Voo TWA 800

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 Nota: Para o acidente de 1964 em Roma, veja Voo TWA 800 (1964).
Voo TWA 800
Acidente aéreo
Voo TWA 800
Reconstrução da fuselagem do TWA 800
Sumário
Data 17 de julho de 1996 (27 anos)
Causa Explosão do tanque central de combustível durante o vôo, levando a falha estrutural.
Local Oceano Atlântico, perto das Ilhas Moriches, Nova Iorque,  Estados Unidos
Coordenadas 40° 39' 1" N 72° 38' O
Origem Aeroporto Internacional John F. Kennedy,  Estados Unidos
Escala Aeroporto Internacional Charles de Gaulle,  França
Destino Aeroporto Leonardo da Vinci, Roma,  Itália
Passageiros 212
Tripulantes 18
Mortos 230
Feridos nenhum
Sobreviventes nenhum
Aeronave
Modelo Boeing 747-131
Operador Estados Unidos Trans World Airlines
Prefixo N93119
Primeiro voo 18 de agosto de 1971

O voo TWA 800 foi uma rota aérea regular e internacional entre Nova Iorque, EUA e Paris, França, operada pela extinta companhia aérea Trans World Airlines.

Na noite de 17 de julho de 1996, a aeronave que realizava esta rota se precipitou no Oceano Atlântico perto das Ilhas Moriches, na costa do Estado de Nova Iorque, doze minutos depois de decolar do Aeroporto Internacional John F. Kennedy, causando a morte de todos os seus 230 ocupantes.[1]

O relatório final, divulgado quatro anos depois do acidente pela NTSB, concluiu que a causa provável do acidente foi uma explosão dentro de um dos tanques de combustível.[2]

Investigações[editar | editar código-fonte]

Aeronave[editar | editar código-fonte]

A aeronave envolvida neste acidente era um modelo Boeing 747-131, prefixo N93119, n.º de série 20083. Fabricada em julho de 1971, seu primeiro voo foi em 18 de agosto de 1971. Havia sido adquirida nova pela TWA e certificada para operação em 27 de outubro de 1971.[3] De acordo com registros da TWA, estava com 93 303 horas de voo e era equipada com quatro motores Pratt & Whitney JT9D-7AH turbofan.[4][5]

De acordo com a TWA, a aeronave tinha um peso de decolagem calculado de 590 441 lb (268 000 kg), sendo 176 600 lb (80 100 kg) de combustível. O peso máximo de decolagem especificado para este modelo é de 734 000 lb (333 000 kg). Estava portanto com cerca de 80% do peso máximo de decolagem. Os registros de despacho da TWA indicaram que havia 29 passageiros na primeira classe, 183 passageiros na classe econômica, além de 18 tripulantes a bordo do avião, totalizando 230 pessoas. Sendo a capacidade máxima da aeronave de 430 passageiros, sua ocupação era de aproximadamente 50%.[6]

Tripulação e passageiros[editar | editar código-fonte]

Pessoas a bordo por nacionalidade
Nacionalidade
França Francesa 36
Itália Italiana 9
Costa do Marfim Costa-marfinense 1
Noruega Norueguesa 2
Espanha Espanhola 1
Suécia Sueca 1
Estados Unidos Norte-americana [7] 171
Não conhecida 9
Total 230

A tripulação era composta por dois pilotos, dois engenheiros de voo e quatorze comissários de bordo, todos norte-americanos. As investigações não encontraram nenhuma anormalidade quanto à formação e regime de trabalho da tripulação.[8]

Estavam na aeronave 212 passageiros de pelo menos sete nacionalidades diferentes. Nove passageiros não tiveram suas nacionalidades identificadas.[9]

N93119, a aeronave envolvida no acidente, em maio de 1995.

Causas[editar | editar código-fonte]

O relatório final, divulgado em agosto de 2000 pela NTSB, concluiu que a causa provável do acidente foi uma explosão dentro do tanque de combustível central da asa direita. Esta explosão foi provocada por uma centelha elétrica, cuja fonte não pôde ser determinada com certeza. O relatório concluiu que o mais provável é que tenha ocorrido um curto-circuito externo ao tanque, provocando uma tensão elétrica excessiva na fiação do circuito do sistema de indicação da quantidade de combustível. O tanque tem um limite padrão para altas temperaturas, porém, haviam os sistemas de ar condicionado perto dos tanques. Testes pós acidentes constataram que esses sistemas chegavam a 180ºC, fazendo com que parte do combustível evaporasse. E com o curto-circuito pela antiga fiação elétrica gerou a explosão rompendo a proteção do tanque. Houve pedido para maior proteção dos tanques e um novo posicionamento dos aparelhos de ar-condicionado nos 747 da Boeing. O relatório concluiu também que o incidente foi provocado por falhas de segurança envolvendo o projeto obsoleto e idade da aeronave, bem como pelos seus padrões de certificação e manutenção ultrapassados.[10]

Medidas preventivas[editar | editar código-fonte]

Após o acidente a FAA (Federal Aviation Administration), que regulamenta o projeto de aeronaves, atualizou seus requisitos de prevenção de ignição dos tanques de combustíveis e exposição à flamabilidade, de tal forma que a concentração de oxigênio nos tanques de combustíveis não ultrapasse 12%. Aeronaves novas possuem um sistema de geração de gás inerte rico em N2, chamado OBIGGS (On-Board Gas Generating System), que é bombeado para os tanques de combustível.

Referências

  1. «Outros três acidentes aéreos aconteceram no dia 17 de julho; saiba mais». UOL Notícias. 17 de julho de 2014. Consultado em 6 de abril de 2015 
  2. «Aircraft Accident Report TWA 800» (PDF) (em inglês). NTSB. 23 de agosto de 2000 
  3. «N93119 Trans World Airlines (TWA) Boeing 747-131 - cn 20083 / ln 153» (em inglês). Planespotters 
  4. «JT9D Engine» (em inglês). Pratt & Whitney 
  5. Relatório final, Seção 1.6, pág. 6
  6. Relatório final, Seção 1.6, págs. 6 e 7
  7. Incluindo os dezoito tripulantes
  8. Relatório final, Seção 1.1, pág. 1 e Seção 1.5, pág. 4
  9. «Passenger List: TWA Flight 800» (em inglês). The Washington Post 
  10. Relatório final, Resumo, pág. xvi