triturus, de os dois cromossomas 1 terem tamanhos diferentes, embora a razão exacta não seja conhecida.[5]

Alguns estudos revelaram que os tritões-marmoreados usam as estrelas para se orientarem a caminho dos locais de reprodução[6]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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  • Arntzen, J.W., Jehle, R., Bosch, J., Miaud, C., Tejedo, M., Lizana, M., Martínez-Solano, I., Salvador, A., García-París, M. & Gil, E.R. 2004. Triturus marmoratus. In: IUCN 2007. 2007 IUCN Red List of Threatened Species. <www.iucnredlist.org>. Acessado em 13 de setembro de 2008.
  • Ferrand de Almeida, N., Ferrand de Almeida, P., Gonçalves, H., Sequeira, F., Teixeira, J. and Ferrand de Almeida, F. 2001. Guia FAPAS Anfibios e Répteis de Portugal. FAPAS-Cámara Municipal de Porto. Porto.

Referências

  1. a b Que espécie é esta: Tritão marmoreado, por Inês Sequeira, 16.06.2020
  2. Francillon-Vieillot, H.; J. W. Arntzen, & J. Géraudie (1990). «Age, growth and longevity of sympatric Triturus cristatus, T. marmoratus and their hybrids (Amphibia: Urodela): a skeletochronological comparison.». Journal of Herpetology. 24. pp. 13–22. Consultado em 18 de janeiro de 2009 
  3. García-París, M.; B. Arano, & P. Herrero (2001). «Molecular Characterization of the contact zone between Triturus pygmaeus and T. marmoratus (Caudata: Salamandridae) in Central Spain and their taxonomic assessment.». Revista Española de Herpetología. 15. pp. 115–126 
  4. J. W. Arntzen; G. Espregueira Themudo (julho de 2008), «Environmental parameters that determine species geographical range limits as a matter of time and space», Journal of Biogeography, ISSN 0305-0270 (em inglês), 35 (7): 1177-1186, doi:10.1111/J.1365-2699.2007.01875.X, Wikidata Q59273373 
  5. Macgregor, H. C., and H. Horner. 1980. Heteromorphism for chromosome 1, a requirement for normal development in crested newts. Chromosoma 76:111-122.
  6. Javier F. Diego-Rasilla e Rosa M. Luengo (Setembro 2002). «Celestial orientation in the marbled newt (Triturus marmoratus. Springer Japan. Journal of Ethology. 20 (2): 137-141. Consultado em 18 de janeiro de 2009 [ligação inativa]
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