Tiziu

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Tiziu macho em Jaú, Estado de São Paulo, Brasil Canto do macho Problemas para escutar este arquivo? Veja a ajuda.
Tiziu macho em Jaú, Estado de São Paulo, Brasil

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Tiziu fêmea em Manduri, Estado de São Paulo, Brasil
Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1)
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Passeriformes
Família: Thraupidae
Género: Volatinia
Espécie: V. jacarina
Nome binomial
Volatinia jacarina
(Linnaeus, 1766)
Distribuição geográfica

O tiziu (nome científico: Volatinia jacarina) é uma ave neotropical da família thraupidae que ocorre do sul do México até o Argentina/Brasil.[1] Observada em todas as regiões do Brasil,[2] sendo muito comum em áreas de vegetação antropomorfizada.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Sexualmente dimórfica, quando filhote, o macho possui uma cor parda, e a plumagem de machos apresenta padrão de Azul Rei (raro entre as aves), onde machos tornam-se conspícuos durante a estação reprodutiva apresentando plumagem de coloração preto-azulada com manchas subaxilares brancas, após o período reprodutivo machos apresentam plumagem críptica, semelhante a das fêmeas de coloração parda.[carece de fontes?]

Vocalização do Tiziu

Comportamento[editar | editar código-fonte]

Durante os meses de novembro a abril, bandos de Tiziu migram para o planalto central brasileiro.[3] A chegada destes é seguida pela exibição de displays sexuais[4] e demarcação de pequenos territórios de 13,0 a 72,5 m2.[5]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

Sua estação reprodutiva no cerrado coincide com a estação chuvosa, de novembro a março[4] onde a disponibilidade de recursos é maior, principalmente insetos, fonte essencial de proteínas para o crescimento dos filhotes, e sementes de gramíneas, principal fonte de alimento dos adultos. Ao final da estação reprodutiva, a maioria dos indivíduos se retira da região, retornando apenas na próxima estação reprodutiva.[6] Entretanto, no Pará, por exemplo, a reprodução pode durar o ano todo.[7]

Apresentam um sistema reprodutivo de monogamia social, com elevada frequência de FEP.[8][9] Ambos os sexos participam da construção do ninho e aprovisionam a prole .  A escolha de local para nidificação é relacionada à complexidade do micro-habitat.[10] Em geral, ninhos são espacialmente agregados, o que leva a um aumento local da predação,[3] fator este considerado o principal responsável por fracassos na reprodução da espécie.[3][5][4] Em um experimento com o Tiziu foi observado que a limitação de alimentos em campo provoca modificações na frequência de disputa por territórios, frequência de visitações por fêmeas, número de filhotes gerados em cada ninhada, taxa de crescimento dos filhotes, bem como modificações na taxa de predação.[11]

Tiziu em seu salto nupcial

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Blue-black Grassquit (Volatinia jacarina)». www.hbw.com (em inglês). Consultado em 14 de maio de 2018 
  2. «tiziu (Volatinia jacarina) | WikiAves - A Enciclopédia das Aves do Brasil». www.wikiaves.com.br. Consultado em 14 de maio de 2018 
  3. a b c Dias, Raphael Igor; Kuhlmann, Marcelo; Lourenço, Luciane R.; Macedo, Regina H. (1 de novembro de 2009). «Territorial Clustering in the Blue-Black Grassquit: Reproductive Strategy in Response to Habitat and Food Requirements?». The Condor. 111 (4): 706–714. ISSN 0010-5422. doi:10.1525/cond.2009.090142 
  4. a b c Carvalho, C. B. V.; Macedo, R. H. F.; Graves, J. A. (2007). «Reproduction of Blue-black Grassquits in central Brazil». Brazilian Journal of Biology. 67 (2): 275–281. ISSN 1519-6984. doi:10.1590/S1519-69842007000200012 
  5. a b Almeida, Juliana B.; Macedo, Regina H. (1 de abril de 2001). «Lek-like mating system of the monogamous blue-black grassquit». The Auk. 118 (2): 404–411. ISSN 0004-8038. doi:10.1642/0004-8038(2001)118[0404:LLMSOT]2.0.CO;2 
  6. Antas P, Cavalcanti (1998). Aves comuns do Planalto Central. Brasília: UnB. 239 páginas 
  7. Sick H (1997). Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 912 páginas 
  8. Carvalho, Carlos B. V.; Macedo, Regina H.; Graves, Jefferson A. (1 de agosto de 2006). «Breeding strategies of a socially monogamous neotropical passerine: extra-pair fertilizations, behavior, and morphology». The Condor. 108 (3): 579–590. ISSN 0010-5422. doi:10.1650/0010-5422(2006)108[579:BSOASM]2.0.CO;2 
  9. Manica, Lilian T.; Graves, Jeff A.; Podos, Jeffrey; Macedo, Regina H. (1 de dezembro de 2016). «Multimodal flight display of a neotropical songbird predicts social pairing but not extrapair mating success». Behavioral Ecology and Sociobiology (em inglês). 70 (12): 2039–2052. ISSN 0340-5443. doi:10.1007/s00265-016-2208-x 
  10. Aguilar, Thais M.; Dias, Raphael I.; Oliveira, Ailton C.; Macedo, Regina H. (1 de março de 2008). «Nest‐site selection by Blue‐black Grassquits in a Neotropical savanna: do choices influence nest success?». Journal of Field Ornithology (em inglês). 79 (1). ISSN 1557-9263. doi:10.1111/j.1557-9263.2008.00142.x/full 
  11. «Nest predation versus resources in a Neotropical passerine: constraints of the food limitation hypothesis - ProQuest». search.proquest.com. Consultado em 14 de maio de 2018 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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