Walter Mignolo

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Walter Mignolo
Nascimento 1941 (83 anos)
Corral de Bustos
Cidadania Argentina
Alma mater
Ocupação filósofo, professor universitário, crítico literário
Empregador(a) Universidade de Michigan, Universidade Duke, Universidade de Indiana

Walter Mignolo (Província de Córdoba, Argentina, 1 de maio de 1941) é um semiólogo argentino e professor de literatura na Universidade de Duke, nos Estados Unidos. É conhecido como uma das figuras centrais do pensamento decolonial latino-americano e como membro fundador do Grupo modernidade/colonialidade.

Biografia e pensamento[editar | editar código-fonte]

Mignolo nasceu no Pampa Gringa Chica (província de Córdoba, Argentina). Em 1964 licenciou-se em Filosofia na Universidade Nacional de Córdoba e ganhou uma bolsa para viajar à França para estudar semiótica, onde foi aluno de Roland Barthes e Gérard Genette. Ali recebeu em 1974 o doutorado da École dês Hautes Études.

Inicialmente interessou-se pela filosofia da linguagem e semiótica, realizando algumas contribuições para o entendimento de textos coloniais do século XVI. Chegou aos Estados Unidos em 1973, primeiro como professor da Universidade de Indiana e depois Michigan. Dos estudos coloniais passou a interessar-se pelas teorias pós-coloniais, que estavam muito em voga nos Estados Unidos durante a década de noventa.

Em 1995 publicou seu livro The Darker Side of the Renaissance, que o fez reconhecido mundialmente no campo dos estudos pós-coloniais e subalternos, bem como no âmbito da Filosofia latino-americana, devido a suas constantes referências à obra de filósofos como Edmundo Ou'Gorman, Rodolfo Kusch, Leopoldo Zea e Enrique Dussel. Neste livro, Mignolo sustenta a tese de que o renascimento europeu dos séculos XV e XVI teve "outra cara" esquecida e invisibilizada: a colonização das Américas. Esta converter-se-ia numa das teses centrais do Grupo modernidade/colonialidade, em cuja formação Mignolo cumpriu um papel chave. O grupo estava conformado por grandes figuras da intelectualidade acadêmica latino-americana, como Aníbal Quijano, Enrique Dussel, Arturo Escobar, Santiago Castro-Gómez, Edgardo Lander e outros. Seus escritos nutriram boa parte do trabalho coletivo do grupo.

Entre suas contribuições mais importantes estão a produção de categorias de análises como "diferença colonial", "pensamento fronteiriço", "colonialidade do ser" e a ideia de "hemisfério ocidental/atlântico norte". Desde 1993 trabalha na Universidade de Duke (Estados Unidos), onde atualmente é diretor do Instituto Franklin para estudos interdisciplinares e internacionais.

Livros[editar | editar código-fonte]

    • The Darker Side of the Renaissance: Literacy, Territoriality, Colonization (1995). Obra ganadora del Katherine Singer Kovacs prize de la Modern Languages Association. Tradução ao castellano: El Lado más oscuro del renacimiento: Alfabetización, territorialidad y colonización. Trad. por Cristóbal Gnecco, Editorial Universidad del Cauca, Popayán, Colombia, 2016
    • Local Histories/Global Designs: Coloniality. Subaltern Knowledges and Border Thinking (1999). Tradução ao castellano: Historias locales / diseños globales. Colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Madrid: Akal. 2002
    • La Idea de Latinoamerica (2005). Obra vencedora do Prêmio Frantz Fanon por Excelente Contribuição ao Pensamento Caribenho, outorgado pela Associação Caribenha de Filosofia. Trad. ao castellano: La idea de América Latina. La herida colonial y la opción decolonial. Barcelona: Gedisa. 2007

Ligações externas[editar | editar código-fonte]