Tubarão-boca-grande

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Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 2.3)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Chondrichthyes
Subclasse: Elasmobranchii
Ordem: Lamniformes
Família: Megachasmidae
Género: Megachasma
Espécie: M. pelagios
Nome binomial
Megachasma pelagios
Taylor, Compagno and Struhsaker, 1983
Distribuição geográfica

O tubarão-boca-grande (Megachasma pelagios) é uma espécie de tubarão extremamente rara, que ocorre sobre a plataforma continental e em águas oceânicas.[1]

Por ser tão pouco usual, é classificado na sua própria família, Megachasmidae, apesar de se sugerir que possa pertencer à família Cetorhinidae, da qual o tubarão-elefante é o único elemento.[2]

Descoberta em 1976, apenas alguns foram vistos desde essa altura, com 68 espécimes capturados ou avistados (2015)[3], existindo 3 gravações em filme.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Distingue-se por possuir uma cabeça de grandes dimensões e uma grande boca, com lábios de aspecto elástico e pequenos dentes. O focinho é largo e arredondado, porém curto. Possuí órgãos luminosos denominados fotóforos, a rodear a boca.[4]

Tem geralmente uma coloração preta ou acastanhada no dorso, ventralmente mais esbranquiçado. A cauda é assimétrica, possuindo um lobo superior longo, similar às caudas exibidas pelos tubarões do género Alopias.

São tubarões de grandes dimensões, que podem atingir 5,5 metros de comprimento. Os machos atingem a maturidade quando atingem 4 m e as fêmeas quando atingem os 5 m. Foram reportados pesos de 1,215 toneladas.

Ecologia[editar | editar código-fonte]

É um animal filtrador.[4] Diferente do tubarão-elefante e o tubarão-baleia, que alimentam-se nadando continuamente com a boca aberta, filtrando a água para obter plâncton e medusas, acredita-se que o tubarão-boca-grande atrai a presa com uma faixa bioluminescente ao longo de sua mandíbula superior e depois engole a presa em um único movimento, semelhante ao mecanismo de alimentação de uma baleia. Acredita-se que isso se deva às aberturas branquiais internas restritas e à morfologia da mandíbula dessa espécie.[5]

Tubarão-boca-grande

Descoberta[editar | editar código-fonte]

O primeiro espécime foi capturado em 15 de novembro de 1976, a cerca de 40km da costa do Havaí, ao ter ficado enrolado na âncora de um navio da Marinha dos Estados Unidos. Exames no espécime com 4.5 m e 750 kg, efectuados por Leighton Taylor, mostraram que seria um tipo de tubarão inteiramente desconhecido.

Espécimes conhecidos[editar | editar código-fonte]

Após 30 anos de sua descoberta, apenas 39 espécimes foram capturados ou avistados. Foram encontrados no Oceano Pacífico, Atlântico e Índico. Pelo menos dez espécimes foram encontrados na vizinhança do Japão. Outros locais onde foram observados: Havaí, Califórnia, Taiwan, Filipinas, Indonésia, Austrália, África do Sul, Brasil, Senegal e Equador.[6]

Referências

  1. IUCN (9 de novembro de 2018). «Megachasma pelagios: Kyne, P.M., Liu, K.M. & Simpfendorfer, C.: The IUCN Red List of Threatened Species 2019: e.T39338A124402302» (em inglês). doi:10.2305/iucn.uk.2019-1.rlts.t39338a124402302.en. Consultado em 13 de março de 2023 
  2. «Report: Megachasma pelagios». ITIS - Integrated Taxonomic Information System. Consultado em 13 de março de 2023 
  3. «Lista de espécimes encontrados». Consultado em 12 de junho de 2015. Cópia arquivada em 19 de agosto de 2017 
  4. a b R., Taylor, Leighton (1983). Megamouth -- a new species, genus, and family of lamnoid shark (Megachasma pelagios, family megachasmidae) from the Hawaiian Islands. [S.l.]: California Academy of Sciences. OCLC 10141507 
  5. Kempster, Rm; Collin, Sp (6 de janeiro de 2011). «Electrosensory pore distribution and feeding in the megamouth shark Megachasma pelagios (Lamniformes: Megachasmidae)». Aquatic Biology (em inglês) (3): 225–228. ISSN 1864-7782. doi:10.3354/ab00311. Consultado em 13 de março de 2023 
  6. Berra, Tim M. (setembro de 1997). «Some 20th century fish discoveries». Environmental Biology of Fishes (em inglês) (1): 1–12. ISSN 0378-1909. doi:10.1023/A:1007354702142. Consultado em 13 de março de 2023 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]