Usuário:Castelobranco/WAT6/Arete

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Aretê (do grego ἀρετή), significa essencialmente bondade, excelência ou virtude de qualquer tipo. É uma noção de excelência ligada ao alcance dos propósitos ou funções do ser. É a ação de atingir o máximo potencial do indivíduo.

"A raiz da palavra é a mesma usada para aristos, palavra que define habilidade superlativa ou superioridade, e aristos era usada frequentemente no plural para demonstrar a nobreza."[1]

Os antigos gregos utilizavam o termo para demonstrar a excelência de um objeto, de um animal ou de uma pessoa. O significado da palavra varia de acordo com o que ela descreve, pois cada coisa tem seu próprio sentido de excelência: a aretê de um homem é diferente da aretê de um cavalo, por exemplo. Esse raciocínio surgiu com Platão e está presente no Mito da Caverna [2].

Nos séculos IV e V, a aretê, quando aplicada aos homens, passou a incluir outras virtudes, como dikaiosyne (justiça) and sophrosyne (self-restraint). Platão tentou criar uma filosofia moral que incorporasse este novo uso, e assim desenvolveu ideias que mais tarde tomaria um lugar central no pensamento cristão. Mas foi no trabalho de Aristóteles que a doutrina da aretê floresceu. Aristóteles "Doctrine of the Mean" (não confundir com a obra de Confúcio com o mesmo título) e "As Quatro Causas" são bons exemplos de seu pensamento.

Homero[editar | editar código-fonte]

Na Ilíada e na Odisséia, Homero usa o termo "aretê" principalmente para descrever heróis e nobres e a sua destreza, com especial referência à força física e à coragem, mas não exclusivamente. A aretê de Penélope, por exemplo, refere-se à cooperação, pela qual ela chega a ser reconhecida por Agamenon. A excelência dos deuses geralmente inclui seu poder, mas na Odisséia (13.42), os deuses podem conceder a excelência para um mortal, o que é geralmente interpretado como prosperidade. Arete era também o nome da esposa do Rei Alcino.

Personificação[editar | editar código-fonte]

Aretê foi algumas vezes representada por uma deusa, irmã da Harmonia (uma personificação da concórdia) e filha de Praxidike, deusa da justiça.

Aretê e Harmonia eram conhecidas em conjunto como Praxidikai ("executoras da justiça"). As with many minor Greek deities, there's little or no real mythical background to Arete, que é usada principalmente como uma personificação da virtude. A única estória que envolve Aretê era contada no século V a.C. pelo sofista Prodicus, e trata sobre a infância do herói Hércules.

Em uma bifurcaçao na estrada, Aretê aparece para Hércules como uma jovem donzela, e oferece-lhe glória e uma vida de luta contra o mal; sua contraparte, Kakia (κακία, "maldade"), oferece-lhe riqueza e prazer. Hércules escolhe seguir o caminho de Aretê.

Esta história foi depois usada por escritores cristãos, como Justin Martyr, Clemente de Alexandria, e Basil de Caesarea, usaram a estoria de Prodicus, mas Justin e Basil mudaram Aretê de uma donzela modesta e atraente para uma figura pouco atraente e squalidly vestida.

Paideia[editar | editar código-fonte]

A aretê era parte significante da paideia dos antigos gregos: o treinamento do garoto para se tornar um homem adulto. Este treinamento da aretê incluia: treino fisico, para o qual os gregos criaram o ginásio; treino mental, que incluia oratória, retórica, e ciências básicas; e treino espiritual, que incluía a música e que era chamado de virtude.

Exemplos do uso[editar | editar código-fonte]

  • "Virtue (arete) then is a settled disposition of the mind determining the choice of actions and emotions, consisting essentially in the observance of the mean relative to us, this being determined by principle, that is, as the prudent man would determine it." Aristóteles Ética a Nicômaco, II vi 15, translated H. Rackham (1934: Cambridge, Mass., Harvard University Press)
  • "Finally, brethren, whatever is true, whatever is honorable, whatever is just, whatever is pure, whatever is lovely, whatever is gracious, if there is any excellence (arete), if there is anything worthy of praise, think about these things." New Testament, Philippians 4.8.
  • Robert Pirsig usa "arete" como sinônimo de qualidade em seu livro Zen and the Art of Motorcycle Maintenance. O livro inclui uma extensa discussão de "Fedro" de Platão e o contraste histórico entre a dialética e a retórica. "And what is good, Phaedrus, And what is not good -- Need we ask anyone to tell us these things?" - Sócrates.

Referências

  1. Paideia; the Ideals of Greek Culture, Werner Jaeger, Oxford University Press, Nova Iorque, 1945. Vol. I, pg 5.
  2. Greek Philosophy: The Allegory of the Cave, The Divided Line
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Arete», especificamente desta versão.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Greek-English Lexicon, Liddell & Scott (1883: Oxford, Oxford University Press)
  • Paideia: The Ideals of Greek Culture, Werner Jaeger, trans. Gilbert Highet (1945: New York, Oxford University Press)
  • "Arete/Agathon/Kakon", G.B. Kerferd (in Paul Edwards [ed.-in-chief] The Encyclopedia of Philosophy (1967: New York, Macmillan & The Free Press)

Ver também[editar | editar código-fonte]