Vila Belga

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O casario padrão da Vila Belga.

Vila Belga é uma unidade residencial localizada no bairro Centro, distrito da Sede, em Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil.

História[editar | editar código-fonte]

Projetada pelo engenheiro belga Gustave Wauthier, a vila foi construída no período de 1901 a 1903 para servir de moradia aos funcionários da companhia belga "Compagnie Auxiliare des Chamins de Fer au Brésil", que vieram para construir as ferrovias.[carece de fontes?] A companhia adquiriu a concessão e finalizou a construção da Estrada de Ferro Porto Alegre - Uruguaiana, concebida como linha-tronco de um projeto de articulação do território e das fronteiras do Estado do Rio Grande do Sul com a Argentina, Paraguai e Uruguai através de ferrovia, tendo, portanto, caráter fundamentalmente estratégico, em especial após a Guerra do Paraguai (1864-1870), que passou a representar uma preocupação para o governo imperial.[carece de fontes?]

Um dos entroncamentos mais importantes da linha estava situado no município, onde foram instalados os escritórios da Auxiliare, assim como oficinas e inúmeros galpões que empregavam muitos funcionários, partes dos quais instalados na Vila Belga. Em 1872, pouco após o fim dos conflitos, o engenheiro José Ewbank da Câmara apresentou ao governo imperial o "Projeto Geral de uma Rede de Vias Férreas Comerciais e Estratégicas para a província de São Pedro do Rio Grande do Sul", onde propôs a construção de uma série de ferrovias com linhas-tronco em sentido norte-sul e leste-oeste, que se entroncariam em pontos estratégicos.[carece de fontes?]

Primeiramente, o projeto tinha como base dois centros irradiadores: São Gabriel e Alegrete, entretanto, durante a pormenorização do projeto, os estudos teriam demonstrado uma considerável redução de custos se o trajeto da ferrovia passasse por Santa Maria da Boca do monte, onde o terreno era menos acidentado.[carece de fontes?]

A Auxiliare para abrigar seus funcionários graduados (mas não propriamente de primeiro escalão) que trabalhavam diretamente na operação do pátio ferroviário, adquiriu uma gleba urbana próxima à Estação de Santa Maria e iniciou, na primeira metade do século XX, a construção de uma série de residências, conjunto que ficou conhecido como "Vila Belga".[carece de fontes?]

A Vila Belga é considerada patrimônio histórico e cultural do município.[carece de fontes?]

Segundo o tombamento municipal da Vila Belga, das oitenta residências originais, atualmente o conjunto conta com apenas setenta e nove, pois uma foi completamente descaracterizada. As demais mantêm ainda suas configurações originais: térreas e geminadas duas a duas (com exceção de uma), configurando quarenta edifícios distribuídos em quatro ruas principais e cinco quadras.[carece de fontes?]

A Vila Belga, apesar de ter sido construída por uma empresa ferroviária não se configura como uma tradicional "Vila Operária" (separado das cidades e construido segundo principios hierárquicos e de organização social), mas sim como uma continuação de Santa Maria[1]

Foto panorâmica de uma rua da Vila Belga.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. ROCHA, Ricardo (2012). «O CONJUNTO OPERÁRIO DA VILA BELGA EM SANTA MARIA (RS)» (PDF). IPHAN. Consultado em 1 de novembro de 2018 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • FINGER, Ana Eliza. Vilas Ferroviárias no Brasil. Os casos de Paranapiacaba em São Paulo e da Vila Belga no Rio Grande do Sul. Dissertação de Mestrado. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Universidade de Brasília. Distrito Federal. Brasil. 27 de novembro de 2009.
  • LOPES, Caryl Eduardo Jovanovich. A Vila Belga. Anais do seminário: Território, patrimônio e memória. Santa Maria, 2001, p. 122-147.
  • ROCHA, Ricardo de Souza. O conjunto operário da Vila Belga em Santa Maria RS. In: Anais VI COLÓQUIO LATINO-AMERICANO SOBRE RECUPERAÇÃO E PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO INDUSTRIAL, São Paulo, 2012. Disponível no site do IPHAN http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/arquivos/VI_coloquio_t6_conjunto_operario.pdf
  • ROCHA, Ricardo de Souza. A Vila Belga e o Traité d'Architecture de Louis Cloquet. Cadernos de Arquitetura Ritter dos Reis v. 3, p. 191-199, Porto Alegre: Uniritter, 2001.
  • SCLEE, Andrey. Processo de tombamento da Vila Belga

Ligações Externas[editar | editar código-fonte]